Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Opinião

Passado, presente e futuro

Por Miguel Braga*
01 Out, 2020

Temos agora de capitalizar esse golo, essa qualidade individual, no espírito colectivo que está a ser construído naquela que é a futura Academia Cristiano Ronaldo

O golo de Tiago Tomás, na semana passada frente ao Aberdeen FC, da Escócia, teve mais do que um significado. A começar, para o Sporting CP, que garantiu a passagem à eliminatória que hoje jogamos frente ao LASK, da Áustria; depois, para o próprio jogador, que logo a seguir ao jogo confessou: “foi uma noite inesquecível para mais tarde contar aos meus netos”. Por fim, foi também um regresso ao passado, em concreto àquela noite europeia onde então o jovem teenager Litos inscreveu o seu nome da História do Sporting CP ao ser o jogador mais novo de sempre a marcar pelo Sporting CP nas competições europeias. Tiago Tomás, o nosso “TT”, na passada quinta-feira, seguiu-lhe os passos, entrando directamente para o segundo lugar nessa lista.

Em 1984 o mundo, o país e o Sporting CP viviam realidades bem distintas das de hoje. E se o ano em questão foi título de um livro de George Orwell que deveria ser de leitura obrigatória para todos, foi também o ano em que Carlos Lopes venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em que Mark Zuckerberg, Thiago Silva, Katy Perry ou Le Bron James nasceram e que Ronald Reagan foi reeleito para a presidência dos Estados Unidos da América.

Entre os dois golos, passaram 36 anos e um sem número de jogadores oriundos da formação do Sporting CP pela equipa principal. E, por isso mesmo, o feito de Tiago Tomás merece o nosso aplauso. Não só pela execução técnica, não só pela qualidade do remate, não só porque nos deixa sonhar com quem não treme em frente à baliza, mas porque reforça que o regresso a esta aposta dá frutos. Temos agora de capitalizar esse golo, essa qualidade individual, no espírito colectivo que está a ser construído naquela que é a futura Academia Cristiano Ronaldo. 

Litos foi um jogador que deu muito ao Sporting CP, mas quem se lembra de o ver jogar, ficou também com a sensação de que poderia ter dado ainda mais. Fez cerca de 200 jogos de Leão ao peito, chegou a internacional A (apenas duas chamadas à selecção principal), mas a qualidade e a inteligência em campo nunca enganaram ninguém. Faltou-lhe o título de campeão, o próprio admite isso, mas além daquele momento mágico frente ao AJ Auxerre e de outros que muitos se recordam, há um que sempre foi especial para mim: a forma inteligente com que passou por toda a defesa do SL Benfica nos saudosos 7-1, na jogada do golo mais bonito da tarde, marcado por Manuel Fernandes em salto de peixe.

Ainda sobre algumas polémicas estéreis que marcaram a semana Leonina, convém sempre recordar Orwell: “Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir”. Assim será, sempre na defesa do Sporting CP.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Está de volta o que me move!

Por Juvenal Carvalho
01 Out, 2020

O Sporting CP é algo que tem um carácter de amor que para muitos não consegue ser explicado. Para mim é desde criança

A pandemia que chegou, e que nos confinou, acabou com a anterior época desportiva. A nova normalidade, embora que ainda em tempos estranhos, abriu a nova. Confesso que já tinha saudades. Infelizmente, ainda não temos o contacto no Pavilhão João Rocha ou no Estádio José Alvalade. O festejar os golos com o colega do lado, o cantar a plenos pulmões o ‘Mundo Sabe Que’, o ir às ‘roulottes’ beber uma cerveja e comer uma bifana antes e depois dos jogos. Afinal, aquilo tudo que vivenciámos anos a fio e a que nos habituámos.

Temos que aguardar então, sabendo esperar, que a saúde pública nos permita tudo isso. 

Mas no passado fim-de-semana já começou o pulsar verdadeiro da actividade das nossas equipas mais representativas no masculino e no feminino.

Já comecei a pedir links aos meus amigos para ver o hóquei em patins em Almeirim, ante os Tigres daquela cidade, já me agarrei à televisão para, enquanto via o jogo do hóquei em patins, passar os olhos pela Sporting TV para ver o andebol ante o ABC.

Que acordei até mais cedo no sábado para ver o futebol de praia frente ao Amigos da Paz.

