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Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 5

Por Sporting CP
06 maio, 2023

Final à vista no meio do Mediterrâneo

Depois de ontem se terem juntado os festejos da vitória na meia-final da UEFA Futsal Champions League com o aniversário de Hugo Neves, os Leões seguem embalados nos festejos e, este sábado, foi a vez de Diego Cavinato ser o protagonista - mais um ano (38) para o goleador que não envelhece. E foi assim, com momentos de grande união, que começou - e acabou - o dia na concentração verde e branca em Palma de Maiorca, na véspera da grande final.

Ora, com apenas um dia de intervalo entre um jogo e o outro, a manhã foi preenchida por uma sessão de recuperação na piscina interior do hotel, sob as ordens do adjunto Filipe Rodrigues que dividiu o plantel em dois turnos. E se esta equipa já precisa de pouco para se divertir, na piscina os Leões sentiram-se como peixe na água para criar inúmeros momentos de boa disposição entre exercícios. Depois, muito descanso, acima de tudo, até ao final da tarde.

Até lá, a seguir ao almoço, a comitiva Leonina contou com uma visita especial: Vicente Alves, Tiago Macedo, Pedro Santos e Guilherme Cintra, todos jogadores da equipa sub-19 de futsal do Sporting CP viajaram com o seu treinador, Tiago Varanda, de propósito para assistir in loco à final four, estiveram com alguns jogadores e falaram à Sporting TV e Jornal Sporting.

"É importante virem. Já o tínhamos feito, em Saragoça [final four de 2017/2018], com jogadores que agora estão na equipa principal, como o Zicky e os Paçós, e chegaram a tirar fotografias com jogadores que agora defrontam. Foi bom para verem este tipo de ambientes e ganharem o 'bichinho' e o sonho de um dia estarem aqui", explicou Tiago Varanda, acrescentando: "Já é um sonho estarem aqui só a ver, quanto mais a jogar. Esse deve ser um objectivo que devem ter e estão perto dele. Já estão no Sporting CP, agora é dar o passo seguinte e isso depende deles".

Ao seu lado, os quatro jovens Leões – presenças recorrentes nos treinos de Nuno Dias - não só expressaram todos a sua felicidade por esta oportunidade como, em comum, têm ainda o sonho de um dia também pisar este palco de Leão ao peito.

Por exemplo, Vicente, fixo de 19 anos e no Sporting CP desde 2013, foi um dos jovens que entrou com os jogadores Leoninos na meia-final de 2015 com “12 mil adeptos no Altice Arena”, lembrou. Agora, está em Palma de Maiorca: "O que eu gostei mais foi de ver o Sporting CP a ganhar, por muitos ainda por cima. Entrámos muito bem no jogo, tivemos garra. Dá muita vontade [de jogar neste palco]. Pudemos sentir a atmosfera do pavilhão e imaginar como seria atingir este patamar". Disse o jovem que tem João Matos, “pela sua liderança e raça”, e Erick, “pela forma como sente o Clube”, como principais referências.

Já Tiago Macedo, com apenas 18 anos, sabe bem o que é jogar nesta competição, uma vez que foi opção em dois jogos – e marcou um golo – na Ronda Principal da época passada: "É sempre muito bom fazer parte da equipa. Lembro-me de estar muito nervoso, mas o míster Nuno Dias transmite muita confiança. Sei que tenho de trabalhar muito, não é fácil. Os Paçós e o Zicky tiveram de trabalhar muito".

"Quando soubemos que podíamos vir, nem hesitamos", conta, a seguir, o jovem pivô Pedro Santos. "No pavilhão é sempre diferente de ver na televisão, pelo adeptos, a atmosfera, tudo. É o melhor palco do mundo", disse o Leão de 18 anos, antes de projectar a final: "Acho que vai ser um jogo muito equilibrado e vão ser os pormenores a fazer a diferença. O AE Palma Futsal tem uma grande equipa e joga em casa".

Por fim, Guilherme Cintra, guarda-redes de 17 anos, também não escondeu a sua felicidade. "Está a ser muito bom, era algo que eu queria muito e seria incrível se o Sporting CP ganhasse [o título]", atirou, antes de deixar uma mensagem de apoio à equipa verde e branca: "Força, boa sorte, vamos ser Sporting CP e trazer o caneco para Lisboa!".

É inevitável, as horas vão passando e todos os olhos estão postos no Velòdrom Iles Balears e, claro, no troféu, que estes dias tem estado sempre por perto dos Leões. Entre cá e lá, há todo um Universo Sportinguista a apoiar e, durante o dia de hoje, já Rúben Amorim disse presente também, mostrando o seu apoio e salientando que “toda a Academia acompanha a competição”.

