Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Opinião

Mais de um século de Histórias

Por Miguel Braga
31 Mar, 2023

O mais antigo jornal de Clube do Mundo está de parabéns! São 101 anos a relatar feitos de centenas e centenas de atletas e equipas ao serviço do Sporting Clube de Portugal, nas mais variadas modalidades. Num mundo cada vez mais tecnológico e ligado, este Jornal é a prova da resistência de um formato que se reinventa ao sabor dos tempos. Chegamos nos dias de hoje a qualquer lado do mundo, algo que seria impensável ou, pelo menos, muito pouco provável, há dez ou 20 anos, espalhando a boa nova Leonina.

Mais do que um mero relato das conquistas e vitórias, o Jornal é também o testemunho vivo do que foi e é ser Sporting, nunca esquecendo que “a memória é a consciência inserida no tempo”, como escreveu Fernando Pessoa. Ao reler edições passadas ficamos com a ideia da evolução desse estado e de uma forma de estar colectiva no desporto e na vida.

Com a chegada do fim de Março e o início de Abril, o Sporting CP tem vários desafios pela frente: a final da Taça de Portugal de rugby feminino, a final four da Taça de Portugal de futsal feminino ou a final eight também da mesma competição em futsal são apenas alguns exemplos dos compromissos que temos pela frente.

Sabendo também que a equipa de futebol vai entrar em campo depois de Rúben Amorim ter atingido a marcada das 101 vitórias à frente da equipa em 147 jogos – o que dá uma média alcançada de quase 70% de vitórias em todas as competições (68,7% para ser mais exacto). No espaço de apenas um mês, a equipa jogará mais seis jogos a contar para o Campeonato Nacional e dois na Liga Europa contra os italianos da Juventus FC. Um total de pelo menos 720 minutos onde a equipa sabe que tem de estar concentrada e na máxima força para atingir objectivos e vitórias para o nosso Clube.

Numa semana onde a nossa equipa de andebol conseguiu mais um feito na Europa, desejamos que Leoas e Leões voltem a rugir bem alto, elevando o estatuto do Clube, com a certeza de que este Jornal continuará a ser a memória viva e uma referência para todos os Sportinguistas. A todos os que já fizeram parte e a todos os que hoje contribuem para que o Jornal Sporting mantenha a sua qualidade e vivacidade, a minha mais sincera gratidão.

Parabéns, companheiro de vida!

Por Juvenal Carvalho
31 Mar, 2023

A cada edição de aniversário, até porque não vou ler, desde que colaboro com o Jornal Sporting, o escrito do aniversário anterior, arrisco a ser repetitivo, até porque não sei falar de Sporting de outra forma que não seja com o coração ao alto. E neste caso tenho mais uma vez o privilégio de estar a escrever para o jornal do Clube que amo desde criança, em mais uma edição de aniversário, no caso a dos 101 anos de uma "Razão de Ser", e que bonita foi a razão de ser para todo o sempre do título da primeira edição do já longínquo dia 31 de Março de 1922.

Desde então, e porque tantas gerações ajudaram no crescimento desta publicação que honra e enobrece o nosso Clube, quanto esforço, quanta dedicação, quanta devoção foram levadas a cabo para que semanalmente, em mais de um século de vida, fosse transmitida tanta Glória daquele que é o clube mais ecléctico e ganhador do desporto português. Daquele clube que tem tido um papel que por vezes substitui mesmo o país na projecção e divulgação do desporto. Daquele clube que é muito mais do que desporto, e tem até uma enorme componente social, que tem aderido a tanta causa, feita de humanismo e de altruísmo. 

Foi também nesta publicação que comecei a colaborar sem carácter de periodicidade na década de 90 do século passado, que aprendi quase a ler com tão bons jornalistas que ao longo dos tempos por aqui passaram. 

Era quase peregrino o chamamento do Sr. Brito, vizinho do andar de baixo do prédio onde residia em criança, para ler em casa dele, ou ir buscar o Jornal Sporting que ele acabado de o ler me dava para o "devorar" da primeira à última página.

