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Opinião

... A propósito de... FREDERICO VARANDAS!!!

Por Tito Arantes Fontes
21 maio, 2021

Obrigado, Frederico Varandas!!! Trouxeste o SCP para onde ele tem de estar... no patamar da Glória!!! No fundo... conseguiste – tu e as tuas gentes – o reencontro do SCP com a sua própria História!!!

Época notável Campeões Nacionais (23.º título)! Vencedores da Taça da Liga! Campeões Europeus de futsal! Campeões Europeus de hóquei em patins (fantástica vitória neste domingo! Parabéns, Gilberto! Parabéns, Paulo Freitas! Parabéns, Equipa!)! E mais, muitos mais títulos nacionais... muitos já conquistados (atletismo, ténis de mesa) e outros a caminho (basquetebol e futsal)... época memorável!

É altura de agradecer! Agradecer a quem trouxe, três anos depois de Alcochete (“só” três anos depois...), o Sporting CP até este patamar de excelência. Frederico Varandas! O presidente do SCP!

Recordando e confessando... em Maio de 2018 estávamos todos desfeitos com os inenarráveis acontecimentos de Alcochete. O Clube mobilizou‑se. Os Sócios – a quem, depois de muita luta, se conseguiu dar voz – entenderam mudar! E apareceu a concorrer às eleições de Setembro de 2018 o médico do SCP, Frederico Varandas.

Nós não nos conhecíamos. Nunca nos tínhamos encontrado, nunca tínhamos falado um com o outro. Eu sabia, claro, que Frederico Varandas era o médico do futebol do SCP. Duvido muito que o actual presidente soubesse quem eu era.

Recordo‑me bem que estava em Madrid quando, nos “sites” desportivos em que incessantemente busco notícias do nosso SCP, caiu a notícia da carta em que Frederico Varandas anunciava a sua candidatura à presidência do SCP. Estávamos nessa altura, Verão de 2018, depois da destituição dos Órgãos Sociais, num período transitório de “orfandade”, sem percebermos bem que candidatos apareceriam para gerir os destinos do Clube.

Li com avidez esse manifesto inicial do Frederico Varandas. Senti – ao lê‑lo – um genuíno amor pelo SCP. Correu‑me, por isso, uma discreta lágrima pela cara... e telefonei para Lisboa, para o irmão do Frederico, o advogado João Pedro Varandas, que – esse sim – eu conhecia há muitos anos das vivências do nosso Clube e da profissão que ambos abraçámos. Queria saber quem era o irmão Frederico, se a candidatura era mesmo “a sério”... o João Pedro confirmou‑me tudo quanto tinha sido divulgado! E – muito importante – deu‑me nota do eterno e “louco” amor do Frederico pelo SCP! Falámos também do extraordinário episódio do Frederico a ouvir relatos de futebol em ondas curtas na Guerra do Afeganistão e a festejar golos do SCP no meio do deserto! Esse episódio fez‑me, desde sempre, pensar que o Frederico conseguia ser mais “louco” do que eu... o que, confesso, eu achava quase ou mesmo impossível!

Depois, depois resolvi apoiar o Frederico e estive presente nalguns eventos da sua campanha às eleições de 8 de Setembro de 2018. Numa dessas ocasiões fui‑lhe apresentado. Trocámos na altura palavras de circunstância e reiterei‑lhe o meu apoio. Tudo de modo educado e até algo cerimonioso, pois o nosso presidente é pessoa – pelo menos para estranhos e numa fase inicial – circunspecta.

Frederico Varandas ganhou as eleições! E começou a “aventura”. Uma época de 2018/2019 indiscutivelmente positiva no futebol e com vários títulos europeus nas modalidades. Uma temporada de 2019/2020 muito má e difícil, com várias vicissitudes. E – finalmente – uma época de 2020/2021 de Glória do SCP!

Frederico Varandas conseguiu obter a Glória para o nosso SCP à custa – eu sei! – de muito Esforço, de muita Dedicação e de muita Devoção! De muita resiliência! De uma vontade indómita! De um querer imenso! De um aprender contínuo! De uma fé inquebrantável! De uma confiança alicerçada no trabalho! Na competência! Na exigência! Na qualidade!

Frederico Varandas é o grande responsável pela vinda para o SCP de Rúben Amorim! Uma aposta sua! Frederico Varandas “aguentou” (no bom sentido) Hugo Viana... quando tantos pediam já a sua cabeça!

Frederico Varandas tem uma Direcção coesa e constituída por gente de indiscutível qualidade e Sportinguista! Uma palavra especial para Salgado Zenha (isto das “contas” tem mesmo muito que se lhe diga!), para André Bernardo (a comunicação do SCP dá cartas e é hoje motivo de orgulho dos Sportinguistas!), para João Sampaio (ui, o jurídico, como ele foi e tem sido importante e fundamental nesta época!) e para o Miguel Afonso (grande “monstro” das modalidades!). E todos, todos os demais! Também nos demais Órgãos Sociais! Equipa coesa! Equipas coesas!

Não tenho espaço para mais... (as gentes do Jornal Sporting “matam‑me”!)... por isso, terminando: Obrigado, Frederico Varandas!!! Trouxeste o SCP para onde ele tem de estar... no patamar da Glória!!! No fundo... conseguiste – tu e as tuas gentes – o reencontro do SCP com a sua própria História!!! E isso é uma “dívida” imensa e eterna que temos para contigo!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

 

P.S. 1 – Cabo Delgado nas camisolas na Luz... que ideia mais genial!!! Que impacto, desde logo em Moçambique!!!

P.S. 2 – Pote!!! Melhor marcador da Liga!!! Genial!!!

Nada será como Antes, Amanhã

Por André Bernardo
14 maio, 2021

Esse caminho hoje venceu contra todas as probabilidades. Alteremos as probabilidades e não o caminho

01 Foi sem mais nem menos que o telefone tocou.

Eu estava numa varanda madrilena, em casa de uns amigos, a celebrar um aniversário quando a notícia chegou. O céu não caiu, a terra não se abriu sobre os pés porque, na verdade, não há tempo para isso e também não há palavras que o consigam descrever. A morte bateu à porta pela voz de quem mais estava a sofrer com ela.

