"Lutamos por um futebol digno, transparente e com dignidade"
26 Abr, 2017
Bruno de Carvalho apresentou a Fernando Gomes e Pedro Proença um conjunto de propostas para o futebol nacional
O Presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, esteve reunido esta manhã com Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, na Cidade do futebol, onde apresentou um conjunto de propostas para o futebol nacional e abordou vários temas da actualidade desportiva. O balanço é positivo.
"Estamos em sintonia numa série de assuntos. Há um programa eleitoral que é para ser posto em vigor, relativamente à arbitragem. Tudo será pensado para que na próxima época possa ter efeito. O Sporting foi pioneiro no vídeo-árbitro, esperamos que se possam corrigir algumas decisões que foram tomadas dentro do campo e que não foram devidamente sancionadas", começou por dizer o líder leonino, numa altura em que o dérbi do passado sábado continua a dar que falar fora das quatro linhas.
"Não podemos confundir muitas vezes o que são as intervenções dos presidentes, nem se pode confundir rivalidades com ódios. Os ódios não vêm de se falar, de haver troca de palavras dos presidentes. Não é isso que eleva os índices do ódio, não é isso que leva os adeptos a irem para a rua e a terem determinado tipo de atitudes. O que leva os níveis de ódios são as tarjas a gozar com pessoas que foram mortas, as tentativas de homicídios de atirar petardos e cadeiras para cima das pessoas, são os cânticos constantes e alusivos a essas mortes e o facto de não se fazer nada... ou os diretores de comunicação, que têm responsabilidades, irem falar em folclore. Isso sim eleva os índices de ódio a um extremo que sempre condenarei, e que não aceito. Há linhas que não se ultrapassam, as famílias das pessoas, a vida humana não pode ser ultrapassada. Não nos podemos perder no acessório", explicou, deixando clara a sua visão sobre o estado atual de violência no futebol português. Pelo meio, uma 'bicada' ao presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
"Fui muito claro na minha resposta. Não podemos ultrapassar certas linhas e envolvermos as famílias. Acho que quando me tentam imputar um crime estão-me a ofender a mim e à minha família. É do mais reles possível fazer uma coisa dessas", frisou, acrescentando: "Há preocupação com a violência e é preciso vermos o que é ou não importante. O Sporting não veio aqui falar do Sporting, mas sim de alterações fundamentais para o futebol português, que afectem todos os clubes. Não pretendemos nenhuma vantagem para nós, mas sim lutar por um futebol digno, transparente, com dignidade. Nós dirigentes temos um papel fundamental nisso", concluiu.