Por cá, nesta ilha no meio do Mediterrâneo, tudo o que acontece ao longo dos dias faz parte de um rigoroso programa a seguir à risca – e já lá vão cinco. São dias feitos de rotinas, mas há sempre umas melhores do que outras, e ter uma final da UEFA Futsal Champions League pela frente encaixa-se, certamente, na primeira categoria. Assim, às 17h45, nova viagem de autocarro rumo ao Velòdrom Iles Balears e treino de preparação para redefinir e testar os ajustes a fazer agora para o AE Palma Futsal. Pelo meio, o treinador Nuno Dias e o capitão João Matos foram os porta-vozes do grupo na conferência de imprensa de antevisão a cerca de 24h de mais uma final – a terceira consecutiva, e com intenção de reescrever a última.

O regresso faz-se pelo mesmo caminho que se tem percorrido vezes sem conta nestes dias e sempre com banda sonora a acompanhar. Hoje, no entanto, com um toque mais popular, além de muito português, como sempre: música pimba e o autocarro virou um mini-arraial de Santos Populares. Embora por aqui, santos, só Diogo, de nome, e, claro, São Guitta.

À chegada ao hotel, ninguém disse que não a assinar uma camisola do adepto Sportinguista ali presente e a música, no fim do jantar, foi outra. Com direito a bolo e a um cântico muito especial - a rever nas redes sociais das modalidades - festejou-se o aniversário de Cavinato. Alegria, coisa que não falta no seio deste grupo.

E é de muitas alegrias na quadra, também, que se faz esta equipa de Nuno Dias: alegrias, vitórias, recordes, títulos. Amanhã, domingo (19h00 de Portugal continental), pode ser mais uma de tantas. Em jogo estará a possibilidade de levantar o terceiro título europeu da História do futsal verde e branco, destacando-se (ainda mais) não só como o emblema nacional mais titulado na competição como passaria ainda a ser a primeira equipa não-espanhola a ter três exemplares desse troféu no seu Museu. Não há duas sem três?

E as finais, como se costuma dizer, não se jogam, ganham-se… “quer se possa ou se não possa”, acrescentaria, como canta Maria José Valério - faria precisamente hoje 90 anos - na sua ‘Marcha do Sporting CP’.

Por agora, acabam-se as palavras, porque só há uma maneira de escrever um final feliz para este diário, e é com uma bola nos pés. Chegou o dia.

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Nuno Dias: "Começar bem é um contágio positivo para todos os intervenientes"

Por Sporting CP
06 maio, 2023

João Matos também lançou a final da UEFA Futsal Champions League

Pela sexta vez nos últimos sete anos, a equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal está na final da UEFA Futsal Champions League, agora em Palma de Maiorca, Espanha.

Na véspera da grande decisão diante do anfitrião AE Palma Futsal, este sábado, Nuno Dias e João Matos, treinador e capitão dos Leões, estiveram em conferência de imprensa para lançar o duelo. Presente, na sala de imprensa do Velòdrom Iles Balears, esteve também o troféu que estará em disputa amanhã, domingo, às 19h00 de Portugal Continental (20h00 locais).

Na mira, o Sporting CP tem o seu terceiro título europeu, depois das conquistas em Almaty (2018/2019) e Zadar (2020/2021). Para isso, terá de superar, na final, uma equipa que participa no competitivo campeonato espanhol e que conta com várias caras conhecidas dos Leões: o guarda-redes Luan (ex-AD Fundão), o pivô Hossein Tayebi e os alas Chaguinha e Mancuso (todos ex-SL Benfica) e ainda Mario Rivillos, internacional espanhol que venceu duas UEFA Futsal Champions League – uma pelo Inter FS, diante dos Leões (2016/2017), e outra pelo FC Barcelona.

Nuno Dias começou por salientar as “muitas dificuldades” que espera frente ao AE Palma Futsal, uma equipa que, admitiu, lhe “agrada ver jogar”, além de reconhecer a “boa relação com o treinador [Antonio Vadillo] e o director [José Tirado]” do emblema local.

"É uma equipa que conheço bem. Identifico-me com muitas situações no jogo, têm momentos que me agradam e de que gosto particularmente. Têm muitas situações estratégicas com qualidade e, acima de tudo, têm uma dinâmica de jogo muito forte: movimenta [a bola] muito bem, depressa, é intensa ofensiva e defensivamente, procura muito espaço entrelinhas e com tabelas. É uma equipa muito móvel, rápida e forte nos vários momentos do jogo”, enumerou, acrescentando: "São muitas as dificuldades que vamos encontrar, além das subidas do Luan, um guarda-redes que conhecemos bem porque jogou na liga portuguesa e está a jogar muito bem".

Por sua vez, o treinador verde e branco abordou as dificuldades sentidas pelo conjunto de Maiorca frente ao SL Benfica, sobretudo, nos momentos de 5x4 defensivo, algo que pretende replicar, atirou: "Analisámos esse momento do jogo e essas dificuldades que o AE Palma Futsal apresentou, sobretudo, quando o Leo subia e no fim do jogo também. Espero não ter de usar o guarda-redes avançado, mas com as subidas dos nossos guarda-redes espero criar essas dificuldades".