Que no domingo voltei a ver o futebol de praia logo pela manhã; além de voltar a sintonizar a Sporting TV para ver o início da época oficial do futebol feminino frente ao Amora FC.

De seguida, voltei a pedir um link a amigo para ver o voleibol feminino em Matosinhos contra o Leixões, a ir espreitando num site da modalidade o resultado do hóquei em patins feminino, enquanto ia olhando para a estreia vitoriosa do nosso futebol em Paços de Ferreira.

Está chegada a nova normalidade do meu contentamento, que é partilhado por milhares de Leões. Aquela normalidade que me é peculiar de querer saber mais e mais do nosso Sporting CP. Saber do Sporting CP dentro dos terrenos de jogo, mesmo que afastado presencialmente, é tão só aquilo que me move. Este último fim-de-semana de Setembro foi o primeiro de muitos que vão chegar plenos de azáfama Leonina. De querer saber ou ver tudo, por vezes com o computador ao colo e com duas televisões ligadas ao mesmo tempo. 

Sei que existe alguma irracionalidade no meio disto tudo. Admito. Mas o Sporting Clube de Portugal é algo que tem um carácter de amor que para muitos não consegue ser explicado. Para mim é desde criança. Só que com uma diferença. O advento das novas tecnologias permite-me hoje saber tudo ao momento. Em criança só no dia seguinte tinha acesso aos resultados. Uma mudança motivada pelos sinais dos tempos. Que venha então esta nova normalidade, com a confiança de que no fim da Primavera que chegará, estejamos a festejar títulos. É esse o nosso ADN.

É de troféus que a nossa História é feita.

Dois passos em frente

Por Pedro Almeida Cabral
01 Out, 2020

(...) jogámos de forma arrumada e consistente. Num mantra que já está na boca de cada Leoa e de cada Leão, vê-se que Rúben Amorim está a construir de trás para a frente

O primeiro jogo do campeonato é sempre especial. Lembro-me bem do primeiro jogo que vi no nosso estádio. Aí pelos meus dez anos, quando se começam os campeonatos, em pleno Agosto, batemos o Rio Ave FC por 4-1, com dois golos do saudoso Paulinho Cascavel. Este brasileiro, hoje já tão esquecido, tinha raro faro para o golo e havia até de ser o melhor marcador dessa época. Criança, esgueirado para dentro do estádio para poupar no bilhete, inebriado com um ambiente de verdadeiro Sportinguismo, não esqueço esse domingo quando o futebol era só desse dia. 

Tantos anos depois, e num domingo tão diferente deste, começou finalmente o campeonato. Assolado por surtos de COVID-19, o Sporting CP não podia prometer muito, tão desfalcado que estava. Porém, o que se viu não foi uma equipa doente. Surpreendendo, jogámos de forma arrumada e consistente. Num mantra que já está na boca de cada Leoa e de cada Leão, vê-se que Rúben Amorim está a construir de trás para a frente, cuidando em especial da defesa, mantendo posse de bola na zona recuada com basta qualidade. 

Jogar em 3-4-3 é exigente e implica passes acertados a todo o tempo. O tridente defensivo – Neto (mesmo com alguns sustos), Coates e Feddal – cumpriu com trocas de bola precisas e cortes competentes. É até curioso ver como o uruguaio se adaptou bem a este sistema, acudindo às dobras como gosta, esbanjando tanta confiança que até deu em golo. Palavra também para Adán, que mostra a segurança que muitos, sem o verem jogar, já lhe negavam à partida, revelando-se agora como era flagrante essa injustiça.

Já se sabe que com três centrais os alas têm que ser preponderantes nos corredores. E aí Porro e Nuno Mendes mandam. O espanhol pareceu ter trocado de pulmão ao intervalo, surgindo tão fresco na segunda parte como na primeira. Ainda marcou um livre directo, bem açucarado, que parece dizer que da próxima entra. Já Nuno Mendes joga com a maturidade de um veterano, mas com a agudeza de um miúdo a jogar na rua. Domina a largura do corredor esquerdo, mas também vadiou pelo direito. De seguida, no meio campo, Wendel lança perfume quando organiza o jogo de forma tão natural. Bons detalhes também de Tiago Tomás, que da próxima não falhará aquele golo certo, de Jovane, que vai desequilibrando a defesa adversária e de Bragança que, a jogar como falso 10, esteve bem à-vontade. Muito há ainda a trabalhar, especialmente no processo ofensivo. Ficam dois golos e baliza imaculada. Dois passos em frente nesta longa caminhada que será este campeonato em tempos de COVID-19. É destes passos seguros que precisamos.

