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Continuar a acreditar

Por Pedro Almeida Cabral
15 Abr, 2021

(...) Duas Taças seguidas só tinha acontecido há 45 anos. Um feito agora alcançado à medida de quem acredita que esta equipa tudo pode ganhar

Na semana passada, as breves linhas que tenho a honra de escrever todas as semanas no nosso Jornal tinham como título “Acreditar”. Falei do historial do basquetebol no Sporting Clube de Portugal e da extraordinária vitória que tivemos contra a AD Ovarense. Levámos de vencida a equipa vareira num emocionante jogo por 97‑92, que nos garantiu o primeiro lugar na fase regular do campeonato. Essa vitória foi obtida no quarto e último período com três triplos certeiros de Travante, quando, a seis minutos do fim, perdíamos por 12 pontos. Ganhou esse jogo quem é do Sporting CP. Mas ganhou‑o mais quem acreditou na equipa, mesmo quando parecia que não íamos ganhar.

Foi a acreditar, com muita alegria, mas com pouca surpresa, que vi o percurso da nossa equipa de basquetebol no fim‑de‑semana. Jogava‑se a final a quatro da Taça de Portugal. Na meia‑final, tínhamos pela frente o FC Porto, com quem havíamos perdido, ingloriamente, os últimos dois desafios. Talvez alguns achassem que íamos ficar pelo caminho logo ali. Travante e companhia, especialmente Diogo Ventura, Shakir Smith e James Ellisor arrumaram com o jogo nuns esclarecedores 85‑77. No domingo, veio a final, contra o Imortal BC e por larga margem, 59‑83, o Sporting CP colocou a sua sétima Taça de Portugal no Museu, revalidando o título do ano passado. Duas Taças seguidas só tinha acontecido há 45 anos. Um feito agora alcançado à medida de quem acredita que esta equipa tudo pode ganhar.

Foi a acreditar que vi o jogo contra o FC Famalicão também no domingo. Um bom golo de Pote na primeira parte, seguido de uma jogada desinspirada e de uma segunda parte pouco eficaz, renderam novo empate no campeonato. Sporting CP segue em primeiro com seis pontos de avanço sobre o FC Porto. A nossa equipa não conhece a derrota até agora, quando faltam apenas oito jogos para o fim, quatro em casa e quatro fora. O Sportinguista ansioso pode escolher como quer encarar a recta final do campeonato. Tanto pode ver estes empates e algum pouco acerto ofensivo como uma tendência preocupante, como pode orgulhar‑se das 20 vitórias no campeonato alcançadas com uma equipa recheada de jovens jogadores, uns ainda juniores, acreditando que os triunfos nestes últimos oito jogos virão com naturalidade. É a diferença entre encarar os adversários olhos nos olhos sem nada a temer, lembrando o que custou chegar aqui, ou nervosamente esquecer os grandes momentos que o Sporting CP já nos deu esta época, com exibições imaculadas e vitórias perante rivais. Eu escolho acreditar. Ou melhor, continuar a acreditar.