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Opinião

Acreditar até ao fim

Por Miguel Braga *
28 maio, 2020

Quando Luiz Phellype arrancou para a marcação do penálti vitorioso já só olhava para o meu filho que saltou como um Leão para o meu colo quando a bola bateu nas redes

A primeira vez que vi um capitão do Sporting Clube de Portugal levantar o troféu no Jamor foi na mítica época de 1981/1982, depois da equipa de Malcolm Allison cilindrar o SC Braga de Quinito por uns expressivos 4-0. Liderados por um António Oliveira inspirado – marcou dois golos, sendo que Rui Jordão e Manuel Fernandes foram os autores dos outros dois –, recordo-me de no final do jogo descer as escadas de pedra do estádio com o meu pai, rumo ao relvado, onde vi a felicidade estampada na cara de todos, adeptos, jogadores e famílias, num Jamor pintado de verde e branco. Era a minha primeira Taça de Portugal e a décima primeira do Clube.

Durante os anos que se seguiram vivi de tudo no Jamor, vitórias, derrotas, até empates, jogos com golos, casos e, sobretudo, uma paixão que só é possível viver naquela relva. E foi assim, que há mais ou menos um ano, saí de casa, apenas na companhia do meu filho, para ver mais uma final do meu Clube do coração – entre a primeira vez e aquele momento, passaram-se 37 anos de Sporting CP.

O passado recente não me permitia transbordar confiança. “Vamos ganhar, pai”, dizia o meu filho a cada oportunidade, com aquela fé que move montanhas e que é fundamental para alcançar objectivos difíceis. Deixámos o carro num dos parques, passou por nós uma centena de adeptos portistas, ruidosos como mandam as regras, num dia em que a festa começa muito antes do árbitro apitar para o início da partida.

Incidências do jogo à parte – golo bem anulado ao FC Porto com o resultado ainda a zero e falta de coragem para anular o primeiro golo dos dragões –, a verdade é que a exibição de Bruno Fernandes lembrou-me a de Oliveira, a frieza de Bas Dost recordou-me o posicionamento de Manuel Fernandes, Renan incorporou a agilidade de Ferenc Mészáros, Coates e Mathieu cortaram tudo como Zezinho, e depois de 90 minutos empatadas, as equipas foram para o prolongamento. “Vamos ganhar, pai”, repetia o meu filho, saltando para os meus braços quando Bas Dost fez aquilo que melhor sabia fazer de Leão ao peito, aos 101 minutos de jogo. Depois de 20 minutos que pareceram 20 horas, de olhos no relógio e no relvado, senti o mundo a cair quando Filipe, já depois da hora, empatou o jogo para o FC Porto – os adeptos portistas que estavam à minha frente saltaram numa explosão de raiva, eu sentei-me, abanei a cabeça e pensei: “outra vez, não”. Levantei-me rapidamente ainda sem saber o que fazer. Ao meu lado, o meu filho agarrou a minha mão e disse-me, confiante: “Não vamos embora, vamos ganhar, pai”. E foi assim, de mãos dadas e com inabalável fé, que assistimos ao desempate por pontapés da marca de penálti – e nem o remate de Bas Dost à barra demoveu a confiança da criança. “Não faz mal. Vamos ganhar, pai. Eu sei”.

Quando Luiz Phellype arrancou para a marcação do penálti vitorioso já só olhava para o meu filho que saltou como um Leão para o meu colo quando a bola bateu nas redes. “Eu sabia, pai. Esta é nossa”. E foi assim que o meu filho viveu a sua primeira Taça de Portugal e a décima sétima do Clube.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Somos todos Djaló

Por Juvenal Carvalho
28 maio, 2020

Estamos todos a teu lado, ‘puto’. Mostra a tua têmpera. Um Leão só se curva para beijar o símbolo!