Neste jornal, que é o mais antigo de clubes do Mundo, num pioneirismo que tanto tem distinguido o Sporting Clube de Portugal também em tantas outras áreas, e sob a pena de ilustres Leões, li estórias deliciosas de vida do nosso Clube. Vi nele retratados tantos e tantos êxitos nacionais e internacionais. Aprendi com ele, quando os tempos não estavam à distância de um clique no Google, tanto da história do nosso Clube, tantos recortes dele ainda hoje guardo. O Jornal Sporting tem sido pois um companheiro de vida, não só meu, mas também da enorme diáspora Leonina espalhada pelo Mundo. Que estoicamente tem resistido à crise das edições em papel, e que semanalmente faz chegar as notícias do Clube a assinantes espalhados pelo Mundo. A cada ano é com alegria redobrada que aqui escrevo a coluna de opinião alusiva a cada edição de aniversário.

Antes de as escrever, já aqui as lia escritas por outros. Quando nele deixar de escrever continuarei a ler. São 101 anos de uma História imensa feita por tantos. No futuro, acredito, tantos outros o farão. Os tempos passam. O Jornal Sporting fica. Obrigado a ele pelo que para mim representa. Um companheiro de sempre na minha viagem terrena desde criança.

Parabéns!

Selecção em Alvalade: CR7… e assobios!

Por Tito Arantes Fontes
31 Mar, 2023

Estamos a terminar mais um ciclo de “jogos de Selecções”, os quais − no nosso caso − se espraiam por quase todos os continentes (África, América do Sul, Ásia e Europa).

Nesse corrupio de jogos, a Selecção de Portugal voltou a jogar no Estádio José Alvalade. Casa cheia! Selecção recebida de modo alegre, festivo mesmo. E entusiasmo a rodos nas bancadas! Vitória indiscutível de Portugal por 4-0!

Duas notas a reter desse jogo: primeiro, a indiscutível e reiterada influência de Cristiano Ronaldo na “equipa das quinas”! Recorde mundial de internacionalizações pelo seu país, aproximando-se velozmente das 200 aparições! Melhor marcador do mundo em jogos de selecções, hoje já com mais de 120 golos marcados só nesses encontros! É obra! Incomensurável obra! Neste jogo foi, como habitualmente, o melhor marcador de Portugal! Feito que repetiu, pouco depois, no jogo fora com o Luxemburgo! CR7 tem mais golos marcados por Portugal que o somatório do “triunvirato” que se lhe segue (Pauleta + Eusébio + Figo). Impressionante! Ainda assim, antes do jogo, ouvi na rádio chamarem-lhe “ingrato”… há mesmo gente que, não sabendo elogiar e agradecer a genialidade de CR7, ainda exibe de modo despudorado a sua má fé, confundindo os méritos de Portugal nos últimos dez anos, atribuindo os mesmos ao, felizmente já ido, Fernando Santos, esquecendo maldosamente que este viveu o seu consulado “às costas” do nosso Cristiano Ronaldo!

A segunda nota a reter é a desastrada e infeliz intervenção de Fernando Gomes, presidente da Federação, sobre os assobios ouvidos em Alvalade para dois ex-jogadores do Sporting CP: João Mário e Rafael Leão! Agora, pelos vistos, temos de ter “pensamento único” e sobretudo há quem tenha medo do modo como o povo se exprime! Frequento estádios de futebol há cerca de 60 anos… já assisti a todo o tipo de peripécias e de “assobios”… e nunca vi intervenção tão desfasada e injusta como esta de Fernando Gomes para com o público presente no Estádio José Alvalade! E isto vindo de quem esteve anos com Pinto Costa no FCP… não se lhe conhecendo uma palavra sobre o “Apito Dourado”! E também não lhe ouvi uma palavra sobre, por exemplo, os processos que diariamente surgem na comunicação social dando nota de acusações sobre corrupção no futebol a favor do Benfica! Sobre isso Fernando Gomes está calado! Assobios para jogadores que se portaram mal com o Sporting CP e, cada um à sua maneira, nos prejudicaram (sendo os dois objecto de processos judiciais em que o Sporting pretende ser ressarcido dos seus direitos patrimoniais no valor de várias dezenas de milhões de euros!), pois, isso é que preocupa o presidente da Federação! E que dizer da “sanção” que dizem por aí que nos querem aplicar de “interdição” do nosso Estádio para jogos da Selecção… pois, isso mesmo, ridícula!!!