Além disso, embora o AE Palma Futsal seja um estreante na final four europeia, terá muito apoio no pavilhão, onde se espera lotação completa nos mais de cinco mil lugares disponíveis. Ainda assim, Nuno Dias enalteceu “a experiência” da sua equipa para minimizar o impacto do factor casa.

"Jogámos em Almaty quando ganhámos a nossa primeira UEFA Futsal Champions League e havia 12.500 pessoas contra nós, dos quais quatro ou cinco portugueses. Também já fomos campeões sem público e, amanhã, espero sê-lo com algum. Os que estiverem que nos ajudem como nos ajudaram ontem", apelou ainda, antes de reiterar que não tinha preferidos entre SL Benfica ou AE Palma Futsal como adversários na final.

"Mantenho o que disse antes: o nosso foco é connosco e com aquilo que temos de fazer. Não temos de preferir ninguém, cada um tinha de fazer por conseguir estar na final, tal como nós fizemos", sublinhou.

"Neste nível, todos os minutos contam. Sabemos que começar bem os jogos é um contágio positivo para todos os intervenientes: para nós, para os jogadores que vão entrar, para o público. Vimos que isso foi positivo para nós [na meia-final] e também sabemos a importância de saltar para a frente, e o AE Palma Futsal também o conseguiu. Isso empolga e acredito que amanhã ambas vão querer ter esse registo e espero que sejamos nós", disse, lançando os dados para a partida, sentenciando: "O mais importante mesmo é estar na frente no fim".

Frente a RSC Anderlecht, João Matos atingiu um novo máximo de jogos na UEFA Futsal Champions League: 75. Embora tenha frisado que se sente “orgulhoso” por chegar a um número que considera “bonito”, o capitão reforçou que o sucesso colectivo é sempre mais importante. "[O número] Demonstra a minha consistência de trabalho, mas é apenas um número, porque depois isso tem de se reflectir em títulos para o Clube", enalteceu, antes de fazer um ponto de situação da equipa a pouco mais de 24h da final.

"O grupo está motivado, confiante e ambicioso", apontou, acrescentando: “Conscientes das dificuldades, mas confiantes nas nossas qualidades”.  “Com uma vontade tremenda de ganhar a terceira UEFA Futsal Champions League, mas conscientes do adversário e do perigo que aí vem. Acreditamos muito no nosso valor e a chave do jogo também passará por aí, através daquilo que podemos dar ao jogo e da forma como podemos anular o AE Palma Futsal", completou.

João Matos considerou também que a maior experiência Leonina – sendo a equipa da modalidade que mais presenças soma em fases finais (dez) – também poderá ser um factor a ter em conta no duelo.

"Dorme-se tranquilamente. Apesar da importância do jogo, é um jogo. De 40 minutos ou 50, mas com uma importância diferente de qualquer outro da época. A experiência ajuda-nos a ter algum ‘calo’ nisto, mas acima de tudo é rever o nosso plano de jogo e acordar com isso bem fresco, porque o foco começou logo quando o jogo do AE Palma Futsal acabou", referiu o camisola nove dos Leões, garantindo que vão estar “preparados”.

“Há pouco tempo para fazer grandes ajustes, mas há pequenos ajustes que vamos fazer. Isto é a beleza deste desporto, é o jogo ‘do gato e do rato’. É a velha frase de que os pormenores fazem a diferença e queremos que sejam os nossos a fazê-la para conquistar a taça”.

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Nuno Dias: "Objectivo foi alcançado com qualidade"

Por Sporting CP
05 maio, 2023

Treinador reagiu à passagem para a final europeia

Terminada a meia-final frente ao RSC Anderlecht com uma vitória por 7-1 que deu o apuramento para mais uma final da UEFA Futsal Champions League, Nuno Dias, treinador dos Leões do futsal, analisou o encontro em conferência de imprensa, começando por frisar que, naturalmente, o sentimento é “de alegria”.

"O objectivo foi alcançado com qualidade e uma palavra de parabéns aos jogadores, não só por mais uma vez conseguirmos atingir a final, a sexta em sete anos, que é um número extraordinário, mas também pela forma como o fizemos”, destacou em declarações aos jornalistas presentes na sala de imprensa do Velòdrom lles Balears, mas não sem realçar também o valor do adversário, apesar da goleada imposta.

“Começámos bem o jogo contra uma equipa que tem muita qualidade, que eliminou o FC Barcelona e empatou com o AE Palma Futsal e com o AFC Kairat. Fez uma campanha irrepreensível, mas nós na primeira parte fizemos tudo parecer tão fácil e que o RSC Anderlecht nem era essa equipa toda", considerou.