 

Assembleias Gerais… e futebol!!!

Por Tito Arantes Fontes
01 Out, 2020

(...) Contratações ajustadas e feitas com acerto. Mérito, neste aspecto e nesta época, da Direcção e do Presidente. E a manutenção de jogadores com maturidade e experiência de Clube e de balneário

Assembleia Geral (AG) do Clube – no passado sábado teve lugar a AG do nosso Clube para votação do Relatório e Contas de 2019/2020 e do Orçamento e Plano de Actividades para 2020/2021. A Assembleia, como já se sabia, era exclusivamente para votação dos documentos em causa. Ou seja, sem discussão ao vivo. Houve – isso sim e antes da mesma – perguntas e respostas nos moldes e com os timings anunciados. Quanto a esse aspecto foi o possível. É bom recordar, até pelas injustas críticas que vi serem feitas por alguns Associados, que as indicações da DGS de “política sanitária” são mandatórias (vide o enxovalho a que se sujeitou a agremiação do outro lado da Segunda Circular quando este passado fim-de-semana quis “inventar” quanto ao uso da sua tribuna). A AG foi – mais uma vez – gigante! Mais de três mil Sócios (sem comparação possível com qualquer outro clube nacional) apresentaram-se para votar. E fizeram-no com elevado sentido de responsabilidade social, de responsabilidade sanitária e de civismo. Sou testemunha também da qualidade da organização desta AG. Bem como do exemplar comportamento dos sócios do SCP! E a verdade é que os mais de 3.000 Sócios não mereciam o triste e infeliz episódio de agressão a um Sócio, que no exterior do recinto onde decorriam os trabalhos de votação, ocorreu. Não conheço os contornos dessa altercação. Mas digo que os 3.115 sócios do SCP que se apresentaram na AG não mereciam isso! O SCP exige-nos comportamentos civilizacionais que não podem ser manchados por cenas isoladas e singulares como a que ocorreu! É que – como seria previsível – a nossa “querida” comunicação social (com especial destaque para os sites dos jornais desportivos ditos de referência) estiveram o dia todo sem dar qualquer notícia do decorrer da nossa AG… até ao momento dessa espúria cena de agressão… e aí foi um regabofe… até parecendo que essa foi a matriz da AG! Não, não foi! A AG foi pacífica, civilizada, resultando numa enorme manifestação de amor ao Clube e de civismo! A comunicação social – se quer ser séria – não pode noticiar como noticiou! E nós – todos! – temos de tudo fazer para evitar estes episódios que – como demonstrado – 99,99% dos sócios não querem e não merecem! Palavra ainda para os funcionários do nosso Clube: Obrigado! Exemplares!

Os Resultados da AG – como se sabe, os documentos a votação foram “chumbados” por uma importante e significativa margem. Cerca de 70% de votos de Associados não aprovaram quer o Relatório e Contas, quer o Orçamento e Plano para a próxima época. É um resultado muito significativo, que obriga a reflexão de todos. Nomeadamente dos Órgãos Sociais, com especial destaque para a Direcção. É um resultado que tem – indubitavelmente – um significado “político”. O Clube está “partido”, fracturado… oscilando entre diferentes resultados em distintas e concorridas assembleias… o certo é que temos de encontrar novos caminhos, novos modos de nos vermos e de nos reconhecermos. É um árduo trabalho! E exige o esforço de todos. Pois, de outro modo, vamo-nos desgastando de modo estéril e inútil… é que não podemos andar sempre a oscilar entre maiorias de 70% nas assembleias com mais 15 mil sócios (por ex.: na única destitutiva da história do SCP) e de resultados eleitorais resultantes de eleições com cerca de 25 mil votantes… e depois tudo se pôr em causa por mais de 2/3 em assembleias com 3 mil Sócios… este é um tema que deve merecer séria reflexão de todos nós! Que Clube queremos? Quem são, afinal, os nossos adversários? Uns Sportinguistas (posicionem-se eles na “sensibilidade interna” em que se posicionem)? Ou – como creio que deve ser – os outros clubes, nomeadamente os outros de dimensão nacional?