Não são momentos que se consigam esquecer porque mesmo querendo eles voltam sem avisar. Porque, quando menos se espera, o mais pequeno detalhe nos faz recordar. Nesse momento sabemos que o Acaso nos tirou o tapete e só ele “tem os que mais ama”1. E desde então todos os momentos felizes se tornam diferentes, porque aquilo que desejamos é que essa pessoa cá estivesse. Mas ela não está.

E, num qualquer momento vago, a memória recupera do baú a mais improvável lembrança de uma música esquecida. Ouço o som de um dos discos de vinil dos meus pais a tocar a inesquecível voz de Elis Regina cantando “Nada será como Antes, Amanhã”.
 

02 Foi sem mais nem menos que o telefone tocou.

Eu vivia naquela que me parecia ser uma fase normal da minha vida e, no preciso momento que o telefone tocou, repetia religiosamente a minha rotina, tomava o mesmo pequeno-almoço de sempre, no mesmo sítio de sempre. Do outro lado da linha, um amigo tinha tomado uma decisão e dizia-me que “em Nome do Sporting” ou fazíamos isto ou Nada seria como Antes. Não veio em tom de convite e também não teve resposta. O telefone desligou.

E, num qualquer momento vago, inadvertidamente, a memória traz-me um livro, o primeiro que li (que não de banda desenhada) quando era criança e que pousava entre muitos outros numa das prateleiras cheia de livros que existiam lá por casa. Na altura, o título chamou-me a atenção e decidi aventurar-me a lê-lo. Chamava-se “As aventuras de João Sem Medo”2. E nada foi como Antes, porque a partir dali a leitura ganhou para mim um lugar onde antes encontrava resistência.

O Acaso tem coincidências que a razão desconhece e sei hoje que os contos que deram origem ao livro foram inicialmente publicados em 1933 na gazeta infantil de nome “O Senhor Doutor”.

Na terra de “Chora-Que-Logo-Bebes” houve alguém que decidiu subir o Muro e entrar na “Floresta dos Entes Fantásticos.”

Não posso deixar de assinalar esta passagem do livro:

“- Bem… Os homens nunca se contentam... E eu a falar franco, fartei-me deste Imprevisto-Anárquico do Sonho em que vivi e agora apetece-me voltar a provar aquilo a que chamamos Realidade... Além disso... Ouve: vou dizer-te um segredo... mas promete-me que não o revelas a ninguém… Prometes? … Na verdade, o fito principal do meu regresso talvez seja o de tentar revolucionar Chora-Que-Logo-Bebes... endireitar as espinhas dorsais das pessoas... secar as lamentações covardes dos choraquelogobebenses... pregar a reorganização viril da vida em novas bases…”.

E foi assim que soube que a partir daquele dia, no momento em que o telefone tocou, “Nada será como Antes, Amanhã”.
 

03 Foi sem mais nem menos que o telefone tocou.

Era a voz preocupada de quem tem laços de sangue e tinha acabado de ouvir nas notícias que membros do Conselho Directivo do Sporting CP tinham sido agredidos. Tranquilizei os meus pais, mas não consegui convencê-los nesse momento do porquê de continuarmos nisto sem necessidade.

Às vezes a memória é curta e o extraordinário parece tornar-se ordinário até que o pior acontece e Nada passa a ser igual ao que era Antes.

Ex nihilo nihil
(Nada vem do Nada)

Não foi sem mais nem menos que chegámos até aqui.

Quando abraçámos este desafio não o fizemos porque era fácil, mas sim porque era difícil.

Campeões ou não, acreditamos que o caminho que escolhemos desde 2018 é o correcto e consistente com o ADN do Sporting CP.

Não acertámos em todas as decisões, como aliás ninguém acerta.

Não escolhemos o caminho das pedras, mas escolhemos não seguir o caminho das panaceias, recusando “que nos cortem a cabeça para não pensar, não ter opinião nem criar piolhos ou ideias perigosas”3.

E também não cortamos a cabeça a quem pensa diferente.

O custo de outros caminhos sempre veio a um preço demasiado alto, às vezes quase insustentável.

“Todas as famílias felizes se parecem, todas as infelizes são infelizes à sua maneira”.

Esta é a célebre frase que dá início ao romance Anna Karenina, de Tolstói. Com base nela surgiu o princípio de Anna Karenina, que dita que uma falha num qualquer factor determina que um evento ou sistema falhe. E que, por consequência, para que um evento seja exitoso nenhum dos vários factores pode falhar.

Todos os caminhos estão sujeitos às incidências do Acaso. Encontrámos vários neste percurso, inclusive a maior pandemia mundial dos últimos 100 anos.

Para que o Sporting CP fosse campeão todos os factores tiveram de contribuir. Há factores que nós controlamos e outros que não. Tivemos que lidar com todos eles.

Esta vitória deve fazer-nos a todos parar, reflectir e efectuar um exame de consciência.

A força do Sporting CP como um todo diminui sempre que haja apenas um de nós que coloca os seus interesses pessoais acima do Clube e tenta dividir para reinar.

O Sporting CP foi Campeão dentro de campo porque soube primeiro ser Campeão fora dele.

Que o nosso caminho continue a ser o de dar um passo à frente sem ter que dar dois atrás.

Que o nosso caminho, que terá momentos altos, mas também outros menos altos, seja de união e, no seu equilíbrio, de crescendo contínuo.

Que o nosso caminho seja o de motivar pela persuasão e pelo exemplo e nunca pelo medo.

Porque o último inevitavelmente capitula e o primeiro perdura.

Numa realidade paralela, algum factor podia ter falhado e podíamos não ter sido Campeões. Porém, a vitória do caminho já estava assegurada.

Esse caminho hoje venceu contra todas as probabilidades. Alteremos as probabilidades e não o caminho.

Não esqueçamos nunca que o caminho até aqui foi longo.

O desafio era exigente e, por isso, é altíssima a recompensa que todos os Sportinguistas merecem e conquistaram.

E que fique evidente para todos três coisas que deviam ser óbvias:

I. União não surge nos momentos bons, os momentos bons surgem porque existe União;

II. aqueles que em qualquer vitória sorriem sempre são a maioria;

III. apenas a nossa força interna nos vai permitir superar os factores que nós não controlamos, para não serem eles a controlar-nos a nós.
 

04 Foi sem mais nem menos que o telefone tocou.

A voz, antes preocupada, era agora de alegria e orgulho. O Sporting CP era campeão.