Ora, abordando os aspectos que desequilibraram bem cedo o marcador, encaminhando a vitória para o lado verde e branco, o técnico salientou a importância da eficácia, das bolas paradas e da intensidade Leoninas.

"Decisivos foram vários aspectos. Primeiro a eficácia, a forma como fomos finalizando os nossos lances quase sempre bem na baliza, e era algo que noutros jogos não estávamos a fazer tão bem. Depois, as bolas paradas, que nós trabalhamos também e é conhecido por todos. O tempo que nós lhes dedicámos permite-nos chegar a estes momentos e a probabilidade de sucesso é grande. No entanto, nada disso resulta se os jogadores não tiverem qualidade a executar: o passe e as finalizações nos tempos certos, os movimentos sincronizados… Foi um factor determinante, tal como a intensidade que colocámos na partida. Quisemos pressionar, não deixar o Roncaglio subir para ir a jogo, que era uma das armas do RSC Anderlecht", realçou, antes de analisar o segundo tempo, quando já estava 6-0 no marcador.

"Depois, penso que gerimos e até podíamos ter dilatado mais [o resultado]. Eles podiam ter marcado, o Diogo teve algumas bolas nos ferros, mas o Erick também. Podíamos ter finalizado com mais êxito, mas também seria demasiado penalizador para aquilo que o RSC Anderlecht fez e é enquanto equipa", disse Nuno Dias, reconhecendo que mesmo assim nunca pensou que a partida estivesse totalmente decidida.

"Achamos sempre que isso ao intervalo não acontece e, por exemplo, com o FC Barcelona ao intervalo estavam a perder 5-2 [acabou 5-5]. Por isso, foi essa a mensagem que passámos ao intervalo. Temos de ter cuidado e desconfiar sempre daquilo que são capazes os adversários", apontou, acrescentando: "Felizmente, conseguimos gerir a vantagem e fazer também alguma gestão em termos físicos de alguns atletas".

Por fim, questionado sobre a ferramente de suporte de vídeo utilizada no jogo pelos árbitros, Nuno Dias considera que é "benéfica para o jogo e para qualquer modalidade desportiva". "É repor uma verdade que no imediato não conseguimos ver. Se pudermos reverter essas situações, é sempre um upgrade naquilo que é o jogo", finalizou.

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Sporting CP volta a estar na final da UEFA Futsal Champions League

Por Sporting CP
05 maio, 2023

Entrada de Leão dizimou RSC Anderlecht nas ‘meias’ e o sonho continua (7-1)

Nesta edição, tudo começou em Makarska, na Croácia (Ronda Principal), passando ainda por Città di Aversa, Itália (Ronda de Elite), e os Leões vão - mais uma vez - até ao fim, agora em Palma de Maiorca (Espanha). A equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal garantiu, esta sexta-feira, um lugar na grande final da UEFA Futsal Champions League, após ter goleado os belgas do RSC Anderlecht por 7-1 na meia-final, disputada no Velòdrom Iles Balears, palco desta final four.

Para chegar à sétima final europeia da sua História, os Leões de Nuno Dias tinham de fazer o que ainda ninguém tinha feito esta época, ou seja, vencer os belgas, que na caminhada europeia tinham eliminado o FC Barcelona - um alerta sempre a ter em conta. A missão não se adivinhava fácil, mas o Sporting CP foi capaz de rapidamente a simplificar com qualidade e muita eficácia logo a abrir: com sete minutos, 5-0 era o resultado e aos 11’ já estava 6-0.

O apoio Sportinguista na ilha espanhola foi significativo – e muito ruidoso - entre os 1.241 espectadores presentes no recinto, que viram a forma demolidora como o futsal verde e branco selou a presença na sua sexta final da UEFA Futsal Champions League nas últimas sete edições – e a terceira consecutiva.

Embora o RSC Anderlecht chegasse como estreante numa final four, o seu plantel está recheado de jogadores experientes e alguns bem conhecidos do futsal nacional, entre os quais o ala Diogo (ex-Sporting CP), Diego Roncaglio e Cristiano Marques, ambos ex-guarda-redes do SL Benfica e o pivô John Lennon (ex-Eléctrico FC). No entanto, a maior experiência Leonina neste palco – é a equipa que mais presenças soma em fases finais (dez) - pesou desde bem cedo.

Ora, para enfrentar um conjunto de Bruxelas que chegava totalmente invicto em 2022/2023 - vencedor já da Supertaça e Taça da Bélgica -, Nuno Dias apostou de início em Guitta, Erick Mendonça, João Matos, Pauleta, Alex Merlim – o ala Miguel Ângelo e o guarda-redes Gonçalo Portugal foram os preteridos da lista final de 14 convocados. Por sua vez, João Matos atingiu, assim, o seu 75.º jogo na prova europeia, continuando a ampliar um recorde já seu de longevidade.