Gonçalo Inácio − finalmente é internacional A por Portugal! Foi tarde, demorou! Mas já está! Merecido! Justo! E só foi agora por “obra e escolha” do novel seleccionador Roberto Martínez! Corrigindo o ódio de Fernando Santos (derrotado − como só ele sabe ser − no seu primeiro jogo com a Polónia) por tudo quanto “cheirasse” a SPORTING!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.s. 1 - Palavra final para o andebol! Bela vitória sobre os bascos do Bidasoa Irun! Estamos nos quartos-de-final da Liga Europa! Força SPORTING!

P.s. 2 - E que belo resultado do futebol feminino na Luz! Vitória brilhante! Calaram a “festa” que outros, com a jactância e a soberba do costume, já queriam celebrar! Foi bonito, pá! Obrigado, Leoas!

Uma noite no Pavilhão João Rocha

Por Pedro Almeida Cabral
31 Mar, 2023

Há noites assim. Chegamos ao Pavilhão João Rocha certos de que algo irá acontecer. Foi o que sucedeu há dias, nos oitavos-de-final da Liga Europeia de andebol. Vínhamos de uma desvantagem de três golos do encontro fora com o Bidasoa Irun, actual quarto classificado do campeonato espanhol e vencedor de uma Liga dos Campeões, em 1995. Apesar da clara superioridade técnica do Sporting Clube de Portugal, a experiência da equipa espanhola parecia poder fazer a diferença. Havia quem dissesse que o mais provável era não conseguirmos reverter a diferença e que poderíamos ganhar, mas dificilmente pelos quatro golos necessários para seguir em frente para os quartos-de- final. Pela afluência ao Pavilhão, que ficou bem composto, parecia afinal que havia muitos Sócios e adeptos convictos de uma reviravolta.

Desde o início do jogo que o ambiente criado se revelou um oitavo jogador, sempre a empurrar a equipa para a frente, com cânticos constantes e palmas efusivas nas jogadas de golo e nas defesas apertadas. Numa primeira parte de grande intensidade, cedo deixámos claro que queríamos passar e iríamos lutar até ao último lance. Os espanhóis não pareciam ter reação e foi com naturalidade que chegámos a uma vantagem de cinco golos. Martim Costa, o nosso melhor marcador com dez golos, selou mesmo o 11-6 pelo meio da primeira parte. Porém, o Bidasoa Irun não se dava por vencido. Reagiu e conseguiu reduzir substancialmente a desvantagem. Fomos para intervalo a vencer por números insuficientes para seguir em frente, por 15-12. 

Na segunda parte, veio ao de cima a razão pela qual o Sporting CP a jogar no Pavilhão João Rocha alcança tantas vitórias e títulos. O público empolgou-se ainda mais e os nossos jogadores souberam devolver em jogo jogado. Quando o nosso avanço emagreceu para dois golos, em 22-20, o Pavilhão reagiu em força. Com dois contra-ataques bem-sucedidos, além de quatro golos seguidos de Salvador Salvador, ganhámos uma confortável distância de cinco golos, que acabaria dilatada para os 34-28 finais. 

Uma equipa afinada, um treinador sapiente e um sete alinhado só poderiam resultar numa vitória assim, num Pavilhão a rebentar pelas costuras de Sportinguismo. No final, o tradicional grito Sporting com palmas a condizer fechou mais uma noite de magia no nosso Pavilhão. Rumo aos quartos, para defrontar o Montpellier, líder do campeonato francês. Por maior nome que tenha este adversário, a jogar assim podemos ir longe. E, sobretudo, teremos, de certeza, mais uma noite como esta no Pavilhão João Rocha.

Após 1 ano de existência depois dos primeiros 100

Por André Bernardo
31 Mar, 2023

Editorial da edição n.º 3917 do Jornal Sporting

O Jornal Sporting completa hoje o primeiro ano de existência após os primeiros 100.

A 31 de Março de 1923, o Boletim Sporting Club de Portugal celebrava o seu primeiro ano de vida, edição que hoje publicamos juntamente com a de aniversariante pelos 101 anos.

É assim que gosto de ver a celebração deste aniversário, como o primeiro para completarmos um novo ciclo de 100 anos, honrando o passado, mas com olhos postos no futuro.