Em tempo de pandemia, seria muito melhor estar a falar do futuro, daquele futuro que todos esperemos que seja melhor, não só na vertente da saúde pública, como também na económica e, claro, para que o Sporting Clube de Portugal seja cada vez mais forte, e que o pós-COVID-19 nos traga sucesso, aquele sucesso que é imagem de marca de um Clube que os quase 114 anos de vida nos diferenciam dos demais.

Mas infelizmente não é esse o caso. Com a minha crónica já entregue ao jornal e que falava de uma deslocação que fiz a acompanhar o Sporting CP a Sevilha, corria o ano de 1983, uma mensagem de amigo via WhatsApp, e posteriormente um telefonema de outro amigo, ambos com ligações ao basquetebol e ao Sporting CP, chamaram-me para uma notícia que não queria receber. 

A notícia de que o nosso jogador de basquetebol, o Adulai Djaló, que fez 18 anos no passado dia 26, e que chegou ao Sporting Clube de Portugal esta época, vindo do Sport Algés e Dafundo, um clube formador como poucos, está no IPO de Lisboa a travar uma dura batalha pela vida. Aquele menino que chegou a Alvalade, e logo viu e venceu, que foi chamado à selecção nacional sub-18, e que se integrou como poucos num grupo de trabalho que liderava invicto, até às provas serem interrompidas, o Campeonato Nacional da zona Sul do seu escalão, está agora numa batalha incessante pela vida.

Se em campo era na posição 2, para os mais desconhecedores da modalidade, a posição de base-extremo, em que se assumia como um líder, agora terá de ser com esforço, dedicação e devoção da parte médica, que alcançará o caminho da glória, que será a sua recuperação lenta, mas paulatina. Que se Deus quiser o vai fazer retornar aos pavilhões, onde continuará, mesmo que como até acontece aos melhores da NBA, a fazer ‘turnovers’, mas muitas mais assistências, penetrações, e até pontos que serão decisivos. O Adulai Djaló vai contar com todos nós. Todos nós estaremos ao seu lado. Não cairá agora, porque vai levantar-se seguramente depois. Com o espírito de um Leão indomável, que uma cama do hospital e uma doença cruel não o vão deixar abater e cair.

Tão injusto é ver um jovem que atingiu a maior idade agora estar a travar esta batalha. Tão triste é para a sua família este momento. Tão triste é para a família do basquetebol e para todo o universo Leonino, este momento. Uma coisa é certa. Estamos todos a teu lado, ‘puto’. Mostra a tua têmpera. Um Leão só se curva para beijar o símbolo! E tu vais ter essa oportunidade ainda, a de beijar o símbolo do Clube que te acolheu e que te fez um de nós.

Somos todos Djaló!

Nikčević

Por Pedro Almeida Cabral
28 maio, 2020

Ter tido um jogador assim em campo é um orgulho. Até sempre Nikčević

Com o termo prematuro das épocas desportivas em curso, os plantéis vão sendo recompostos. Assistem-se a algumas dispensas, aguardam-se contratações e desespera-se para voltar a ver o Leão rampante em campo. Uma das saídas dos últimos dias foi a de Ivan Nikčević. O sérvio de 39 anos, talentoso ponta-esquerda da nossa equipa de andebol, terminou a sua quarta e última temporada ao serviço do Clube.

Se há jogadores que apenas passaram pelo Sporting CP, outros há que se tornam inesquecíveis. É esse tipo raro de atletas que nos lembraremos daqui a décadas, quando estivermos a celebrar as vitórias destes anos. Isso acontece não tanto pelo que jogam ou pelo que fazem jogar. Mas, sobretudo, pelo que entregam em campo.