E a memória trouxe-me todos os momentos que aqui refiro e outros marcantes de uma caminhada cheia deles. Mais do que deveria ter tido...

Cada um terá vivido a felicidade desta vitória à sua maneira. Eu hoje partilho um pouco da minha, com aqueles que queria que cá estivessem, com aqueles que me fizeram cá estar, com aqueles que viveram comigo esta travessia, e com os que não conheço, mas que têm em comum comigo o Sporting CP. Na certeza, mas também na esperança, de que “Nada será como Antes, Amanhã ou Depois de Amanhã”.

1. Referência à letra da música “125 Azul”, dos Trovante; 2. Obra literária de autoria de José Gomes Ferreira; 3. Citação do livro “As aventuras de João Sem Medo”.
 

Editorial da edição n.º 3819 do Jornal Sporting

Somos campeões!

Por Miguel Braga*
14 maio, 2021

Obrigado a todos os que contribuíram de qualquer forma para este passo de gigante. E todos temos também de saber que o caminho continua e que são precisos mais passos. Um e depois outro. Obrigado e parabéns, Sporting Clube de Portugal!

32 jogos completos, nenhuma derrota e o título de Campeão Nacional. 18 épocas depois, o Sporting Clube de Portugal voltou ao lugar que merece no futebol português. Parabéns a todos os Sportinguistas, parabéns a toda a equipa no sentido maior da palavra, parabéns a todos os que contribuíram para a construção deste caminho e para a execução de uma estratégia escolhida e parabéns também para quem teve esta visão e projectou este presente, desejado por todos aqueles que se orgulham de ser e pertencer à família do Sporting Clube de Portugal.

Os heróis desta saga começaram dentro de campo. Foram eles os obreiros da conquista do Leão. Semana após semana, em Alcochete, Alvalade ou fora de portas, provaram ser a defesa mais sólida, a melhor equipa, os mais solidários, os mais decisivos, os mais trabalhadores. Da juventude de uns, à experiência de outros. Da técnica à raça, da entrega e da dedicação, atingiram este patamar na carreira que deve orgulhar cada um de nós. Os heróis de campo foram sempre acompanhados pelos heróis do banco, de quando em vez remetidos para a bancada, mas que provaram ter espírito Leonino para lutar, treinar, acompanhar, cuidar, aperfeiçoar, trabalhar mais e fazer acreditar não só os heróis no campo, mas toda a nação Leonina.

Nesta história existiram tantos heróis. A começar por cada Sportinguista que acreditou nos heróis e exultou a sua façanha, que se sentiu orgulhoso por vencer a Liga NOS. A começar também em cada Sportinguista que viu o seu Clube ser campeão de futebol pela primeira vez na vida. Toda uma geração que merecida sentir esta sensação. E todos os outros, todos os Leões do Sporting Clube de Portugal.

Os mass media – todos incluídos – foram veículos de histórias únicas, vividas por cada um de nós que teve o privilégio de acompanhar o renascer de um Clube que teve um passado. A social media permitiu que o conteúdo produzido seja de uma extensão ainda difícil de medir. Seria um estudo interessante, perceber quantas fotografias, quantos vídeos, quantas stories, quantos lives, quantas transmissões de rádio, de televisão, directos ou comentários, se produziram com esta conquista.

Obrigado a todos os que contribuíram de qualquer forma para este passo de gigante. E todos temos também de saber que o caminho continua e que são precisos mais passos. Um e depois outro. Obrigado e parabéns, Sporting Clube de Portugal!


* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Carta aberta a João “Mágico” Eduardo

Por Rodrigo Pais de Almeida
21 maio, 2021

João, eu também tenho um sonho. Continuar a ver um dos nossos a ser feliz. Continuar a ver-te jogar de verde e branco e com o Leão rampante na camisola. A espalhar magia em Alvalade e por esse mundo fora

Caro João “Mágico” Eduardo,

Começo como tenho obrigatoriamente de acabar: Obrigado, Campeão! A tua vontade conjugada com a do Clube, o forcing final naqueles dias 5 e 6 de Outubro do presidente Frederico Varandas para que fosse possível o regresso do “filho pródigo” e a validação do míster Rúben Amorim para completar com uma pedra basilar de experiência e de qualidade inquestionável o plantel 2020/2021 foi um factor que considero ter sido essencial para a conquista deste 23.º Campeonato Nacional e da Taça da Liga.

E tanto que tu trouxeste, João! Os posicionamentos, as dinâmicas e a ideia de jogo do nosso jovem treinador parecem ter sido desenhados para ti, mesmo sem saber se podia contar contigo. A dupla de meio-campo com um ‘6’ que fecha espaços e impede a progressão dos adversários, gerindo os timings da transição ataque‑defesa, pedia um jogador que cada vez mais escasseia no futebol mundial. Alguém com a capacidade física para carregar o jogo como um ‘8’, mas que saiba pensar e pautar o jogo como um verdadeiro ‘10’. Alguém que brilhe no passe que define o sucesso de uma jogada ofensiva (seja o último ou o de ruptura), mas que seja o mais altruísta de todos os génios e corra por todos no momento da perda de bola. Alguém que paute o jogo ofensivo, acelerando ao perceber que o adversário está em inferioridade ou mal posicionado, mas que saiba suster a posse de bola, aguentar a pressão de múltiplos adversários sem a perder, e libertá-la para um colega quando todos achavam que já estava perdida. Esse alguém só podias ser tu, João “Mágico” Eduardo.

A arte de tornar o complexo no mais simples dos processos de jogo. A saída de bola na construção do jogo ofensivo, seja entre linhas, dando opção de passe, ou a libertar espaço para jogar nos corredores laterais. O jogo com o tempo de ter e não ter a bola, usando os parcos espaços que existem e que se querem criar. A segurança que deste à equipa com bola, mas também a ocupação de espaços sem bola que tão bem fizeste. O domínio do terreno de jogo sobre “pantufas”, mesmo quando a bola pede um pontapé na frente e tu “investiste” tempo a acarinhá-la como o farias à tua linda recém-nascida Leoa, não cedendo à tentação de te livrares dela mesmo perante superioridades numéricas do adversário. Que me perdoe o Adán, o Gonçalo Inácio, o Pote, o mini-Modric (AKA Daniel Bragança) ou o Paulinho, mas ninguém “fala” com a bola como tu. A verdadeira “insustentável leveza” de carregar às costas e nos pés o jogo do Sporting Clube de Portugal! Classe! Só ao alcance de um jogador de topo Mundial!