E foi assim que, há precisamente 100 anos, contra os mais cépticos, um ano depois de nascer “franzino e acanhado”, nas palavras de José Serrano, contrariando “aqueles que diziam não ser viável a conservação de um Boletim destinado aos sócios do nosso Club, não só pela despesa que traria, como também pela falta de perseverança daqueles que tomassem a seu cargo a confecção do mesmo”, que o Boletim Sporting Club de Portugal completava o seu primeiro ano de idade.

Festejava Júlio de Araújo, “um ano de muito trabalho numa publicação difícil e que alguns supunham de pouca dura (..) O Sporting Club de Portugal está marcando acentuadamente o seu direito à classificação de um grande club.  Impõe-se que do esforço de todos resulte um brilhante futuro para a colectividade”.

Como se de uma prova de atletismo com obstáculos se tratasse, o Jornal Sporting saltou todos os 101 obstáculos que muitos profetizaram como fatais na altura do seu lançamento para conquistar o título de “O Mais Antigo Jornal de Clube do Mundo”.

E encarando a prova como de estafetas, vai passando o testemunho de geração em geração, fruto do espírito vanguardista que conserva de origem, e que o mantém vivo na nova era global e digital.

A disciplina de treino que preserva no seu rigor informativo assegura a sua credibilidade.  

Ao dia de hoje, o Jornal Sporting celebra a sua longevidade e agradece a todos os Sportinguistas que lhe deram vida.

Com o mesmo ADN manterá o seu caminho, sempre em prol do que nos une: o Sporting Clube de Portugal!

A 31 de Março de 2023 apagamos 101 velas, cantamos os Parabéns a todos os Sportinguistas e…começamos um Ano Novo…

Londres... Épica e inesquecível... eternos Pote e Adán!

Por Tito Arantes Fontes
23 Mar, 2023

Hoje − como não podia deixar de ser − o assunto é de festa e regozijo! A nossa noite da passada 5.ª feira foi épica! E gloriosa! O SPORTING ofereceu-nos um espectáculo de luxo! Um grande jogo de futebol em Londres, no Emirates Stadium! Oitavos-de-final da Liga Europa, contra o Arsenal! Mas que − como ouvimos e lemos em vários meios de comunicação social − mais parecia um jogo de Champions! Como, aliás, há umas semanas dissemos neste mesmo jornal. Dada a qualidade das duas equipas! De um lado o líder isolado, quase desde o início, da Premier League. Do outro, o SPORTING, um dos maiores clubes da Europa com permanente histórico nas competições europeias e algumas páginas gloriosas. Pois bem, e o que tivemos? Um jogo soberbo do SPORTING! Inteligente, pragmático, bem jogado, com cabeça, permanente foco, adversário bem estudado, missão laboriosamente definida! Foi um regalo. A primeira meia hora da segunda parte é de verdadeira antologia! Tal como em Lisboa nessa altura poderíamos ter "morto" a eliminatória! Foram todos heróis. Mas sim, há que fazer destaques! Justos destaques! Primeiro, como não, salientar a portentosa exibição de Diomande, um miúdo de 19 anos, acabado de chegar a Alvalade, que ainda há dois meses militava na 2.ª divisão, jogando pelo Mafra... pois chegou ao Emirates e parecia que jogava ali desde que nasceu! Depois, referir a qualidade, o acerto, o arreguenho, a vontade dos demais... Matheus Reis em grande plano, Gonçalo Inácio imperial, St. Juste a exibir o luxo do seu futebol, Esgaio um portento, Ugarte incansável, Trincão codicioso como nunca, Paulinho utilíssimo, Edwards um permanente quebra-cabeças! E sim... duas super estrelas ainda a brilharem na noite de Londres... Adán faz a sua maior exibição de sempre ao serviço do SPORTING! Como, aliás, foi bem salientado pela imprensa, desde logo − como seria de esperar − à espanhola! Defesas portentosas, várias, uma verdadeira meia dúzia durante o jogo (ui, aquele desvio para o poste, depois do calafrio com o infeliz atraso do Essugo, foi soberbo!). Um esteio durante todo o jogo! Um pilar intransponível na fase mais crítica do jogo (a verdade é que a este nível não se ganham eliminatórias sem sofrimento!), ou seja, na segunda parte do prolongamento, nomeadamente no minuto 116. Merecidíssimo prémio − atribuído pela UEFA − de Jogador da Semana! E depois a brilhar igualmente a grande altura, ele, sim, o nosso Potter! No caso o Pote de Ouro! Marca o "golo do século" com um fenomenal, espantoso e estratosférico golaço só ao nível de um verdadeiro predestinado! Um tiro do meio-campo, quase a 50 metros da baliza, aproveitando o adiantamento do atarantado guarda-redes inglês... e pum, sem balanço, cá vai disto... e com peso, conta e medida faz o "impossível"... um "chapéu" de irrepreensível execução técnica, como eu nunca tinha visto ao "vivo e a cores"! Épico! Um golaço! Uma memória eterna para a nossa vida! Parecido, mas passando ao lado, a um metro da baliza, só vi mesmo o chapéu do Rei Pelé ao guarda-redes da Checoslováquia, no Mundial de 1970, esse rematado uns dois ou três metros antes da linha de meio-campo! Nunca pensei na vida assistir a algo parecido. Pois bem, foi com o nosso Pote, com a camisola do nosso SPORTING, num momento de enorme exaltação Leonina que varreu o mundo de lés-a-lés! Golo da semana para a UEFA, claro! E fortíssimo candidato ao Prémio Puskas do ano! Eu até arriscaria... único candidato mesmo! Esta eliminatória fica na História do SPORTING! E tem momentos inesquecíveis! A heróica "cavalgada" de St. Juste em Alvalade para defender as nossas redes, o golão do Pote em Londres, a portentosa exibição de Adán! Mérito total do SPORTING! Tanto mais de enaltecer, quando − apesar da boa arbitragem do jogo de Londres − não há como esquecer que o Arsenal só marcou dois golos em Lisboa (e leva consequentemente a eliminatória empatada para o Emirates) porque beneficiou nesses lances de faltas dos seus jogadores que não foram assinaladas pelo árbitro!