Sob cânticos dos numerosos adeptos do Sporting CP em Palma, os Leões assumiram a iniciativa desde o primeiro segundo e não podiam ter começado de melhor maneira. Numa verdadeira entrada de Leão, Alex Merlim, primeiro, fez a diferença nas bolas paradas, servindo, primeiro, Diego Cavinato para o 1-0 e, logo a seguir, Tomás Paçó - que já tinha avisado - para o 2-0 com apenas três minutos decorridos.

Pelo meio, Gréllo ainda acertou no poste da baliza de Guitta numa das raras vezes em que o RSC Anderlecht conseguiu ter bola, mas nem o Sporting CP nem o ‘mago’ ficariam por aqui. No minuto a seguir, Alex Merlim, em zona frontal, atirou cruzado para o fundo das redes e, pouco depois, - já Zicky tinha rematado ao poste – um auto-golo belga deu o 4-0 a uma equipa de Nuno Dias que entrou ligada à corrente – e assim continuou.

Já o estreante conjunto belga sentiu - e muito - os golpes sucessivos, tardaria em encontrar-se e sofreu como nunca nesta época.

Aos sete minutos, nova bola parada e mais um golo verde e branco, com Hugo Neves – sozinho na área – a corresponder ao passe certeiro de Pany Varela. Domínio absoluto na quadra, eficácia demolidora, uma mão cheia de golos sem resposta ainda bem cedo na partida e nas bancadas já só se passou a ouvir, de forma ininterrupta, os muitos Sportinguistas presentes, que iam fazendo uma grande festa – e não era para menos.

E o início de sonho parecia não ter fim: aos 11’ também Erick deixou a sua marca no jogo e no marcador com um verdadeiro golaço, de primeira e à meia-volta, a passe longo de Merlim – mais uma assistência, a terceira no jogo.

No meio deste vendaval verde e branco, o RSC Anderlecht ainda dispôs, sobretudo, de um cara-a-cara, travado por Guitta, e de um tiro potente ao poste de Diogo, mas nada abalou um Sporting CP tão decidido como implacável. Os Leões continuaram a mandar no jogo e levaram o 6-0 no marcador para a segunda parte.

Depois de várias bolas paradas perigosas de parte a parte, curiosamente foi quando a turma de Alvalade ficou mais perto de dilatar a goleada – desvio de Diogo Santos repelido pela trave – que a formação de Bruxelas marcou e reduziu por Franko Jelovčić.

A seguir, Guitta ainda exibiu os seus reflexos para defender mais um forte pontapé de Diogo - sempre solicitado para finalizar bolas paradas – e Hugo Neves, de fora da área, encarregar-se-ia de rapidamente dissipar qualquer réstia de esperança belga no encontro, assinando o 7-1 – a bola ainda desviou em Erick. Com sete golos apontados nesta edição da UEFA Futsal Champions League, o jovem pivô é, neste momento, de forma destacada, o melhor marcador dos Leões.

Até à última buzina, o RSC Anderlecht ainda tentou encontrar soluções recorrendo ao guarda-redes avançado, mas já de forma inglória e sem sucesso – mérito verde e branco também no momento defensivo.

Já sob novos cânticos de apoio dos incansáveis Sportinguistas, a festa no fim foi sonora e verde e branca, com os jogadores em comunhão com as bancadas. Assim, carimbada a passagem para a decisão, os insaciáveis Leões de Nuno Dias, que são a equipa mais titulada em prova (dois títulos), vão disputar a final neste domingo (20h00), ficando a aguardar adversário: AE Palma Futsal ou SL Benfica.

Sporting CP: Diogo Santos, Tomás Paçó, Zicky Té, Hugo Neves, Erick Mendonça, João Matos [C], Pauleta, Anton Sokolov, Guitta [GR], Bernardo Paçó [GR], Diego Cavinato, Pany Varela, Alex Merlim e Esteban Guerrero.

Foto Ivo Martins

Nuno Dias: "Vai ser um jogo equilibrado entre duas excelentes equipas"

Por Sporting CP
04 maio, 2023

Alex Merlim também lançou a meia-final europeia em conferência de imprensa

Tudo começou em Makarska, na Croácia (Ronda Principal), passando ainda por Città di Aversa, Itália (Ronda de Elite) até chegar, agora, à última e derradeira paragem: Palma de Maiorca, Espanha. É pela sétima vez nas últimas nove edições que a equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal está, de novo, na fase de todas as decisões da UEFA Futsal Champions League. E este ano o primeiro passo na final four terá o RSC Anderlecht como obstáculo na meia-final, a qual está marcada para esta sexta-feira, às 17h00 de Portugal continental.