Sem legendas talvez possa passar despercebido aos leigos, mas trouxeste muito mais. Fizeste crescer para níveis como o teu o João Palhinha, o Pedro Gonçalves ou os laterais Nuno Mendes e Pedro Porro. O equilíbrio táctico entre a linha defensiva e ofensiva, e a indefinição do corredor preferencial em cada momento (lateral ou central) fizeram aparecer um João Palhinha mais completo e que o fez crescer na construção e no passe (especialmente no longo), libertou o Pedro Gonçalves para deambular no ataque ao lado do avançado, nas suas costas ou em qualquer um dos corredores, aproximando-o da baliza adversária e do golo, e permitiu ainda o crescimento na profundidade dos alas que assim conseguiram brilhar no duelo individual a romper nas defesas contrárias e no cruzamento, criando oportunidades de golo. E sim, o jovem central Gonçalo Inácio e a sua qualidade indiscutível com bola tão inabitual para um central… Eu sei que sabias, mas… foste sempre o seu alvo preferencial no primeiro passe… Porque será?

O belíssimo golo com o Boavista FC na 32.ª jornada, que culminou o trajecto de uma equipa que chega a Campeã Nacional sem derrotas, é um guião perfeito da importância de existires nesta equipa e demonstra a raridade de aparecerem jogadores cerebrais como tu. A forma como apareces entre linhas longitudinais, permitindo ao Feddal encontrar-te no passe. A recepção orientada na latitude com a cabeça já a procurar a movimentação dinâmica dos colegas. A temporização com bola, valorizando o timing da posse e permitindo chamar a ti o “engodo” da marcação dos adversários (e foram quatro), permitiram ao Paulinho ficar 1x1 na área e ao Nuno Santos ficar disponível para receber na esquerda a bola redondinha dos teus pés e centrá-la com conta, peso e medida para o Paulinho facturar. Este golo foi um verdadeiro compêndio do futebol de Rúben Amorim. És a verdadeira personificação deste treinador dentro de campo!

Eu vejo o brilho nos olhos do presidente Frederico Varandas quando fala de ti. Faz por esta altura nove anos daquele título de Campeão Nacional de juniores que conquistaram lado a lado. Conseguirem repetir essa façanha é recordar do que é feito o ADN e o propósito de todo o projecto do Clube. É para isto que dezenas de afortunados jovens são escolhidos e entram na Academia de Alcochete todos os anos. Para começarem, para crescerem, para evoluírem, para conquistarem títulos e a Glória que o nosso Clube merece. Perseguem o sonho de um dia se estrearem na equipa profissional de futebol. Sonham diariamente em serem Campeões e fazerem felizes os milhões de Sportinguistas.

Sabes João, sempre disse e escrevi: Zero ídolos uma “treta”! Estes jovens, esta equipa, o NOSSO Clube… Todos nós precisamos de referências, de ídolos, de pessoas que nos guiem e nos façam sonhar. Que nos façam acreditar que os sonhos são realizáveis e podem sair da utopia ou das conversas com a nossa almofada. Tu és a realização do sonho de todos os nossos jogadores da formação. De todos nós. Vieste do zero. Cresceste. Afirmaste-te na formação. Nos seniores. Internacionalmente. E nunca esqueceste as tuas origens e quem te ajudou. Teres regressado para cumprir o sonho de criança de seres Campeão na equipa principal não fecha este capítulo… não pode fechar!

Vieste para seres feliz. Hoje és feliz. Fizeste-nos felizes! Ajudaste numa das maiores conquistas do Sporting CP dentro de campo e também fora dele. O Sporting CP voltou a ser o Clube mais atractivo para todos os jovens que se querem afirmar no futebol em Portugal e será o mais apetecível para todos os jovens talentos! Hoje és uma das maiores referências desportivas no Sporting Clube de Portugal. Hoje mereces continuar a ser feliz… estou seguro do que aquele sorriso e o “tal” brilho nos olhos de Frederico Varandas, quando te abraçou no final do jogo com o Boavista FC que quebrou o jejum de 19 anos sem vencer o Campeonato, queria dizer. És um dos nossos! Como diz a música, faremos tudo o que pudermos para que continues a ser feliz onde gostas de ser feliz. Aqui, que é a tua casa!

João, eu também tenho um sonho. Continuar a ver um dos nossos a ser feliz. Continuar a ver-te jogar de verde e branco e com o Leão rampante na camisola. A espalhar magia em Alvalade e por esse mundo fora. Com o escudo de Campeão. Com o símbolo da Champions League na lapela a lutar contar os melhores clubes da Europa. O melhor para o Sporting CP é o melhor para o João Mário Eduardo… Continuarmos juntos em 2021/2022.

Obrigado, Campeão!

1, 2, 3... 37, 38, 39!

Por Juvenal Carvalho
21 maio, 2021

São 39 os troféus e sete as modalidades que as alcançaram. Dizer isto, parece‑me por si só suficiente para aferir de uma grandeza sem paralelo no desporto nacional. Completamente inigualável enquanto clube ganhador.

O início da contagem das conquistas europeias do nosso Sporting Clube de Portugal data do já longínquo dia 15 de Maio de 1964, quando o futebol iniciou esta tão bonita saga ao vencer a Taça das Taças ante o MTK Budapest, e a trigésima nona foi no passado domingo, dia 16 de Maio de 2021 – 57 anos depois – no Luso, frente ao FC Porto, e com o hóquei em patins a ser o protagonista.

São 39 os troféus e sete as modalidades que as alcançaram. Dizer isto, parece‑me por si só suficiente para aferir de uma grandeza sem paralelo no desporto nacional. Completamente inigualável enquanto clube ganhador.

Dizer que as últimas edições do Jornal Sporting têm sido igualmente emocionantes, é também algo que todos vocês o sabem enquanto Sportinguistas.