Ficam dois campeonatos nacionais, uma Taça Challenge e golos do outro mundo no João Rocha. Chegado em 2016, o primeiro título de Nikčević foi a Taça Challenge de 2017. É bom recordar o que foi essa final a duas mãos, ganha aos romenos do AHC Potaissa Turda. Nikčević foi o melhor marcador do Sporting CP nos dois jogos. Em casa, com dez golos e fora, com seis. Logo a seguir, a conquista do campeonato nacional, ainda em Odivelas, num épico confronto com o SL Benfica, que valeu o título. Se o golo de Ruesga que faz o 25-23 há-de me acompanhar até ao fim dos meus dias, a concentração do número 37 nos momentos finais, descaindo e distraindo o bloco defensivo do SL Benfica, certamente lembrando os tempos em que jogava com Ruesga em Espanha, no Portland San Antonio, também não será esquecida. Veio o campeonato seguinte, de 2018, e mais exibições superlativas do ponta-‑esquerda, destacando-se o jogo do título novamente contra o SL Benfica, com cinco remates certeiros, apenas atrás de um perfeito Pedro Portela com seis. Pleno de raça, lá andava Nikčević nas funduras da esquerda, sempre pronto a disparar, naquele que foi um dos seus melhores jogos em Portugal.

Tenho pena de não ver Nikčević a chegar aos 400 golos pelo Sporting CP. Estava nos 390 e prometia ainda ser uma boa ajuda para reconquistar o título nacional. Do que sentirei mesmo falta será do seu gesto habitual quando marcava um golo no João Rocha. Dirigia-se para a bancada, com o braço direito em V, em posição de força, e, com um olhar autoritário, exigia que apoiássemos o Sporting CP. A nós, restava-nos corresponder e puxar ainda mais pela equipa. Os títulos que ficam são saborosos. Ter tido um jogador assim em campo é um orgulho. Até sempre Nikčević.  

Futebol, Gamebox, Estatutos e Taça 2018/2019!!!

Por Tito Arantes Fontes
28 maio, 2020

O SCP é feito por Todos e por cada Um de nós, pelos que podem e também pelos que não podem!

Regresso do futebol

O futebol está quase a regressar! Depois de todo este tempo de pandemia começamos – com justificadas cautelas – a “cheirar” o regresso dos jogos do campeonato!

A “estreia” do nosso SCP será em Guimarães, no dia 4 de Junho! Ou seja, já na próxima semana! Teremos aí a oportunidade de ver regressar a nossa equipa e de aquilatar do trabalho que Rúben Amorim vem fazendo, quer quanto ao necessário para acabar esta época na melhor classificação possível, quer quanto à preparação da próxima. Temos vários jovens jogadores de “high profile” nos quais todos colocamos muita esperança!

Especial cuidado merecem os jogadores de futebol, nomeadamente quanto ao seu estado físico e às enormes precauções a ter em conta para evitar o aparecimento de lesões.

Vamos, pois, aproveitar estes dez jogos para desfrutar, melhorar e preparar também aquela que será, assim o cremos, mais uma época de renovada e grande esperança Leonina – a temporada 2020/2021!

 

Gamebox

A Direcção do SCP já divulgou as ideias fundamentais sobre a política de Gamebox e a compensação/reembolso aos Sócios das verbas suportadas nesta época pelos mesmos. Um Clube sério e próximo dos seus Sócios é assim mesmo que procede.

Mas – como já defendi nestas páginas – compete aos Sócios, os que tenham condições para o fazer, ajudar o Clube nesta fase. É o que com muito gosto farei! E por isso reafirmo que não exigirei nenhum cêntimo de compensação pelas Gamebox (minha e dos meus filhos) desta época de 2019/2020. E – também desde já o afirmo – faço questão de na próxima época de custear as Gamebox em montante pelo menos igual ao que suportei nesta. É esse o apelo que faço a Todos os Sócios, nomeadamente aos que podem, bem entendido. Apoiar o nosso Clube, o nosso SCP, com tudo o que conseguirmos! Neste caso com uma subscrição em “onda verde” de Gamebox aos preços que sejam definidos pelo SCP, mas nunca em verba inferior à que este ano vigorou! O SCP é feito por Todos e por cada Um de nós, pelos que podem e também pelos que não podem! Certo é que só com todos os Sportinguistas é que ajudamos o Clube e é com Todos que o fazemos reerguer desta crise pandémica sem precedentes. Por isso este apelo… o apelo para os que podem ajudarem o Clube em nome também dos que podem menos ou não podem mesmo! Podemos ter diferentes graus de capacidade financeira, mas – nisso tenho a certeza – somos todos iguais no nosso Grande Amor! No Amor ao nosso SCP!