Na véspera do encontro, depois de mais um treino dos Leões - o último antes do jogo -, os treinadores dos dois emblemas, Nuno Dias e Luca Cragnaz, e ainda um jogador de cada equipa, Alex Merlim e Gréllo, juntaram-se para fazer a antevisão do duelo numa conferência de imprensa conjunta no palco da final four: o Velòdrom Illes Balears – também conhecido como Palma Arena. E ao lado de todos eles, na sala de imprensa, esteve bem à vista o troféu que estará em disputa.

"As minhas primeiras palavras são para dar os parabéns às quatro equipas, por estarem nesta fase com qualidade e mérito. Parabéns ao RSC Anderlecht e ao AE Palma Futsal pela primeira participação numa final four e também ao SL Benfica, que já repetiu", começou por dizer Nuno Dias aos jornalistas presentes, deixando também uma palavra à organização "pela forma como estão a proporcionar as melhores condições para fazer um bom torneio". Agradecimentos que foram também replicados, de seguida, pelos outros três protagonistas.

Já lançando os dados para a meia-final, o técnico verde e branco destacou que, tanto de um lado como do outro, este duelo terá vários jogadores “que são 'como o vinho do Porto', porque os anos vão passando e cada vez estão melhores”. “Na nossa equipa temos casos desses, como o Cavinato, que com 37 anos é o melhor marcador da Liga e o Merlim tem 36 e é o que tem mais assistências. Olhámos para o RSC Anderlecht, com jogadores como Gréllo, Diogo [ex-Sporting CP], Edu, muito experientes e, daquilo que vi, cada vez jogam melhor. Essa qualidade individual é preocupante para nós, fazem muitas coisas boas e várias parecidas com aquilo que nós fazemos", enalteceu.

Além disso, o conjunto de Bruxelas (ex-Halle-Gooik), embora estreante nesta fase final, chega totalmente invicto em 2022/2023, depois de ter vencido já a Supertaça e a Taça da Bélgica e de ter eliminado o FC Barcelona da prova europeia. Assim, a missão Leonina passa por fazer aquilo que ainda ninguém conseguiu esta época: bater o RSC Anderlecht.

"Ainda não perderam esta época e já jogaram com AFC Kairat, AE Palma Futsal, eliminaram o FC Barcelona na Ronda de Elite. Não é qualquer equipa que faz isto. O facto de terem uma liga menos competitiva é apenas um factor de distracção para nós, porque, por exemplo, o AFC Kairat e o próprio FT Charleroi, belga, já ganharam a prova", alertou Nuno Dias, apontando baterias para aquilo que os Leões terão de fazer em quadra.

"Decisivo e determinante são a nossa atitude competitiva, aquilo que conseguirmos anular do bom jogo do RSC Anderlecht e colocá-los em dificuldade. Vai ser um jogo equilibrado entre duas excelentes equipas", traçou.

Questionado depois sobre a possibilidade de igualar Júlio Velasco como o treinador que mais vezes levantou o troféu continental (três), o treinador do Sporting CP relativizou esse dado, preferindo sublinhar que aquilo que mais o motiva é "conquistar troféus uns atrás dos outros e este é, sem dúvida, o troféu, o mais importante a nível de clubes".

Por fim, Nuno Dias informou que tem todo o plantel à disposição para a meia-final e que Zicky Té, apesar de ter treinado com uma protecção no joelho, "está nos 14 convocados”. “Achamos que tem condições de nos ajudar. A protecção é para isso mesmo, para proteger, mas espero que esteja a cem por cento para contribuir e ajudar para a equipa atingir o objectivo, que é vencer amanhã para marcar presença na final", sentenciou. Na mira está a sexta final nos últimos sete anos.

Para Alex Merlim, a UEFA Futsal Champions League é "um palco onde qualquer jogador e equipa gosta de estar”. “É um momento indescritível, já tive a oportunidade de a conquistar duas vezes e conseguir a terceira seria como se fosse a primeira", confessou.

Depois, o ala garantiu que a equipa “está preparada” e o foco é “exclusivamente no jogo de amanhã”. "Todo o cuidado é pouco perante uma equipa com a qualidade deles. Nós sabemos da nossa força, jogamos para vencer e estamos aqui para isso. A partida foi preparada da melhor maneira possível e ser uma equipa vencedora é o nosso ADN", realçou, acrescentando: "Enquanto tivermos este friozinho na barriga quer dizer que temos objectivos e ambição de vencer".

Entre os emblemas presentes nesta final four, o Sporting CP é a equipa mais titulada (dois) e também a que mais presenças soma em fases finais (dez) – sendo mesmo o recordista máximo na modalidade.

Apesar disso, Merlim não esqueceu as derrotas na Taça da Liga e da Taça de Portugal e o objectivo está em “voltar a ganhar o mais rapidamente possível”. "Isso demonstra que não somos invencíveis e que ganhar consecutivamente é fruto de muito trabalho e dedicação. Agora, temos de voltar a ganhar o mais rapidamente possível e não há melhor maneira do que fazê-lo numa competição como esta", finalizou.