Hoje, como felizmente se vem tornando recorrente, vou falar de mais um feito do nosso Clube, e este com a particularidade de ter cariz histórico, por termos entrado na história da modalidade por nos tornar‑nos a primeira equipa portuguesa a ser bicampeã europeia de hóquei em patins

Ao escrever estas linhas, posso dizer‑vos que, como muitos de vós, tive o privilégio, neste caso ainda muito criança, de em 1977 ter visto a “dream team” orientada por Torcato Ferreira, e com António Ramalhete, Júlio Rendeiro, João Sobrinho, Chana e António Livramento, como “cinco” estratosférico e ainda com Carmelino, José Garrido, Jorge Alves e Carlos Alberto no plantel, a fazerem a delícia dos Leões. Era autêntico “chocolate” que davam aos oponentes. Lembro‑me, como se fosse hoje, da apoteose no aeroporto aquando da chegada da equipa. Da revista que ainda guardo no meu espólio Leonino, que foi publicada em homenagem aos nossos primeiros campeões. No tempo passaram 42 anos até à conquista, no nosso “João Rocha”, da segunda vitória, com a tão bonita particularidade de ter sido em “casa”. Foi o êxtase completo então. Mas quis o destino, e de novo sob a liderança técnica de Paulo Freitas – quanta genuinidade e alegria espelhava após o final do jogo, que no passado domingo conseguimos alcançar a terceira Liga Europeia, que desde o “monstro” Ângelo Girão, a “fechar” a baliza, e passando por Zé Diogo Macedo, Matías Platero, Gonçalo Nunes, Telmo Pinto, Gonzalo Romero, João Souto, Alvarinho, Toni Pérez, Ferran Font, Alessandro Verona e o “capitão” Pedro Gil, marcaram mais uma página escrita a letras de ouro da imensa História do Sporting CP.

Não posso também deixar de destacar, nesta conquista – mais uma, o Conselho Directivo, neste caso na pessoa de Miguel Afonso, o vogal com o pelouro das modalidades, e ainda o Eng. Gilberto Borges, homem que lidera o departamento de hóquei em patins, e que tantas e tantas horas do seu tempo dedica a esta causa e que merece ser feliz e dar felicidade aos Sportinguistas.

Termino esta coluna de opinião de coração cheio, e emocionado. Foi mesmo de lágrima no canto do olho que vi a equipa de hóquei em patins, ainda a transbordar de alegria, a posar para a posteridade com uma tarja a recordar os 25 anos do assassinato bárbaro no Jamor, de Rui Mendes, um Leão natural do Luso, que certamente tão feliz estaria hoje com este momento da nossa vida, ainda para mais vivido na sua localidade de nascimento. Este bonito gesto revela apenas isto: O Sporting Clube de Portugal tem memória e tem história. Esta simplesmente arrebatadora!

Dias de Sporting

Por Pedro Almeida Cabral
21 maio, 2021

(...) Tudo isto é Sporting CP. Nada disto é de outros. É nosso e nosso há-de ser. E se aconteceu uma vez, com os valores do Sporting CP, pode acontecer muitas mais

Vivemos os melhores dias. Aqueles que nos fazem mais felizes. Autênticos dias de Sporting CP. Todos os dias são dias de Sporting CP. Sobretudo quando as nossas equipas entram em campo ou numa quadra, em qualquer pavilhão. Ou quando os nossos atletas estão numa pista, numa estrada, numa piscina ou seja onde for. Mas estes dias têm sido ainda mais especiais. Porque, muito para além dos títulos, equipas e atletas têm sido magistrais intérpretes dos valores mais profundos do Sportinguismo. Daqueles valores que são a verdadeira essência do Clube. E que são a principal razão de o Sporting Clube de Portugal ter, ao cabo de mais de um século, uma vitalidade e uma paixão muito difíceis de igualar, tanto em Portugal como no resto da Europa.

Maio tem mais encanto vestido de verde e branco. É assim que tem passado este glorioso mês. Primeiro, com a conquista da final da Liga de Campeões em futsal. Depois, com a conquista do Campeonato Nacional de futebol. E, finalmente, com o Campeonato Europeu de hóquei em patins. São três títulos a amealhar ao vasto pecúlio do Sporting CP. Pela sua importância, poderiam ser apenas mais três troféus. Só que, em todos eles, há manifestações de Sportinguismo que não podemos esquecer e das quais nos devemos orgulhar.

Partimos nas três competições como afastados dos títulos. Acabámos campeões. Começámos sempre com intensas dúvidas sobre até onde poderíamos ir. Terminámos em glória. E sempre com a atitude competitiva certa, combinando concentração, abnegação e fome de vencer. Se cada um dos títulos tem um momento, serão o oportuno golo de Zicky na final contra o FC Barcelona, o magnífico tento de Matheus Nunes no decisivo jogo contra o SC Braga e o livre directo convertido em cheio por Romero contra o FC Porto.

Mais revelador do que estes instantes extraordinários é a fórmula da vitória. Porque foi sempre a mesma. E porque é a fórmula do Sporting CP. Treinadores excepcionais, árduo trabalho de preparação, estrutura e direcção estáveis e focadas em títulos, aversão completa a polémicas estéreis fora do campo de jogo, todo o palco das emoções para os atletas, colectivos mais fortes do que a soma de todos os jogadores e uma magnífica e envolvente comunicação do dia-a-dia do Clube. A magia aconteceu. E por muitas vezes. Foi assim que fomos Campeões Nacionais de futebol 19 anos depois. E que fizemos uma caminhada imaculada no Campeonato, com apenas uma (ressacada) derrota. Também foi por isso que Pote acabou com a Bola de Prata, com 23 golos. Ou que vencemos o FC Barcelona, com orçamento imensamente superior, num feito desportivo assinalável. Ou ainda que fomos a primeira equipa portuguesa a conquistar o bicampeonato europeu de hóquei em patins. Tudo isto é Sporting CP. Nada disto é de outros. É nosso e nosso há-de ser. E se aconteceu uma vez, com os valores do Sporting CP, pode acontecer muitas mais.

 

23. TÍTULO DE... CAMPEÕES!!!! OBRIGADO!!!

Por Tito Arantes Fontes
14 maio, 2021

O Sporting CP foi de longe a melhor equipa do campeonato! Nós somos os novos campeões nacionais de Portugal!

Fantástico! Está confirmado! O Sporting Clube de Portugal é o extraordinário CAMPEÃO da época 2020/2021!

É inesquecível! É memorável! É histórico! É lindo! É brilhante! É colossal! É merecido! É justo! É limpo! O Sporting CP foi de longe a melhor equipa do campeonato! Nós somos os novos campeões nacionais de Portugal!