 

Estatutos / Vida Associativa / Assembleias Gerais

Muito se tem escrito sobre uma possível revisão dos nossos Estatutos. Esta situação de pandemia com as inerentes medidas de confinamento sanitário e social vieram demonstrar de modo flagrante e evidente a imperiosa necessidade de revermos os nossos Estatutos. Desde logo é fundamental instituir o chamado “voto electrónico”. É a única forma de, numa situação como a presente, a vida associativa do SCP decorrer com toda a normalidade, permitindo aos Sócios tomarem parte e decidirem sobre as questões magnas da vida do Clube, nomeadamente em assembleias gerais que sejam susceptíveis de ser realizadas em total segurança e cumprimento de regras de saúde. Tratemos, pois, desta importante matéria! Tratemos de rever os nossos Estatutos, adaptando-os ao século XXI e às novas tecnologias. Assegurando a maior democraticidade interna e a maior participação e proximidade com os Sócios!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

 

P.S. – No dia 25 de Maio fez um ano que ganhámos a final da Taça de Portugal de 2018/2019! No Jamor! Que vitória! Que emoção! Que cavalgada o nosso SCP fez a partir desde logo das meias-finais! Eliminando com toda a justiça os nossos rivais da Segunda Circular! E fazendo um épico jogo na final! Rever o jogo, rever os golos, reviver os momentos de ansiedade… o empate que sofremos “para lá da hora”… a evolução dos penáltis… para depois, em puro e total êxtase, comemorar! Nós, Sportinguistas, sabíamos! Aquela Taça era nossa! Por tudo, porque em 2018 aconteceu o que aconteceu… porque nós, Sportinguistas, enchemos o Jamor de cor, de fé, de esperança! Porque estivemos até ao fim… como em 2015 também já tínhamos estado… porque quando queremos somos invencíveis! Porque “só eu sei”! E porque “O Mundo sabe que!”!!!

Foto Mário Vasa

Sporting Sempre!

Por Filipe Osório de Castro
19 maio, 2020

A minha decisão de renunciar ao cargo de vice-presidente do SCP tem por fundamento exclusivo razões pessoais e profissionais que me impossibilitam de continuar o bom e responsável exercício do cargo que me foi atribuído

Para evitar especulações e novelas inexistentes, a minha decisão de renunciar ao cargo de vice-presidente do Sporting Clube de Portugal tem por fundamento exclusivo, repito, tem por fundamento exclusivo razões pessoais e profissionais que me impossibilitam, actualmente, de continuar o bom e responsável exercício do cargo que me foi atribuído.

A pandemia mundial originada pela doença COVID-19 teve, na actividade das empresas de que sou accionista e presidente executivo, um fortíssimo impacto económico que faz com que seja imperativo, neste momento e de forma inadiável, que tenha que me dedicar exclusivamente ao meu grupo económico de raiz familiar.

Sinto-me orgulhoso por ter feito parte de uma Direcção que apesar de ter recebido o nosso Clube na mais grave fase da sua vida (destruição de activos, reembolso de empréstimo obrigacionista, renegociação da dívida, entre outros desafios urgentes), conseguiu responder a todos estes desafios com determinação e capacidade, deixando agora o nosso Sporting Clube de Portugal em melhores condições para continuar a travar e ganhar combates. Saio com a consciência tranquila e com o sentimento de que servi o Sporting CP o melhor que pude, o mais que consegui e o quanto as circunstâncias o permitiram.