Por sua vez, Luca Cragnaz, treinador do RSC Anderlecht, foi o porta-voz do entusiasmo belga nesta estreia numa final four. "É uma honra para nós e estamos com muita vontade e alegria de poder competir com estas equipas que são as melhores da Europa, senão do Mundo. Vamos dar o nosso melhor, confio muito no meu grupo", atirou, frisando também o “muito respeito” que tem pelo Sporting CP de Nuno Dias.

"Basta ver o histórico e a sua História, com cinco finais [atingidas] e dois títulos. Temos muito respeito e o mais importante é darmos o máximo para fazer um jogo perfeito, porque só assim podemos competir contra eles", considerou.

Por fim, Gréllo, experiente ala do conjunto de Bruxelas, também destacou o sentimento “incrível” por disputar esta fase, além de projectar um jogo “duríssimo” contra os Leões.

"Vamos jogar contra equipas habituadas a este palco e vão ser quatro jogos espectaculares. O Sporting CP tem mostrado ao longo dos anos que é uma das melhores, senão a melhor equipa do mundo. Vai ser um jogo duríssimo, mas nós temos as nossas armas e vamos dar tudo para chegar à final", prometeu.

Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 3

Por Sporting CP
04 maio, 2023

Na antecâmara da meia-final frente ao RSC Anderlecht

Aproxima-se o primeiro momento de decisão em Palma de Maiorca e torna-se difícil não pensar noutra coisa que não seja o pontapé de saída da final four deste ano da UEFA Futsal Champions League. Por isso, esta quinta-feira, dia de véspera do encontro com o RSC Anderlecht, serviu, sobretudo, para cumprir as habituais formalidades que antecedem a entrada em cena definitiva.

Assim, logo a seguir ao pequeno-almoço, hora das fotografias oficiais da UEFA. Primeiro, as individuais, onde os jogadores do Sporting CP deram o seu melhor nas poses e ensaiaram festejos. Depois, a foto de família – com equipa técnica e plantel ao completo – foi-se arrastando: era amena a cavaqueira, as brincadeiras intermináveis, sonoras as gargalhadas e, claro, iam caindo calduços sorrateiros aos mais incautos – e nem com olhos na nuca se poderia escapar.

Recompostos para o disparo, seguiu-se uma fotografia mais informal que fez as delícias do grupo verde e branco. "Sorry, chilling or no?", perguntava Zicky ao fotógrafo. E alternando entre ambos os registos, era claro o preferido entre os jogadores.

Já na parte exterior do hotel, alguns Sportinguistas aproximaram-se para tentar a sua sorte e interagir com os Leões. Um deles, desinibido, e que, por acaso, está no mesmo hotel que a equipa - sem o imaginar - não desperdiçou a oportunidade: missão cumprida, selfie com Alex Merlim, João Matos e Esteban Guerrero conseguida.

Seguiram-se umas rápidas partidas, ora de ténis de mesa, ora de dardos, e entre raquetes e testes de pontaria foi-se ‘matando’ - ou atenuando, apenas - a fome competitiva.

E ainda antes da hora de almoço, a comitiva Leonina deu o seu primeiro passeio nos arredores do hotel, percorrendo uma parte da marginal com a praia de El Arenal a somente uns passos de distância. Já o centro de Palma está mais a norte, pela costa, a uns 15 quilómetros.

Por aqui, o sol aperta, mas a vista reconforta: no horizonte, o azul do Mediterrâneo, em tons turquesa, é quase transparente. Na areia, são várias as pessoas que neste início de Maio já se podem chamar veraneantes – em Maiorca, a época balnear começou a dia 1. Curiosamente, ao longo do passeio, nesta zona de El Arenal, é fácil duvidar se estamos realmente em Espanha.

Menus inteiros de restaurantes, camisolas em lojas de souvenirs, extensos bares e letreiros: tudo em alemão, tal é a afluência histórica de turistas germânicos nesta zona em particular da ilha. Aliás, até é possível dar de frente com um jornal local…totalmente escrito em alemão - o Mallorca Zeitung - e não faltam opções de escolha para comer, por exemplo, schnitzel. E se de dia o sol não dá tréguas, de noite a rua ganha ainda mais vida com a sempre agitada vida nocturna maiorquina – e, tal como no hotel, música nunca falta.

De repente, os inseparáveis Tomás Paçó, Hugo Neves e Zicky, que ficaram ligeiramente para trás, decidem acrescentar alguma acção ao passeio. E enquanto Neves assume a câmara da Sporting TV ao ombro, o jovem fixo apodera-se do microfone: Cavinato foi a primeira ‘vítima’ dos repórteres por um dia - e várias se seguiram.