Assembleia Geral da SAD – é hoje (considerando que escrevo na terça-feira, dia 29.09), ao fim do dia. Estarei presente. Relatarei aqui, na próxima semana e sinteticamente, o que me parecer relevante. Espero uma assembleia participada, com o nível de diálogo que na SAD sempre costuma ocorrer, desde logo pelas diferentes características da mesma.

Futebol – entretanto, no futebol a época oficial começou também para o SCP. E começou bem. Duas vitórias, dois jogos inteligentes. Indiscutível “dedo” do Rúben Amorim na preparação e motivação da equipa. Jovens talentos a confirmarem, jogo a jogo, a sua qualidade e o seu empenho. Contratações ajustadas e feitas com acerto. Mérito, neste aspecto e nesta época, da Direcção e do Presidente. E a manutenção de jogadores com maturidade e experiência de Clube e de balneário. Temos na quinta-feira o importante jogo com o LASK! E sim… é para ganhar! É para continuar a ganhar e a melhorar!

Arbitragem – o campeonato já começou… e no “campeonato da disciplina” já somos líderes destacados! A cada duas faltas o SCP leva com um amarelo… o FCP precisa de 36 faltas para ter 1 amarelo… e o “outro” só leva amarelo por cada 6 faltas… e isto é assim no dealbar da competição… e a Liga – tão “vilipendiada” nalguns desses lados – não faz nada? Não acaba com isto?

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

The First Dance

Por André Bernardo
24 Set, 2020

A “First Dance” nunca se esquece, esse Clube chama-se Sporting Clube de Portugal, tem um estádio chamado José Alvalade, um pavilhão João Rocha e agora, e para a eternidade, uma Academia Cristiano Ronaldo

Quando era miúdo, a espera pelos domingos na RTP2 tinha um só motivo: ver os resumos e jogos da NBA. Nessa altura só existiam quatro canais de televisão, não existia internet e muito menos redes sociais e tinha de ir até à livraria Barata para comprar uma revista norte-americana de referência sobre a modalidade, porque era dos poucos sítios que a vendia. Era criança, e mais do que fã de basquetebol ou dos Chicago Bulls, eu era fã de Michael Jordan.

O recente documentário da Netflix “Last Dance” retrata a última época em que os Chicago Bulls foram liderados pelo lendário camisola 23, que apesar de reconhecido no seu tempo, teve uma direcção dos Chicago Bulls que não o soube valorizar devidamente.

Michael Jordan não pertence ao olimpo dos melhores jogadores de basquetebol de sempre, Michael Jordan pertence ao olimpo dos melhores Atletas de sempre.

Cristiano Ronaldo já entrou no olimpo dos melhores Atletas de sempre, onde “muitos são os chamados, poucos os escolhidos”, e que de forma eterna marcará a História do desporto e inspirará várias gerações a deslocarem-se às “Livrarias Barata” e a esperarem pelos "domingos de RTP2" dos dias de hoje e de amanhã.

O tempo passa e, cerca de 20 anos depois, em Madrid, tive a oportunidade de durante oito anos trocar a Livraria Barata pelo Santiago Bernabéu, onde assisti de perto a Cristiano Ronaldo a destronar lendas como Raúl, Di Stéfano, Santillana, Puskas e Hugo Sánchez para se tornar no melhor marcador de sempre do Real Madrid.

Cristiano Ronaldo não é “apenas” o melhor jogador português de todos os tempos, não é “apenas” o capitão da única selecção nacional campeã da Europa e da Liga das Nações, não é “apenas” o jogador que superou quase todos os recordes individuais do Real Madrid, não é “apenas” o melhor marcador da Champions tendo vencido três de seguida (cinco no total), não é “apenas” o jogador vencedor de cinco bolas de ouro e não “é apenas” o jogador formado no Sporting Clube de Portugal.

Cristiano Ronaldo é tudo isto e muito mais. Nunca cortou o cordão umbilical com o Clube que o formou e o ajudou a crescer. A “First Dance” nunca se esquece, esse Clube chama-se Sporting Clube de Portugal, tem um estádio chamado José Alvalade, um pavilhão João Rocha e agora, e para a eternidade, uma Academia Cristiano Ronaldo.