Liga EUROPA (mais) − vem agora aí a famosíssima Juventus! Vão ser uns quartos-de-final tremendos. A "Vecchia Signora" é uma equipa italiana, nunca esquecer isso. E neste domingo ganhou ao Inter em Milão... marcou um golo e fechou-se... é futebol bonito e de encher o olho? Não! Mas é tremendamente eficaz! Cuidado, portanto... porque não fora a penalização dos 15 pontos no início da época e − neste momento − a Juventus estaria isolada no segundo lugar do campeonato italiano. E não mais abaixo, como o Inter, a disputar lugares de acesso à Champions. Definitivamente os verdadeiros "Jogos Champions" desta época, com as melhores equipas do Mundo, são mesmo no José Alvalade! E não noutros lados da cidade de Lisboa!

Selecção − Saiu a primeira convocatória do novíssimo Roberto Martínez. Muita "herança" (ainda) dos velhos e anteriores hábitos. Muita "evolução na continuidade". Viu − contudo – Gonçalo Inácio, convocando-o e corrigindo a tremenda injustiça que Fernando Santos com ele cometeu em não o ter levado ao Mundial do Catar! Não viu o Pote... ainda bem, pois o nosso Potter é mesmo "jogador a mais" para o nível confrangedor que a Selecção exibiu no último jogo com Marrocos. É de qualquer modo uma convocatória "triste", sem chama, sem rasgo, sem apelo à meritocracia... oxalá Martínez venha a mostrar que não temos ali uma continuação do Santos, agora em versão de "sotaque espanhol"!

Campeonato Nacional − Não jogámos no fim-de-semana e só acertamos calendário no início de Abril, quando "recuperarmos" o jogo com o Gil, que agora ficou em atraso. No resto é de salientar o empate no jogo de Braga (curiosamente nenhum dos "grandes" ganhou em Braga, um até foi goleado e quando nós na 1.ª jornada lá empatámos houve até − incluindo alguns Sportinguistas − quem montasse uma "crise"... enfim!). Assim, com este resultado, "ganhámos quatro pontos"… não podíamos ter tido melhor resultado! Façamos o nosso trabalho e a nossa obrigação que é indubitavelmente ganhar os nossos jogos! E − no fim − veremos mesmo quem vai à Champions na próxima época! Nós acreditamos em vocês!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Adán