Gostaria ainda de realçar e agradecer o empenho dos funcionários que comigo directa ou indirectamente trabalharam, bem como agradecer o apoio e trabalho dos meus restantes colegas de Direcção, em especial ao presidente Frederico Varandas, desejando-lhes um bom trabalho e toda a sorte do mundo!

É agora tempo de voltar para a bancada para poder ajudar no apoio e testemunhar as vitórias do meu Sporting Clube de Portugal.

Sporting Sempre!

Foto Pedro Zenkl

Dia Internacional dos Museus

Por Isabel Victor*
18 maio, 2020

“Os museus são um importante meio de intercâmbio cultural, enriquecimento de culturas e desenvolvimento de entendimento mútuo, cooperação e paz entre os povos”

O Dia Internacional dos Museus, instituído há quarenta anos pelo International Council of Museums, realiza-se consecutivamente desde 1977, no dia 18 de Maio, com o objectivo de congregar a comunidade internacional dos museus e chamar a atenção para o facto de que “os museus são um importante meio de intercâmbio cultural, enriquecimento de culturas e desenvolvimento de entendimento mútuo, cooperação e paz entre os povos”.

O Museu Sporting, apesar de temporariamente encerrado por imposição das restrições ditadas pela pandemia de COVID-19, associa-se em espírito a este Dia Internacional do Museus, com a frustração óbvia de não poder receber os visitantes, mas convicto de que encontraremos em conjunto, com responsabilidade e imaginação, formas alternativas de manter o museu vivo e em segurança na “nova normalidade” em que, mais do que nunca, os espaços de identidade e memória, passada e futura, se tornam vitais. Os Museus são neste momento as instituições mais bem preparadas, técnica e cientificamente, para registar e tratar documentalmente as mudanças e sentimentos gerados pela COVID-19. O Museu Sporting inscreve este objectivo primordial na sua missão e para tal apela aos/às atletas do Clube, o seu imprescindível contributo na colecta de objectos e memórias marcantes.

“Eu não quero ser uma árvore; quero ser o seu significado”, palavras sábias de Orhan Pamuk, Nobel da literatura que escreveu o romance “Museu da inocência”, uma história de amor que inspirou um raro museu com o mesmo nome, distinguido com o Prémio Museu Europeu do Ano, em 2014. Orhan Pamuk insiste na dimensão humana, plural e subjectiva dos museus, valoriza os pequenos museus que nascem em casa e o poder das estórias “Nos museus temos História, mas o que precisamos é de histórias”.

Também nós acreditamos que o futuro do museu começa em casa. Nunca antes foi tão pertinente, nunca antes foi tão evidente a urgência de reflectir no museu as histórias únicas e irrepetíveis, o(s) sentimento(s) e seus actores**. Que o Museu seja capaz de incorporar no seu edifício humano toda a diversidade, drama, paixão e intensidade que as histórias contêm.

O Museu Sporting, perfilhando  o ideal poético de Orhan Pamuk, sem preconceitos nem delongas, quer abraçar a diversidade que dá sentido ao eclectismo, à sua prática e pensamento, em todas as áreas do Clube; quer ser janela para os múltiplos e sentimentais “Museus em casa” e,  a várias vozes, contar com toda a emoção os mais belos capítulos de uma grande história de amor que se reinventa em cada gesto, em cada instante que proclama: Mais uma taça para o museu!

Todos desejamos esse instante mágico. O Museu vive dele.

Viva o Dia Internacional dos Museus!

 

* Museóloga

** Nota: incluímos nesta celebração simbólica o Museu do Sporting em Leiria, colecção Bernardes Dinis e o próprio “Dinis” porque ele representa o melhor deste sentimento. Obrigada.

 

Crescer com uma Lenda

Por Miguel Braga *
14 maio, 2020

(...) aquele que era considerado o mais ágil, o mais felino e o mais elegante dos guarda-redes nacionais (...)