 

Editorial da edição n.º 3786 do Jornal Sporting

O melhor jogador da melhor Academia

Por Miguel Braga*
24 Set, 2020

Cristiano é sinónimo de trabalho e sucesso e é isso mesmo que queremos dos nossos jovens e da nossa formação

No início da época 2001/2002, um jovem de 16 anos fez a pré-‑época com a equipa principal do Sporting CP. Acabou por não ficar nessa equipa campeã, onde na altura prontificavam os então jovens promissores Ricardo Quaresma e Hugo Viana. Na altura, começou a correr o rumor nos corredores e bancadas de Alvalade que existia mais talento na nossa formação e que, imagine-se, até diziam que era melhor do que o futuro Mustang. Verdade seja dita, no final dessa época, o jovem madeirense “completava” as suas épocas de formação do Clube com números impressionantes: 105 golos em 126 jogos disputados de Leão ao peito.

Foi por isso com natural expectativa que vimos crescer em Alvalade aquele que viria a ser o melhor jogador português de todos os tempos: ninguém ganhou mais que ele, ninguém foi tão consagrado, ninguém marcou tantos golos ou teve tantas internacionalizações. Mas no início da época de 2002/2003 toda a História ainda estava por escrever. Ainda antes da estreia oficial – que aconteceu frente ao FC Internazionale Milano, em jogo a contar para 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, no dia 14 de Agosto de 2002, substituindo o espanhol Toñito aos 68 minutos –, num jogo de pré-época frente ao Olympique Lyonnais era assim descrito pelo jornal Record: “Atenção a este miúdo. Tem poder de desmarcação, capacidade de drible e sentido de baliza”. Raras vezes foi tão certeira a descrição de uma jovem promessa. Mesmo assim, havia quem duvidasse que Ronaldo chegaria ao Olimpo do Futebol. László Bölöni, o treinador que o lançou, recordava há uns anos uma aposta com o seu advogado, Fernando Seara, conhecido adepto do clube rival: “Ele era benfiquista e ficou escandalizado por eu ter dito a uma rádio que o Ronaldo iria ser tão bom como Eusébio e Luís Figo. Então apostei que não só iria ser tão bom como até seria melhor. Ainda estou à espera que me pague o jantar”.

Entretanto, passaram-se 18 anos de uma História sem igual. E hoje, o nome Cristiano Ronaldo é sinónimo de sucesso, de trabalho, ou se quisermos, de esforço, dedicação, devoção e glória. Ronaldo é a personificação do nosso lema, alguém que soube ouvir, que soube trabalhar e continuar a acreditar até superar os seus próprios sonhos.

Esta semana foi desvendado um segredo bem guardado: Cristiano, a Lenda, aceitou o desafio do presidente Frederico Varandas e a homenagem do Clube que o fez jogador e homem: dar o nome à nossa Academia, pedindo apenas em troca que o Clube faça a inauguração com o próprio presente. A todos os envolvidos, o Sporting CP e os Sportinguistas só podem estar agradecidos. Ronaldo faz parte da nossa essência e a essência de Ronaldo é verde e branca. Cristiano é sinónimo de trabalho e sucesso e é isso mesmo que queremos dos nossos jovens e da nossa formação. Que assim seja.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Stromp ficou orgulhoso

Por Juvenal Carvalho
24 Set, 2020

Ser do Sporting CP e ter uma história com figuras destas só está ao alcance dos Grandes. E nós somos muito Grandes

“Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor, nós é que devemos sentir-nos honrados por ter esta camisola vestida”.

A frase acima simboliza na perfeição o Homem que a proferiu. O Sportinguista. Alguém que viveu uma vida que, embora infelizmente curta, foi de um Sportinguismo militante tão fervoroso, de uma dedicação tão sem paralelo, que não por caso haveria de eternizar este fundador do nosso Clube como o nosso ‘sócio número 3’.

Cada vez que o nome de Francisco Stromp entra em equação, não existe nenhum Sportinguista que não trema de emoção, que não venere tão distinto Leão.