Por Pedro Almeida Cabral
23 Mar, 2023

Quando daqui a uns anos se revir o inesquecível jogo do Sporting Clube de Portugal contra o Arsenal FC, será obrigatório ver de perto e em câmara lenta o golo de Pote. Não foi apenas um chapéu do meio da rua, impecavelmente medido para desfeitear um desemparado Ramsdale. Foi sim um golpe de génio de um jogador que, por vezes, faz coisas que só mesmo ele consegue fazer. Tão marcante como o golo foi a imagem de um adepto arsenalista, de boca aberta, não acreditando no que havia sucedido. A partir de agora, esta imagem será inseparável do golo. A maior homenagem será essa: conseguirmos ver a chapelada de Pedro Gonçalves através da reação incrédula de um adepto do Arsenal FC. Coisas como estas só estão ao alcance dos grandes jogadores.

Não poderia começar esta crónica sem falar do monumental golo de Pote. Mas se ultrapassámos o todo-poderoso Arsenal FC, líder isolado do campeonato mais competitivo da Europa, a Adán o devemos. Falar deste jogo é falar de Adán. Ainda ontem tive oportunidade de ver um resumo das defesas de Adán coligido pela UEFA e o espanto não cessa de aumentar. O nosso guarda-redes fez nada mais nada menos do que oito defesas de excepcional dificuldade! Talvez a mais memorável de todas seja aquela em que desvia o remate de Trossard para o poste, aos 97’. E ainda nem sequer falei do penálti defendido, que permitiu a Nuno Santos selar a eliminatória com o golo final. Perante a bomba de Martinelli, Adán soube opor as suas duas mãos, negando o golo arsenalista com convicção. Foi uma exibição digna de um guarda-redes que foi, naqueles 120 e tal minutos, o melhor do Mundo. Não por acaso, foi eleito o jogador da semana da Liga Europa.

E é exactamente aqui que devemos ver como o futebol imita a vida de forma tão perfeita que explica a razão pela qual é o desporto mais popular do planeta. O mesmo Adán que nos valeu a passagem aos quartos-de-final da Liga Europa pela sétima vez, foi quem esta época esteve menos bem nalguns lances. Quando pensavam que o experiente espanhol poderia já não ter a frescura de épocas passadas, como aquela em que fomos campeões, ele surge com um jogo que foi decidido, sobretudo, por ele. Esta é a grande lição do desporto: há sempre margem para a nossa superação na constante luta que travamos connosco. Que Adán se tenha superado desta maneira é fabuloso. Que o tenha feito perante todo o Mundo envergando a camisola do Sporting CP fica para a eternidade. 

Um momento mágico

Por Juvenal Carvalho
23 Mar, 2023

"Um golo especial marcado por um jogador especial". Foi assim que Rúben Amorim se referiu na conferência de imprensa realizada após o jogo, ao momento mágico protagonizado por Pedro Gonçalves.

Genial, inolvidável, sublime, espantoso, estratosférico, são adjectivos que me assaltam para descrever aquele momento que vai correr Mundo, o qual arrisco dizer que terá sido dos mais fantásticos que me recordo de ver num jogo de futebol

O Emirates Stadium e o poderoso Arsenal curvaram-se perante este momento de um Leão genial, de carácter e com uma personalidade tão arrebatadora, que os cerca de quatro mil leões que presenciaram ao vivo e os milhões que assistiram pela televisão, jamais esquecerão aquele momento. Que estarreceu os ingleses, que se curvaram à classe daquele menino franzino, mas com "potes" de talento, nascido em Trás-os-Montes, terra de gentes de têmpera.

