O treinador do Sporting diz que não há favoritos para o clássico, retira a pressão do grupo, mas espera que a equipa dê uma resposta cabal das suas capacidades para vencer o FC Porto.
O treinador do Sporting diz que não há favoritos para o clássico, retira a pressão do grupo, mas espera que a equipa dê uma resposta cabal das suas capacidades para vencer o FC Porto.
Domingos defende que nada ficará decidido após o clássico deste sábado com o FC Porto, seja qual for o resultado. “Vocês já fizeram todas as contas, na eventualidade de existir derrota para um lado ou empate. Ainda há muito campeonato. Nada ficará decidido. Ainda falta mais um jogo da primeira volta, e toda a segunda volta. Ninguém vai ser campeão nesta jornada. As duas equipas estão separadas por seis pontos, e há outra equipa na expectativa do que pode acontecer. Aquilo que projectamos é ganhar mais um jogo. Para o crescimento desta equipa é importante ganhar. Tal como será com o Nacional e com o Braga”, salientou.
O técnico verde e branco espera que a equipa tenha a mesma mentalidade vencedora no encontro com o FC Porto. “É mais um jogo, temos de procurar ganhar, jogamos em casa, e temos de procurar manter aquilo que temos feito de bom perante os nossos adeptos, sabendo que do outro lado está um adversário diferente que luta pelo título. Vejo os jogadores confiantes e conscientes daquilo que têm de fazer como equipa. Há uma preocupação de toda a equipa em dar o seu melhor, procurando fazer um bom jogo. São jogos de muita emoção, jogos de muita adrenalina por parte dos jogadores, e normalmente costumam ser grandes espectáculos. Não se pode atribuir favoritismo a ninguém”, disse, considerando, por outro lado, que, em comparação com o FC Porto, o Sporting ainda é uma equipa em construção. “Entraram três novos jogadores na equipa. Temos seis meses de trabalho e é uma equipa que me dá prazer liderar porque, tal como disse o Renato Neto, existe um espírito de grupo, uma união forte e isso é importante dentro de uma equipa. Sabemos o que fizemos num passado recente e sabemos aquilo que esta equipa pode fazer se continuar neste caminho.”, disse.
Domingos justificou também a entrada no plantel de Sebastian Ribas, Renato Neto e Xandão neste mercado de Inverno. “São dois jogadores (Ribas e Neto) que vieram colmatar situações que nos detectámos, como as saídas do Postiga e do Yannick e por isso é que o Ribas veio para o Sporting. A questão do Renato Neto é uma questão que teve a ver com a lesão do Rinaudo e da saída do Luís Aguiar para termos mais um homem para o meio campo, e a questão do Xandão, como se aperceberam ao longo destes seis meses houve vários problemas no sector defensivo e temos a necessidade de ter mais uma opção para o eixo defensivo”, disse, garantindo também que o espanhol Jeffrén está perto do regresso. “O Jeffrén está cada vez melhor, sente-se que está com mais confiança, mas temos a consciência de que depois do que aconteceu termos que ter mil e um cuidados para que ele não volte a viver um problema do género”, frisou.
Segundo Domingos, a notícia da possibilidade de Yannick Djaló ir para o FC Porto não incomoda a estrutura técnica dos «leões». “É normal haver interesse nos grandes jogadores e o Yannick é um bom jogador. Está dentro de um processo desde o dia em que deixou o Sporting e assinou pelo Nice, mas neste momento não é assunto que seja relevante para o grupo e nem é uma notícia que afecte minimamente quem está ali do outro lado”, indicou.
Domingos foi o sexto melhor marcador do FC Porto em jogos contra o Sporting.
O técnico falou do orgulho que sente pela carreira que fez no futebol português, mas garante que agora quer ganhar títulos como treinador em Alvalade. “Gostei dos elogios do Nelson que disse que só o Messi é que conduzia a bola como eu. Esse é o orgulho que tenho como jogador, porque acho fiz coisas boas, deixei uma marca no futebol. Infelizmente muitos jovens nem sequer me viram jogar e nem sabem quem era o Domingos como jogador. Orgulho-me do que fiz no passado, e por vezes até sinto tristeza porque poderia ter feito muito mais. Agora, como treinador quero ganhar e quero fazer com que as pessoas que estão a trabalhar comigo e os adeptos sintam uma alegria no Clube, nos jogadores, na estrutura. Vejo os adeptos conscientes e bem informados em relação ao que é o Sporting actualmente. Sabem perfeitamente que para competir com duas equipas bem estruturadas e já com algum tempo de trabalho, é natural que as dificuldades sejam maiores. Agora temos a consciência que em seis meses conseguimos mudar muito daquilo que seria o receio de muita gente. Os adeptos acreditam em nós, vêem que há uma equipa com capacidade de trabalho, portanto é natural que eles sejam realistas e conscientes de que, independentemente do jogo de amanhã, o Sporting vai continuar neste caminho de crescimento para poder ganhar. Não sabemos se será este ano mas vamos trabalhar para isso”, expressou.
Para a IFFHS, Domingos foi um dos dez melhores treinadores de 2011. O treinador do Sporting brincou com a situação, mas garante que quer continuar a ter sucesso. “Deram-me os parabéns no balneário, mas não sabia porquê. É evidente que sinto um grande orgulho por estar numa lista onde está Pep Guardiola, Mourinho, Villas Boas, e outros treinadores. Se calhar é a análise perfeita de pessoas competentes que vêem que uma equipa com menos recursos, como o caso do Sp. Braga, ter conseguido fazer o que fez nos últimos tempos. É de enaltecer o trabalho de uma equipa técnica, mas também de uma estrutura bem montada nesse Clube. E depois também não deve passar despercebido a quem está a fazer esse tipo de ranking, estes seis meses de Sporting, em que estamos envolvidos nas quatros competições. Trabalho para ter sucesso. Proezas vão-se conseguindo algumas, o sucesso só está ao alcance de alguns. Falta-me ganhar, chegar ao final de uma época e poder levantar um troféu e espero que isso aconteça. O meu currículo não é grande, mas felizmente não tenho nenhuma descida de divisão”, vincou.
Texto: Sandro Baguinho