Numa decisão muito bem conseguida, começou a ser disputado a partir do ano de 2011 o “Troféu Stromp” pelas nossas modalidades. Um troféu que, apesar de carácter não oficial, é de um raro simbolismo para os nossos atletas. Este ano não foi excepção, e a começar pelo voleibol, passando pelo futsal, pelo hóquei em patins e pelo andebol, e terminando no basquetebol, todas as modalidades masculinas não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias e trouxeram para o nosso Museu mais cinco troféus, e todos eles com um denominador em comum, o nome de Francisco Stromp. Além de deixar uma certeza: Estamos competitivos e podem contar connosco para a época que está a começar.

Se assim o foi no sector masculino, também no feminino as nossas Leoas do futsal, do hóquei em patins e do voleibol não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias, e também elas, com que honra, trouxeram para as vitrinas do nosso Museu mais três troféus. Ao todo, somaram-se oito, que, como escrevi no título desta coluna de opinião, deixou o nosso sempiterno Francisco Stromp orgulhoso onde estiver. E com que carga simbólica, todos os nossos rapazes e raparigas de Leão rampante ao peito ergueram de braços ao alto estas oito conquistas, até porque se é bom o Sporting Clube de Portugal ganhar sempre, quando entra em equação Francisco Stromp é, por tudo, ainda mais simbólico. Este “monstro” do Sportinguismo foi honrado. Com ele, e outros como ele, o “Mundo Sabe Que” pelo Sporting Clube de Portugal nós temos amor e somos doentes. 

Ser do Sporting CP e ter uma história com figuras destas só está ao alcance dos Grandes. E nós somos muito Grandes. Somos desde 1906 o Sporting Clube de Portugal, que os fundadores tão bem o preconizaram e acertaram: Grande, tão grande como os maiores da Europa.

O Regresso do Sporting CP

Por Pedro Almeida Cabral
24 Set, 2020

Na semana em que se soube que a nossa Academia passará a ter o seu nome, numa homenagem e valorização da marca Sporting CP com impacto mundial, é o melhor augúrio para o jogo de hoje

Depois de meses sem competições e em sobressalto por não saber o que esperar, está para breve o regresso do Sporting CP. Embora a COVID-19 atrapalhe, e os sucessivos casos não deixem margem para muito optimismo, a nossa vida, com cautelas, cada vez mais será de convívio com a possibilidade de infecção. O desporto tem que seguir o mesmo caminho. Sob pena de no final da pandemia, quando já houver panaceia ou vacina, não sobreviverem clubes dignos desse nome.

Aproxima-se, esperemos, o primeiro jogo oficial do Sporting CP nesta nova época. E para o Sporting CP, a quem só interessa ganhar, nada melhor que uma final. O jogo com o Aberdeen FC não tem segunda oportunidade: é jogo único de acesso à Liga Europa. Ao Sporting CP resta cumprir a sua missão de vencer na Europa e de cumprir o destino e a responsabilidade de quem tem 37 títulos europeus em tantas modalidades.

São muitos os que estão ‘fora do jogo’ por COVID-19. O plantel acaba por ter soluções para os maiores problemas, fintando o vírus. Sem Pote nem Nuno Santos, haverá Vietto. Com Palhinha de fora, entra Matheus Nunes. Não havendo Borja, Quaresma nem Gonçalo Inácio, Neto deve começar de início. Estando Max indisponível, as redes pertencerão a Adán. Jogue quem jogar, o que interessa é o Sporting CP entrar nesta nova época com vitória e passaporte para a Liga Europa.

Este regresso do Sporting CP é também uma oportunidade para dar experiência europeia a jovens jogadores. Como voltámos a ter equipa B – que nunca devia ter acabado, pelo crescimento que proporciona –, é daí que foram chamados alguns miúdos para ajudarem contra os escoceses. Destaco o central João Silva e os extremos De Wit e Geny Catano. Esta possibilidade de tenras esperanças do Sporting CP se poderem estrear num jogo europeu é o que deve caracterizar um clube formador. Sobretudo o Clube que deu ao mundo um dos melhores jogadores de sempre, Cristiano Ronaldo. Na semana em que se soube que a nossa Academia passará a ter o seu nome, numa homenagem e valorização da marca Sporting CP com impacto mundial, é o melhor augúrio para o jogo de hoje.

Futebol (COVID-19), AG… e Cristiano Ronaldo!!!