Ao fim de trinta e duas jornadas, o Sporting CP é – suceda o que suceder – o Campeão de Portugal! E continua invencível! Isso, por si só, é também um feito notável, singular, único! Vinte e cinco vitórias, sete empates... e de longe a defesa menos batida do campeonato, com uma média de golos sofridos inferior a meio golo por jogo! Alucinante! Extraordinário!

Neste último jogo com Boavista FC marcámos um golo, criámos mais de uma dezena de oportunidades, enviámos por três vezes bolas aos ferros... e – no fim – rejubilámos com esta fundamental vitória! Decisiva para decidir já a questão do título de campeão nacional!

O árbitro – o débil que tanto nos tinha prejudicado nos jogos com o FC Porto em Alvalade e em Famalicão – compareceu ao “jogo do título”... é assim que se “premeiam” os serviçais lacaios... para num último sopro ver se se consegue abater o Leão... mas... frustração, desta vez – apesar de bem ter sido tentado – não foi possível concluir esta “Trilogia da Pulhice Arbitral”!

Eu Sou Campeão!!! Nós Somos Campeões!!! Está feito e agora, olhando já para a próxima época, queremos mais... queremos mesmo ser “bicampeões” na próxima época!!! Há quase 70 anos que não alcançamos esse feito... e é por ele que vamos lutar!!!

O SCP voltou!!! Três anos depois de Alcochete, quem diria, depois de tanto que disseram de nós, aqui estamos nós, Sporting CP, de volta e em força!!!

Foram três anos cheios de vitórias! De uma recuperação do Clube verdadeiramente notável! No futebol ganhámos quatro títulos! Duas Taças da Liga! Uma Taça de Portugal! E agora um Campeonato Nacional! Há décadas que não tínhamos números tão significativos! Nas modalidades somámos – para além de vários títulos nacionais – mais 13 títulos de campeões europeus! Títulos europeus em atletismo, em goalball, em judo, em hóquei em patins, em futsal!

Obrigado, Grande presidente Frederico Varandas!!! Obrigado pela tua frase demolidora... quando o campeonato estava a aquecer... “Um bandido é sempre um bandido!”!!! Obrigado por tudo o que fizeste e que é coroado com este TEU, nosso, Título de Campeão Nacional!!!

Obrigado, Rúben Amorim!!! Vieste “deles” e agora és nosso!!! Mereces a nossa sincera e eterna homenagem!!! Foste um Gigante!!! Foste vergonhosamente perseguido pela medíocre arbitragem nacional!!! E que resposta deste aos vis ataques da ANTF e do seu triste presidente!!! E também como suportaste as diatribes do CD e da “sua” Cláudia!!! Magistral!!! És um Herói do SCP!!!

Obrigado, Coates!!! Grande Capitão... El Capitan!!! Imperador!!! Exibições memoráveis!!! Leão inteiro!!! Defesa de eleição!!! Atacante sublime... e goleador!!! Eterna presença na História das Lendas SCP!!!

Obrigado, Equipa!!! Obrigado a todos e cada Um!!! Todos!!! Desde o Adán até ao TT!!! Tenho todos na cabeça!!! Temos!!! Um a um!!! As vossas caras!!! Os vossos nomes!!! As vossas jogadas!!! As vossas reacções!!! São os nossos heróis!!! Gratidão imensa que temos para com esta Invencível Armada!!! Vocês, Todos, gravados a “letras de ouro” na História do SCP!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!
 

P.S. 1 – Somos milhões!!! E se quem governa este extraordinário povo português não tem disso consciência... pois... então é porque não conhece o povo!!! Deviam ter organizado a festa como deve ser!!! E não, não nos atirem cobardemente com culpas!!! Culpas que não temos!!!

P.S. 2 – Última palavra para os Leões que foram atingidos por “balas de borracha”, por “bastonadas”... sim foi por amor ao SCP que tudo isso foi suportado e vivido... mas a celebração é uma festa!!! Não merecia os excessos policiais que as imagens que já vi exibem!!!

As conquistas do Leão

Por Miguel Braga*
07 maio, 2021

(...) Uma palavra para o Sporting CP que saiu à rua: que orgulho é ver pessoas de todas as idades vestidas a rigor com a camisola do Leão, com a esperança restituída num Clube unido e mais forte. Onde vai um, temos mesmo de ir todos

“Não sei se o mundo do futsal, em Portugal mais propriamente – é algo que deixo no ar –faz ideia do feito que o Sporting CP alcançou hoje. Sei que vão dizer que foi espectacular, que ganharam a segunda Champions. Mas têm verdadeiramente noção do que o Sporting CP fez na Croácia? Em cinco dias venceu em três jogos o campeão russo, espanhol e europeu. Se têm noção daquilo que o Sporting CP alcançou hoje”. As palavras são de Nuno Dias, treinador consagrado, um dos grandes responsáveis pela incrível vitória da passada segunda--feira. Uma vitória que só pode encher de orgulho a nação verde e branca. Será uma tarefa hercúlea tentar um dia fazer o que Nuno Dias tem alcançado de Leão ao peito. Ao treinador, ao staff, aos jogadores, ao capitão, a toda a estrutura, a todos os envolvidos, um profundo agradecimento e reconhecimento. Além do mais, esta conquista tem um sabor especial: tem a marca Sporting, tem na génese o ADN do Clube, com a presença em força de vários atletas da formação: “quero deixar um agradecimento especial a todos os treinadores da formação. Todos, até os que passaram antes que tiveram responsabilidade na formação dos que estiveram aqui. Por isso chegaram aqui preparados para fazer um excelente trabalho”. Agora, é altura de trazer o foco para a competição interna, até porque a época não acabou e há mais para conquistar.

Também esta semana, a equipa de Rúben Amorim conseguiu mais uma vitória, com uma exibição personalizada e segura em Vila do Conde frente ao Rio Ave FC. Para trás ficou mais um recorde – 31 jogos seguidos na mesma época sem conhecer o sabor da derrota –, e um enorme golo de Paulinho; agora o foco está novamente no próximo jogo, frente ao Boavista FC, em nossa casa. Concentração, humildade e muito trabalho é a receita em que a equipa se especializou. Dar continuidade ao que tem sido conquistado está na mente de todos. Esta vitória, apesar de valer “apenas” três pontos deixou-nos também duas certezas: a conquista do objectivo delineado no início da época – a entrada directa na Liga dos Campeões – e que o Sporting CP ficará à frente do seu eterno rival na classificação do Campeonato Nacional de futebol, feito que não acontece desde a época 2008/2009.