Cresci a ouvir histórias do Vítor Damas. Apesar de ter saído de Portugal para jogar em Espanha, mais ou menos na mesma altura em que eu fazia um ano de idade, os elogios de todos, especialmente do meu pai, estimulavam a imaginação de um pequeno Leão. Lembro-me que contava uma história, de um Sporting CP vs. SL Benfica, onde o Eusébio, depois de ter sido surpreendido por uma defesa do outro mundo do Damas, correu para este de mão estendida para o cumprimentar – na altura, rezam as crónicas, foi assobiado pelos próprios adeptos.

Já depois de 1975, numa altura em que o FC Porto de Pedroto tentava desviar jogadores de Alvalade, a verdade é que o Sporting Clube de Portugal não conseguiu renovar com aquele que era considerado o mais ágil, o mais felino e o mais elegante dos guarda-redes nacionais e o jogador acabou por ir para Espanha, para o Racing de Santander. O facto de ter dito que não ao então seleccionador nacional (Pedroto) e de ter rumado ao país vizinho, fez com que a Selecção Nacional se esquecesse durante uns anos de um dos melhores de sempre na sua posição.

Os tempos eram outros, e por isso, Damas chegou também a ser vítima de uma crueldade dos regulamentos. Foi em 1971, num jogo que opôs o Sporting CP aos escoceses do Glasgow Rangers, na segunda mão de uma eliminatória europeia. Os 90 minutos terminaram com a vitória caseira por 3-2, resultado idêntico ao que tinha acontecido na Escócia. O jogo foi então para prolongamento, o SCP venceu por 4-3, e o árbitro mandou começar a ronda de pontapés de penálti. Entre os postes, Damas foi um gigante, defendendo todos os penáltis para alegria dos adeptos presentes no Estádio. Para o final, porém, já nos balneários, estava guardado o final trágico: apesar da vitória, apesar de ter defendido todos os pontapés da marca dos onze metros, foi o Rangers quem passou a eliminatória: nessa época, tinha entrado em vigor a regra dos golos forasteiros, e nem o desconhecimento da nova lei por parte do árbitro serviu para o Sporting CP convencer a UEFA dos danos morais, materiais e desportivos da derrota.

Damas acabou por regressar a Portugal, primeiro ao Vitória SC, depois ao Portimonense SC, antes de voltar ao Clube do seu coração. Foi mais ou menos por esta altura, que dei também os primeiros e últimos passos na minha curta carreira de guarda-redes. O ponto alto foi um treino no Sporting CP, sob a batuta do mister Osvaldo Silva, onde acabei por perceber que as balizas do Clube eram muito maiores do que as da escola que frequentava. Por isso mesmo, tudo passou a fazer mais sentido quando em 2009, o Sporting CP eternizou Damas no círculo exclusivo de Lendas do Clube, baptizando a Baliza Sul de Alvalade com o seu nome.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

 

 

 

 
 

O Leão ecléctico voltará….

Por Juvenal Carvalho
14 maio, 2020

E capacitemo-nos todos disto. Juntos seremos imbatíveis. Seremos mesmo uma muralha inexpugnável. À prova de qualquer pandemia!

Falar da época desportiva de 2019/2020 em qualquer modalidade, é falar de algo que nem nos nossos piores sonhos enquanto seres humanos seria expectável. Mesmo a Lei de Murphy, quando comparada com a pandemia em que vivemos, tem que ser vista como simpática.

No passado dia 29 de Abril – a Federação Portuguesa de Futebol já o havia feito anteriormente com o futsal – foi decidido através de comunicado conjunto das quatro federações dar por concluída a época desportiva no andebol, basquetebol, hóquei em patins e voleibol, por falta de condições de saúde pública para a retoma. Foi decidido, e bem, não atribuir o título de campeão desta época, como foi igualmente estabelecido, e para mim também bem, atribuir as vagas para as competições europeias da próxima época em função do mérito desportivo até ao momento em que acabaram as provas.

Uma coisa é certa. Todo o planeamento de uma época desportiva, todo o suor sangue e lágrimas foi deitado a perder por um vírus cobarde e invisível.