Por Tito Arantes Fontes
24 Set, 2020

(...) o nosso Cristiano Ronaldo está connosco e connosco quer continuar! É em si mesmo uma excelente notícia!

Futebol – a COVID-19 entrou mesmo no nosso Clube e tem vindo a afectar as nossas equipas, nomeadamente a de futebol e a de voleibol. Esperamos que essa “besta covidiana” fique por aqui. E que – depois destes momentos de preocupação e sofrimento conjunto – fiquemos mais fortes, mais imunes, mais apetrechados para os tempos difíceis que se avizinham, pois a pandemia não dá mostra de querer acalmar.

No futebol, que – como todos sabemos – é a “mola real” da vida do Clube, ficámos sem o jogo dos nossos queridos Cinco Violinos. E – depois desse – também foi adiado o nosso primeiro jogo na Liga NOS. Adiamento provocado, em primeira mão, pela situação do Gil Vicente FC, também afectado COVID-19. O tema é que quem decidiu o adiamento foi a Administração Regional de Saúde do Norte, na sequência de casos gilistas que foram detectados pelo Agrupamento de Centros de Saúde de Barcelos/Esposende, dizendo que “não estavam  reunidas as condições necessárias para a realização do jogo do dia 19 de Setembro de 2020”. É a tal situação de que falámos na nossa coluna da semana passada. A decisão é casuística, subjectiva, ditada até por entidades regionais e locais distintas e que podem ter apreciações e critérios diferentes perante situações que possam parecer ao grande público como similares. Corremos o sério risco da “discussão nacional” que temos a propósito das arbitragens se repetir e transmudar para as “autoridades de saúde”. E isso é mau sobre todos os pontos de vista. Preferiríamos o estabelecimento de regras universais, claras, transparentes e objectivas para todos os competidores e jogos do Campeonato Nacional. E – por isso e para isso – a Liga devia trabalhar e lutar. O estado actual é potencialmente fomentador de mais discussão… é só chegarmos a jogos mais importantes e decisivos e veremos o impacto e a “instrumentalização” que deste tipo de situações poderá vir a ser feita. À atenção, pois, dos responsáveis do Futebol nacional.

Assembleias Gerais – é já no próximo sábado que se reúne a Assembleia Geral (AG) do nosso Clube. Infelizmente, e por força das limitações “covidianas”, só poderemos votar o Relatório e Contas da época passada e o Orçamento e Plano de Actividades para a próxima temporada. Ou seja, não teremos o habitual debate destes documentos. Faz-nos falta. Compreendemos, naturalmente que compreendemos as razões, bem como o parecer técnico e as recomendações da DGS (vide último Jornal Sporting, página 26), mas – sim – faz-nos falta. Faremos sempre, todavia, essa análise e apreciação. Os documentos estão acessíveis e todos os Sócios têm, como sempre, a possibilidade de os conhecer e apreciar. Três dias depois, ou seja, no dia 29, pelas 18 horas, teremos a AG da SAD. Menos gente, sempre muito menos gente. Umas dezenas. E – por isso – exequível a sua realização com debate, mesmo neste tempo “COVID-19”. Lá estaremos, claro.

Cristiano Ronaldo – é uma enorme satisfação para todos os Sportinguistas contarmos com o apoio e o nome deste verdadeiro “Imperador” do Futebol português, europeu e mundial! É um jogador ímpar! O melhor jogador português de todos os tempos! E – por isso mesmo e pelo modo como sempre se pronunciou por todos quantos nesta casa, neste seu Sporting CP, o ajudaram a formar-se como homem e como jogador – é com muito gosto que o vemos associar-se à nossa Academia, autorizando que o Sporting CP use o seu nome – uma enorme marca mundial! – para baptizar a Academia do Sporting Clube de Portugal! Vemos alguma contestação sobre o modo como esta excelente notícia foi anunciada e deliberada. Importa, contudo, que não nos esqueçamos do essencial: a associação do Sporting CP ao mítico e planetário nome de Cristiano Ronaldo, um dos ícones mundiais e que muito útil e muita projecção pode trazer ao nosso Clube. Não deixemos, pois, que as discordâncias de forma, ligadas ao “modo, como e quando”, toldem a substância do que foi decidido pela Direcção e que queremos festejar… e isso, resume-se assim: o nosso Cristiano Ronaldo está connosco e connosco quer continuar! É em si mesmo uma excelente notícia!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Eu Sou ADN Sporting