Uma última palavra para o Sporting CP que saiu à rua: que orgulho é ver pessoas de todas as idades vestidas a rigor com a camisola do Leão, com a esperança restituída num Clube unido e mais forte. Onde vai um, temos mesmo de ir todos.


* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O início de uma nova era

Por Rodrigo Pais de Almeida
07 maio, 2021

(...) não é preciso pisar ninguém para afirmar o que se pensa e como se pensa

Nos dois jogos desta semana a equipa liderada por Rúben Amorim derrotou pelo mesmo resultado ambos os adversários, os quais exigiram abordagens e opções de jogo muito díspares para se atingir as ambicionadas vitórias, tendo o nosso jovem treinador mostrado toda a sua capacidade de análise dos momentos do jogo e dos seus jogadores.

O CD Nacional entrou em Alvalade com uma defesa muito junta e com muitos elementos, num estilo de jogo em que os níveis de agressividade foram muito para além do que as leis do jogo permitem, não tendo a equipa de arbitragem sabido gerir essa abordagem, ao beneficiar quase sempre o infractor. O intervalo chegava com 21 faltas para a equipa forasteira contra quatro dos nossos Leões. Escrevo 21, mas apenas 19 foram assinaladas. Dois lances que se enquadravam perfeitamente no protocolo do VAR, e que escaparam à visão do árbitro de campo, foram omitidos. Qualquer um deles levaria a equipa do Sporting Clube de Portugal para a marca do pontapé de penálti (e um deles com o indubitável cartão vermelho para o agressor).

Mas a equipa não tremeu perante estas omissões. Rúben Amorim começou a mexer nos seus “soldados” e a dotar a equipa de mais frescura e de mais ritmo. A pressão da primeira linha defensiva e uma construção de jogo sapiente, com critério, e sem se deixar incomodar pelo avançar do tempo de jogo permitiram a Jovane Cabral desbloquear um jogo que só podia acabar com os três pontos amealhados, dada a superioridade da nossa equipa.

Em Vila do Conde morava um adversário a precisar também ele de pontos para respirar na tabela, mas com uma ideia de jogo completamente oposta à do anterior. Com intérpretes de muita valia técnica e habituados a pisar palcos de maior relevância, Miguel Cardoso abordava o líder da Liga NOS com a sua tentativa de futebol positivo, de construção a partir do seu guarda-redes por forma a que a posse de bola chegasse ao seu trio de meio-campo de qualidade (Guga, Filipe Augusto e Chico Geraldes), que em superioridade poderiam gerir e esperar pelas entradas dos elementos mais rápidos nas costas da usual linha defensiva de três homens de Rúben Amorim.

A ideia era boa, mas não resultou. E não resultou por enorme mérito da equipa do Sporting CP. O jogo começou com muita velocidade e rotação de ambas as equipas, mas cedo se percebeu que a equipa Leonina vinha ao reduto Vilacondense para se afirmar e não para deixar andar e ver o que dava o jogo. Rapidamente se apoderou da posse de bola com uma pressão desenfreada no momento de perda da mesma, ou quando o adversário pretendia sair a jogar. Conquistou muitas bolas no último terço de ataque, obrigou o adversário a recorrer à falta, ao pontapé de canto e encostou-o completamente às cordas. Não fosse o poste esquerdo por duas vezes e Kieszek noutras duas ocasiões e na primeira meia hora o jogo estaria resolvido. O golo de Pedro Gonçalves trouxe alguma justiça ao resultado ao intervalo, ainda que pecasse por escasso.

Mexeu bem a equipa do Rio Ave FC com a entrada do velocista Carlos Mané, conseguindo algum domínio territorial nos primeiros oito minutos da segunda parte. Mostrando novamente que não olha para o relógio nem tem substituições no “chip pré-match”, Rúben Amorim logo aos nove minutos da segunda parte coloca em campo Matheus Nunes no lugar de Nuno Santos. Com esta mexida reequilibrou a equipa e não mais se viu o Rio Ave FC, arrancando a equipa do Sporting CP para uns últimos trinta minutos de jogo com um brilhantismo ao nível de toda a primeira parte.

Com uma equipa equilibrada e com uma organização defensiva que lhe permite ser a defesa menos batida da Europa saltaram à vista três exibições de uma qualidade absurda. Sebastián Coates, o nosso capitão, que continua a liderar esta equipa em campo de forma imperial e com uma classe que já não o deverá afastar de MVP da Liga NOS. João Palhinha, que tanto melhorou no processo ofensivo e de construção da equipa, permitindo-lhe ser o pivô da mesma e libertar João Mário para funções mais criativas, e que continua a mostrar uma disponibilidade infindável para o jogo em todos os momentos. Ele pressiona, ele tira bolas ao adversário, ele condiciona todas as efémeras tentativas de contragolpe. Mas depois consegue também equilibrar no ataque, sair a jogar com qualidade e profundidade. E, por fim, Paulinho. Que jogo fez o nosso camisola 21. Um golo que tem tanto de merecido como de bonito para calar as vozes que já começavam a entoar e a criar um ruído tão próprio do passado recente do nosso Clube que tanto talento já limitou e castrou. Paulinho é um verdadeiro jogador de equipa. Ele é o primeiro defensor o que, sendo ele avançado, é nota de grande sacrifício pelo bem comum da equipa. Ele vem atrás dar “engodo” aos defesas para os arrastar e criar espaços na frente para os colegas. Paulinho consegue jogar a um toque, a dois toques, com ambos os pés, mas também conduzir a bola com mestria e sem a perder, dando tempo e espaço para chegarem apoios ou para libertar a pressão do sector intermédio. Bem sabemos que os avançados vivem de golos, e Paulinho vai fazer muitos e bonitos com a verde e branca ao peito, mas arrisco-me a dizer que este avançado vive para a equipa!

Duas notas finais. A primeira para a conquista da segunda Liga dos Campeões de futsal pela equipa liderada por Nuno Dias e Paulo Luís, que vem engrandecer ainda mais o Museu do Sporting.