Mas para além do momento especial do tal jogador especial, o importante é falar do todo que representou a chegada do Sporting CP aos quartos-de-final da Liga Europa. E nesse todo, que alegria imensa tivemos todos os que trazem o Leão no coração, muito passou pelo "dedo" do mestre Rúben Amorim, que colocou o Leão desde o início do jogo com pose senhorial e que mostrou rapidamente ao que ia. Personalidade, atitude ímpar e muita e bem conseguida posse de bola, que nem o golo do Arsenal − na primeira vez que os londrinos chegaram à nossa baliza, nos demoveu. Foi com classe, carácter e toneladas de querer... querer muito, que após o golo do Arsenal o Sporting CP foi sempre mais equipa até ao minuto 90 e depois soube sofrer no prolongamento, na tal lógica do "onde vai um vão todos". Nem a expulsão de Ugarte − quanta classe e pulmão ele tem, fez ruir o sonho. Guardado para o fim estava o momento de colocar a cereja no topo do bolo em nome de grandes penalidades. Onde a sorte deu muito trabalho. Primeiro Jeremiah St. Juste deu o mote, para que seguidamente, por esta ordem, Ricardo Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur Gomes e por fim − qual momento para mais tarde recordar − Nuno Santos, colocassem o Sporting na próxima eliminatória, ancorados pelas luvas de Antonio Adán, que brilhantemente segurou a quarta grande penalidade marcada pelos gunners, adivinhando o local para onde o brasileiro Gabriel Martinelli quis colocar a bola.

Estava assim, com sangue, suor e lágrimas, estas de uma alegria imensa, consumado um momento fantástico da vida do nosso Clube − mais um.

Agora o tempo é de olhar para o futuro, não só no Campeonato Nacional, como na Liga Europa, já no dia 13 de Abril, porque foi a 'vecchia signora' que nos calhou no sorteio, enfrentar a Juventus olhos nos olhos e com a confiança plena que o caminho da meia-final pode ser possível. Superando-nos de novo. Que se cuidem os adversários, porque este Leão, que já teve momentos menos bons esta época, está vivo e de boa saúde. Que o Arsenal tenha sido o ponto de partida para algo inolvidável. Como alguém do futebol disse um dia: 'Deixem-me sonhar'. Porque ainda é grátis, e acreditar é algo que a têmpera deste grupo de trabalho nos permite. 

Fomos Leões indomáveis. Contem connosco. Somos o Sporting Clube de Portugal! 

Para mais tarde recordar

Por Miguel Braga
23 Mar, 2023

Há jogos assim. Que ficam gravados na memória colectiva, não só de todos os Sportinguistas, mas de todos os portugueses. O Sporting CP foi a Londres discutir com o Arsenal FC a passagem aos quartos-de-final da Liga Europa, sabendo que do outro lado do campo estava o líder da Premier League, com uma equipa recheada de estrelas e com um orçamento muito superior ao nosso.

O Emirates Stadium estava cheio, com um total de 59.929 adeptos: dos nossos 4.000 ao camarote da norte-americana Kim Kardashian, todos aguardavam com uma certa ansiedade o apito inicial do árbitro espanhol Antonio Mateu Lahoz, marcado para as 20h00.

As estatísticas de jogo provam que foi um confronto equilibrado e bem jogado: 53% de posse de bola para a equipa inglesa, 47% para o Sporting CP; 13 remates para eles, 15 para nós; percentagem de passe de ambas as equipas acima dos 80%; cinco cantos para o Arsenal FC, sete para o Sporting CP; mais de 1.000 passes certeiros entre ambas as equipas.

Ao golo marcado pelo Arsenal FC ainda na primeira parte, respondeu o Sporting CP com um momento de génio de Pedro Gonçalves: “fantástico”, “inacreditável”, “golo do ano”, “incrível”, “fabuloso”, “do outro mundo”, foram alguns dos elogios escritos na imprensa nacional e internacional. Estávamos no início do minuto 61 do jogo, quando o nosso 28 recuperou a bola ainda no nosso meio-campo; alguns passos sozinho com a bola e Pote fez aquilo que ninguém estava à espera: rematou à baliza a mais de 50 metros, e nem o voo de Aaron Ramsdale evitou o momento de Glória. Estava feito o empate e estava dado o mote para uma noite histórica do Sporting CP.

Até final do jogo, António Adán provou porque é um guarda-redes fora de série e a equipa bateu-se estoicamente contra um dos clubes mais em forma esta época – em 2022/2023 a equipa de Mikel Arteta venceu 72% dos seus jogos (percentagem que sobe para os 74% se contabilizarmos apenas os jogos em casa).