Por André Bernardo
17 Set, 2020

O nosso ADN é o Desporto com causa e continuamos a ser a maior potência desportiva em Portugal

EU SOU:

Desporto. Relata a História que é num encontro ocorrido a 14 de Abril de 1906 que se começa a esboçar a criação do Sporting Clube de Portugal. Encontro organizado pelos chamados “dissidentes”, grupo cujo nome deriva do seu afastamento do Campo Grande Foot-ball Clube, do qual faziam parte. Está na origem desta separação uma visão diferente daquela que os fundadores do Sporting CP consideravam dever ser a finalidade de um clube desportivo, e que tinha na sua origem também uma visão dissidente daquele que era o status quo do desporto em 1906 em Portugal. O Sporting CP nasce assim com um ADN vanguardista na defesa da massificação da prática do desporto, inclusivo das mulheres e dos mais jovens.

O nosso ADN é o Desporto com causa e continuamos a ser a maior potência desportiva em Portugal.

Uma História Interminável. No 2.º filme “Eu Sou” uma criança percorre o Museu do Sporting CP, visualizando as várias lendas do Clube, sonhando alto, até que é transportada para dentro de campo com vários atletas que ostentam nas costas Eu Sou Damas, Eu Sou Manuel Fernandes, etc. Esta História interminável, de atletas que se tornaram lendas, é também o ADN do Sporting CP.

No 3.º filme “Eu Sou” Manuel Fernandes passa o testemunho, através da “marca da garra de Leão” que deixa em Tiago Tomás, e de Mathieu em Eduardo Quaresma.  São eles que se convertem nos ídolos dos mais novos, que escrevem parte da História do Clube e, conscientemente ou não, deixam marcas, fazendo a passagem de testemunho aos mais jovens.

O nosso ADN é a nossa História e a nossa História reflecte o nosso ADN.

Formação. A propósito dos mais jovens já escrevia José Alvalade no seu texto “Lawn-tennis”, que a prioridade da prática desportiva deveria ir para estes – “(…) abandonando-se por completo os que a principiam, esquecendo-se que são estes os que mais necessitam de estímulo”. Os dois únicos jogadores portugueses bolas de ouro, Luís Figo e Cristiano Ronaldo, foram ambos formados no Clube.  A única selecção portuguesa de futebol que foi Campeã da Europa era constituída por uma espinha dorsal de jogadores formados no Sporting CP, apelidados de “Aurélios” em homenagem a Aurélio Pereira, figura incontornável da História do desporto português. E neste momento é com enorme orgulho que o trabalho de recuperação da formação colhe frutos resultando num recorde de número de jogadores do Sporting CP na convocatória do da selecção nacional sub-21.

O nosso ADN é formação.

Eclectismo. Gravado para a eternidade da História dos Jogos Olímpicos, epítome do eclectismo, estará para sempre o nome de um Leão chamado Carlos Lopes. Medalha de Ouro na maratona dos jogos de 1984 em Los Angeles. É um nome entre muitos do Sporting CP que preenchem a nossa vitrina de títulos das várias modalidades do Clube. Porque o nosso ADN desde a origem é desporto.

O eclectismo sempre caracterizou o Sporting CP desde a sua fundação, na altura o Clube arrancou com quatro modalidades – ténis, futebol, ginástica e atletismo, onde estava incluída a luta de tracção à corda. Actualmente, são mais de meia centena as modalidades existentes, colocando o Clube no topo do eclectismo mundial.

O nosso ADN é ecléctico.

ADN Sporting. Na carta de princípios de 1923 António Stromp escreveu “a nossa vitória no Campeonato de Lisboa não se deve ao valor individual dos componentes da nossa equipa”. Porque o todo é maior que a soma individual das partes. E porque a singularidade do Sporting CP está no seu todo.

O nosso ADN é um todo, indivisível em partes.

E quando vestimos Verde e Branco por fora, carregamos todos este ADN de Leão por dentro. Venha a época 2020/2021.

 

Editorial da edição n.º 3785 do Jornal Sporting

Páginas

Subscreva RSS - Opinião