Mas o Sporting CP não conquistou “só” a Liga dos Campeões de Futsal. O Sporting CP conquistou o mais importante troféu de clubes da modalidade perante o melhor, mais caro e valioso plantel do mundo: o FC Barcelona, que era o vencedor da competição em título. O Sporting CP afastou dessa final “apenas” o campeão russo e o campeão espanhol. O Sporting CP fez a remontada de um 0-2 ao intervalo para um 4-3 final. E o Sporting CP fez tudo isto com nove jogadores formados no Clube, seis deles com idades até aos 22 anos (dois ainda com idade de juniores).

Por tudo isto, na minha opinião, que me perdoem todos os outros que engrandeceram com todo o brilhantismo o Museu Sporting, estamos perante a maior e mais épica conquista de uma modalidade do Clube e que enaltece os seus valores e ideais. Conquistada com o ESFORÇO de toda uma estrutura que vai do Treinador, Jogadores até ao Roupeiro. Com a DEDICAÇÃO de todos os que contribuíram para um trabalho realizado nos últimos 15 anos na formação do Clube e que lhe permite ter trinta e quatro jogadores formados no Clube na principal Liga Nacional. Com a DEVOÇÃO de um plantel identificado com o Clube, com os dirigentes e com os seus Treinadores. Que conquistou a GLÓRIA virando mais uma página épica e inesquecível para todos os Sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal.

A última nota vai para a fundamental entrada directa na Liga dos Campeões da equipa profissional de futebol. Este era um objectivo que muitos diziam inalcançável e que esta equipa atinge, com todo o mérito, a três jornadas do final da Liga NOS. Chegar à mais importante prova de clubes em termos mundiais permite, para além de um encaixe financeiro mínimo garantido que possibilita continuar a construir de uma forma sólida e robusta o futuro do Clube, colocar o Sporting CP na primeira linha do mapa Europeu de clubes.

E conseguiu-o com: i) uma equipa formada maioritariamente na sua Academia; ii) com uma média de idades que permite olhar o futuro com toda a confiança; iii) com a defesa menos batida da Europa; iv) com um treinador jovem, irreverente e ambicioso; v) recolocando na sua lista de prioridades os valores de decência, integridade e os ideais olímpicos de desportivismo e leal espírito competitivo dos seus fundadores; vi) sem ceder a pressões externas que tentaram colocar obstáculos no seu caminho; vii) mas  também às pressões “internas” que continuam a perseguir as suas agendas próprias com inversões e inflexões constantes de discurso entre o apoio para entreter as redes sociais, e a crítica absurda ilustrativa da sua falsa modéstia nos momentos bons e da sua tentativa de aproveitamento nos momentos maus.

Atingir o sucesso, tendo de percorrer este caminho com todas estas curvas e obstáculos, é uma pedrada no charco no nosso Portugal. Numa modalidade como o futebol onde reinou durante décadas a impunidade, a canalhice, a bandidagem e a falta de decência, este percurso marca com toda a certeza um momento de viragem e início de uma nova era. De um Clube afirmativo e sem medos. Que busca dia-a-dia, com confiança, a sua felicidade e a dos seus. Que vai com tudo e com todos. É a demonstração clara de que não vale tudo para ganhar. Que não é preciso pisar ninguém para afirmar o que se pensa e como se pensa. É acima de tudo o vencer de uma nova mentalidade no Desporto Português!

Maior do que os Maiores da Europa

Por Juvenal Carvalho
07 maio, 2021

(...) Um feito completamente fantástico, que deu ao futsal o seu segundo título de campeão europeu de clubes, e ao Clube o trigésimo oitavo em competições europeias

3 de Maio de 2021. O relógio apontava para as 21 horas quando soou o apito final e a cidade croata de Zadar era o palco de mais um feito épico, depois de mais um jogo memorável ante o colosso FC Barcelona, sendo que também o Sporting Clube de Portugal é um colosso de expressão única e simplesmente arrebatadora. Um feito completamente fantástico, que deu ao futsal o seu segundo título de campeão europeu de clubes, e ao Clube o trigésimo oitavo em competições europeias em sete modalidades diferentes – futebol, futsal, andebol, atletismo, judo, hóquei em patins e goalball –, facto que fazem do nosso grande amor um clube diferenciado dos demais, e de uma dimensão ímpar, não só no plano nacional, mas também internacional.

Não vou falar do jogo. Já foi tudo dito sobre a qualidade exibicional, não só na final, mas já antes nos quartos‑de‑final ante os russos do MFK KPRF e nas meias‑finais frente aos espanhóis do Inter FS. Fomos simplesmente transcendentais. Qual muralha de aço feita de querer, de talento, de vontade indómita.

Vou falar sim do pós‑jogo, onde me detive, bem como milhares de Sportinguistas, a ver a Sporting TV, ainda a tremer de emoção e a trocar mensagens e telefonemas com amigos Leões. Do grito de guerra de João Matos, perguntando aos colegas se queriam ser heróis – e foram –, à conferência de imprensa épica do professor Nuno Dias, sempre arrebatador dentro e fora da quadra, da genuinidade e de tanto Sportinguismo com que desde os jovens aos menos jovens, de lágrima no canto do olho, mas a transbordar de alegria, tudo isto foi contagiante, inolvidável, indescritível.

Se já estava em êxtase com a conquista, mais emocionado fiquei ainda, juntando‑me à festa dos nossos Leões. Como se estivesse entre eles. Pensando no universo Sportinguista. Das selfies aos cânticos como adeptos, das brincadeiras genuínas de um grupo que é literalmente um todo feito de trabalho.

Do timoneiro Nuno Dias aos jogadores, passando pelos dirigentes da secção, pelos adjuntos, pelos técnicos de equipamentos e pelo corpo clínico, e acabando na direcção, que tem somado êxitos internacionais nas modalidades, neste caso o nono, foram todos heróis e marcaram mais uma página da nossa história escrita a letras de ouro.

Decididamente #OndeVaiUmVãoTodos. E nesse todos quero dedicar este êxito especialmente a alguém que já não está entre nós. Falo de Melo Bandeira, o “pai” de tudo isto, quando a modalidade começava a dar os primeiros passos no Clube. Onde estiver, estará feliz com o feito destes Leões. Como ele merecia viver isto.

Termino com a convicção com que fiz o título desta coluna de opinião: Somos enormes: “Maior do que os Maiores da Europa”

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