Acabámos o jogo com dez jogadores – devido à expulsão de Manuel Ugarte já no final do prolongamento −, sendo que metade desses jogadores são sub-21: na defesa, Ousmane Diomande com 19 anos e Gonçalo Inácio com 21; no meio-campo, Dário Essugo com 18 anos e Mateo Tanlong com 19; na frente de ataque Youssef Chermiti também com 18 anos. Juventude que nos garante o futuro, mas que conta e de que maneira para o presente do Clube. Caberá a Rúben Amorim e à sua equipa técnica continuar a trabalhar e a aproveitar estes (e outros) activos talentosos à sua disposição.

Antes do próximo jogo na Liga Europa frente aos italianos da Juventus FC, em Turim, o Sporting CP terá um triplo embate interno no espaço de nove dias, frente ao CD Santa Clara (casa), Gil Vicente FC (fora) e Casa Pia AC (fora). Mais uma vez a receita está dada: um jogo de cada vez, no final faremos as contas. Abril será mais um mês decisivo.

London Calling em modo Repeat

Por André Bernardo
23 Mar, 2023

Editorial da edição n.º 3916 do Jornal Sporting

London Calling é uma música que dá nome ao terceiro álbum da banda britânica The Clash, considerado pela revista Rolling Stone o melhor álbum da década de 801.

Na origem da letra, e do próprio LP, estão várias curiosidades que vieram à tona do meu pensamento a propósito do jogo com o Arsenal FC. Começo pelo título, que é uma referência à forma como a BBC abria os boletins radiofónicos antes de anunciar os bombardeamentos durante a Segunda Guerra Mundial: “This is London Calling…”. O gatilho para a construção da música, que tem um tom apocalíptico irónico sobre o fim do mundo, veio, porém, do título do jornal London Evening Standard, que anunciava que a subida do Mar do Norte poderia pressionar o Rio Tamisa e causar a inundação de Londres, o que acabou por ser literalmente transmitido na própria letra da música: “London is drowning and I live by the river”.

Foi o álbum London Calling que fez subir os The Clash ao pódio da música internacional e ser considerada uma das maioríssimas bandas de estilo punk, retratados pela sua irreverência face ao Status Quo. 

 

(Don’t) Mind the Gap

Londres “chamou” o Sporting CP para a segunda mão frente ao Arsenal FC, líder da Premier League e a viver o seu melhor momento dos últimos 20 anos, com todas as odds a seu favor.

O resto já é conhecido, mas foi em estilo punk que o Sporting CP detonou “uma bomba” no establishment da Premier, inundando o Emirates com um maravilhoso futebol e uma épica vitória Leonina. Curiosamente, a inundação não foi só futebolística. A chuva que se fez sentir durante o jogo literalmente inundou parte do estádio arsenalista e obrigou à saída de alguns dos adeptos do Arsenal das bancadas afectadas.

Ao contrário da famosa recomendação do metro londrino, e que virou imagem de marca turística do Reino Unido, o Sporting CP (didn’t) Mind The Gap de milhões que o separam do Arsenal e entrou à Leão, e nunca se sentiu tão “alike”.

 

Modo Repeat

Quando vou levar ou buscar a minha filha de três anos à creche, ela pede-me sempre que coloque a mesma música. Quando esta termina pede-me que volte a repetir. E já reconhece o símbolo para activar o modo repeat, quando este não está seleccionado. Ouvimos a mesma música durante o caminho todo.

Os dois jogos que o Sporting CP fez contra o Arsenal são para colocar em modo repeat. Não apenas pela passagem e o resultado em si, mas pela qualidade do jogo que demonstrámos, nivelando as águas num contexto actual de uma Premier League (e de um Arsenal) em modo Superliga. E, também, obviamente, pelo Prémio Puskas que Pedro Gonçalves roubou a Nuno Santos, ambos para ver, voltar a ver, e repetir a seguir.

E é também em modo repeat que o Sporting CP tem que entrar em campo em todos os próximos jogos.

 

“Now get this

London calling, yes, I was there, too
And you know what they said? Well, some of it was true
London calling at the top of the dial
And after all this, won't you give me a smile?

I never felt so much alike, alike, alike, alike”

 

1 – O álbum foi lançado em 1979, mas só chegaria aos Estados Unidos já no início de 1980, o que levou a Rolling Stone a enquadrá-lo como melhor álbum da década de 80

Páginas

Subscreva RSS - Opinião