Falando só do Sporting Clube de Portugal, que é aquele em que estão concentradas as nossas atenções, das cinco modalidades de pavilhão liderávamos no futsal e no basquetebol, esta com o simbolismo de o ser em ano de regresso, e éramos segundos classificados, a depender só de nós para conquistar o título nacional no andebol, no hóquei em patins e no voleibol, estando ainda também, em todas elas, na disputa da Taça de Portugal e, no caso do voleibol, igualmente na meia-final da Taça Challenge.

Resta agora, e porque não vale chorar sobre leite derramado, porque não é esse, nunca foi, nem nunca será, o ADN do Sporting CP, encarar a próxima época, e mesmo que com as dificuldades inerentes ao estado de coisas que este vírus nos trouxe à colação também na vertente económica, regressarmos de novo para ganhar em toda e qualquer modalidade. Acabou tristonha esta época. Regressará seguramente rampante o Leão ecléctico para a próxima época desportiva. Temos e vamos estar competitivos. Temos e vamos continuar a encher o ‘João Rocha’ com aquele ambiente cativante e empolgante que nos caracteriza. 2020/2021 trará um Sporting CP como nos habituou. Com roupagem ganhadora. Isto porque o “Mundo Sabe Que”… pelo Sporting Clube de Portugal, lutaremos e caminharemos lado a lado, mesmo que seja até depois da morte. 

Tudo isto porque o que não nos mata torna-nos mais fortes. E capacitemo-nos todos disto. Juntos seremos imbatíveis. Seremos mesmo uma muralha inexpugnável. À prova de qualquer pandemia!

Deo Gratias

Por Pedro Almeida Cabral
14 maio, 2020

Só podemos estar agradecidos a tão grande atleta que marcou a história do Clube como poucos

Anda para aí uma teoria que não devemos apreciar excessivamente os atletas do Sporting Clube de Portugal. É uma espécie de atitude preventiva. Como, tarde ou cedo, o atleta deixa o Clube ou fará algo com que não concordamos, mais vale atalhar caminho e dizer, circunspectamente, que é apenas um trabalhador assalariado do Sporting CP. A tese vem embrulhada num slogan peremptório: zero ídolos. Assim que surge oportunidade, lá vem ele, pronto para usar em todas as modalidades e desilusões. Só que achar que não se deve admirar os atletas que se transcendam com a verde e branca é negar a essência do Sporting CP. Em mais de um século de história, o Clube tem uma galeria de atletas que merecem ser recordados pelo que nos deram. Sem eles, haveria Clube, mas seria outro, bastante mais pobre. 

Um desses que serão para sempre lembrados é André Henrique Justino, mais conhecido por Deo. O ala brasileiro chegou ao Sporting CP em Janeiro de 2002. Ainda jogou na nave do velhinho estádio e foi ele quem marcou o último golo do Sporting CP nessa quadra de ambiente infernal. O melhor ainda estava para vir. E veio. Foram 16 temporadas. 604 partidas. 295 golos marcados. 26 títulos. Uma Liga dos Campeões, oito Campeonatos, seis Taças de Portugal, sete Supertaças, uma Taça da Liga e três Taças de Honra. 

O jogador de futsal com mais jogos de sempre do Clube. Uma lenda da quadra que marcava quando ninguém esperava. Um artilheiro mortífero que vivia cada desafio, em especial os jogos grandes, como um Leão insubmisso. Um atleta inspirador que nunca virou a cara a um adepto para uma conversa simpática. 

Se tivesse que escolher um momento de Deo, será sempre o golo na meia-final da Liga dos Campeões do ano passado. Defrontávamos o Inter FS, nosso carrasco nas duas finais anteriores, e já perdíamos por um golo. Como Deo me disse uma vez, a equipa sabia que se não marcássemos rapidamente, a ansiedade apoderar-se-ia de corpo e mente. Não podíamos perder uma vez mais com o Inter FS. Sabendo disso, Deo partiu do meio campo, cavalgou meia quadra e, com um tiro de meia distância, empatou o jogo sozinho. O resto foi história. 
Só podemos estar agradecidos a tão grande atleta que marcou a história do Clube como poucos. Se o futsal do Sporting CP é uma das modalidades que nos enche de orgulho, foi graças a Deo. Ou, em latim, numa tradução Sportinguista: Deo gratias.

Créditos e débitos do SCP... (e “OPA vermelha” e “Obrigações azuis”...)

Por Tito Arantes Fontes
14 maio, 2020

A conclusão que se quer passar é só uma: que o SCP é “mau” quando não paga e é igualmente “mau” quando não lhe pagam! Tudo serve para denegrir o Clube!

Nestes tempos de confinamento, os jornais não trazem notícias de resultados desportivos. Têm, pois, o problema de aparentemente não terem “objecto” para falar. Mas é apenas uma aparência, pois essa comunicação social tem sabido continuar a alimentar os seus jornais sempre com notícias “novas” e hábitos “velhos”... especialmente os “maus hábitos”.

Avultam nesses “maus hábitos” o modo insultuoso com que sistematicamente é mimoseado o nosso SCP!

Exemplo? Saliento um em especial... o modo como são tratadas as supostas dívidas do SCP e a maneira como são anunciados os seus créditos. Há uma abissal diferença no tratamento. As dívidas são apresentadas como “crimes de lesa-humanidade”... prenunciadores da eminente debacle em que o Clube se encontrará. Apresentadas e divulgadas ao mundo como se o SCP nesta “hora COVID-19” fosse a única entidade no planeta Terra que gerisse a sua tesouraria! E fosse trapaceiro, mau pagador, uma entidade tóxica! Já os créditos são de um modo geral minimizados... quase até querendo-se demonstrar a inabilidade do SCP em os conseguir cobrar. Aproveitando-se mesmo para insinuar que essa impossibilidade momentânea de cobro é reveladora da debacle a que o Clube se encontra condenado!

A conclusão que de modo sublimar se quer passar é só uma... que o SCP é “mau” quando não paga e é igualmente “mau” quando não lhe pagam! Tudo serve para denegrir o Clube! Irra! É demais!

Contrasta de modo gritante com este tratamento que a comunicação social reserva para o SCP o facto de quase ter passado desapercebido o verdadeiro, inevitável e implacável chumbo com que a CMVM mimoseou a “OPA vermelha”... mesmo depois desse nosso adversário ter apresentado um pedido de revogação da OPA em causa! Uma monumental vergonha! Igual sorte mereceu a “debacle azul” quanto ao cumprimento do empréstimo obrigacionista de 35 milhões de euros em Junho deste ano! Passou “de fininho”, quase sem referências...Pergunto, pois... onde estão os artigos de fundo? Onde estão as análises sábias dos “experts” da nossa comunicação social? Onde estão as primeiras páginas sensacionalistas? Onde estão os debates televisivos? Onde estão os programas de televisão para análise do fim anunciado desses “hossanas” azuis ou encarnados? Onde estão?

Pois é... dois pesos, duas medidas! Tristeza imensa que a nossa comunicação social assim seja... e assim se tenha deixado “aprisionar” e “colonizar”!

Entretanto, no meio desta infeliz e torpe comunicação social, o Clube cresce e dá exemplos de cidadania e de organização! Desde logo com o fantástico apoio a vários níveis que tem desenvolvido a favor dos mais necessitados, com a prestimosa ajuda e colaboração dos Leões de Portugal, da Fundação SPORTING e de vários Núcleos do SCP e outros grupos de Sportinguistas.

E desde logo também na liderança e natural protagonismo que o presidente Frederico Varandas assumiu na reunião com o senhor primeiro-ministro sobre o “desconfinamento” no futebol profissional.

Exemplar!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

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