Com o relógio a aproximar-se das 13h00, tempo agora para voltar ao hotel para uma tarde preenchida depois da descontracção. Ao almoço, como não podia deixar de ser, o Jenga à mesa em Palma já é mais tradicional que a própria ensaimada maiorquina – doçaria típica da ilha espanhola.

Mais uma viagem de autocarro e, daqui em diante, isso já só significa uma coisa: rumo ao Velòdrom Illes Balears. É aqui, no palco da final four europeia, que o trabalho de preparação continua sob a liderança de um interventivo Nuno Dias. E se na arena tudo parece pronto para as decisões, dentro das quatro linhas, terminado treino, o mesmo se pode dizer da equipa do Sporting CP.

Agora, na próxima vez que os Leões voltarem a este cenário já será ‘à séria’. Num dos pisos superiores do Velòdrom Illes Balears, Nuno Dias e Alex Merlim já deram o pontapé de saída definitivo na conferência de imprensa de antevisão - e com o tentador troféu ali ao lado, bem à vista e ao alcance das mãos.

A missão, agora, é clara, “vencer amanhã para marcar presença na final", sentenciou o técnico. Na mira está nada mais e nada menos do que a possibilidade de chegar à sexta final europeia nos últimos sete anos. Apesar desse dado esmagador, a vontade Leonina é pura como no início, porque ganhar não cansa, vicia. "Enquanto tivermos este friozinho na barriga quer dizer que temos objectivos e ambição de vencer. Já tive a oportunidade de a conquistar duas vezes e conseguir a terceira seria como se fosse a primeira", atirou, por sua vez, o ‘mago’ de Alvalade, sem evitar pousar os olhos no troféu.

Então, venham de lá os golos, a intensidade, as decisões. Venha de lá o futsal, porque está prestes a começar aquilo que nos trouxe a Palma de Maiorca. Amanhã é dia de jogo.

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 2

Por Sporting CP
03 maio, 2023

Bola a rolar, primeiros treinos e o palco da final four

Em cima das 8h00, o silêncio era quase imperturbável e não havia vivalma no hotel, a não ser os elementos da comitiva verde e branca que se encaminhavam para o pequeno-almoço. Embora a isso convide o sol que já se faz sentir, com dois treinos à porta fechada marcados para hoje, o primeiro dia completo em Palma não é de férias. Curiosamente, o mesmo é aplicável ao maiorquino Rafael Nadal - um dos melhores tenistas de sempre - que também está por cá, mas não para férias. O espanhol está a recuperar de lesão e já treina na sua Academia, em Manacor - na costa oposta da ilha, a Este de Palma -, segundo acabo de ler no jornal Diario de Mallorca.

Por cá, toca-a-andar também para dar início à acção dentro das quadras e a um dia longo. O primeiro treino do Sporting CP em solo espanhol foi na casa do AE Palma Futsal: o Palau Municipal d'Esports Son Moix (capacidade para cerca de 3800 pessoas sentadas), que partilha o nome com o estádio de futebol do RCD Mallorca, que está bem aqui ao lado do pavilhão.

Para aqui chegar, no entanto, o trajecto durou meia-hora ou, melhor, cerca de uma dezena de músicas escolhidas a dedo pelos jogadores – uma unidade de tempo igualmente fiável e que promete marcar estes dias. No autocarro, a música amplificada pela coluna era cantada a plenos pulmões pelos mais desinibidos, havia palmas a compasso e, no meio de tudo isto, fazia-se a harmonia possível. Sempre em português, mas a diferentes ritmos e sotaques, passava-se de um estilo musical para outro como quem troca uns passes rápidos na quadra.

Chegados ao recinto, tempo então para os artistas trocarem a música pela bola estrelada que todos desejam e aí o grupo Leonino brilha com outra intensidade. Intensidade essa que não faltou, sobretudo, nos jogos reduzidos que se seguiram a um início de treino mais descontraído – fase em que Carlos Alves, técnico de equipamentos, é um alvo constante das brincadeiras.

Concluída a primeira sessão, no regresso ao hotel, onde já está também a comitiva do RSC Anderlecht, deu-se um reencontro especial entre a equipa técnica Leonina e Diogo, ala brasileiro que jogou – e marcou muito - de Leão ao peito entre 2014 e 2018. À porta dos elevadores, o adjunto Paulo Luís pediu-lhe que, na sexta-feira, a cada vez que receba a bola "só tem de passar a bola para o lado", disse, entre risos. Melhor do que ninguém, os técnicos Leoninos sabem bem do que é capaz o esquerdino.

Já ao almoço, para lá da comida sempre variada disponível, repete-se um elemento no menu: Jenga, e o entusiasmo é crescente. E aqui, não há magia que valha, os magos também perdem - Merlim que o diga. “Difícil”, diz Sokolov, enrascado, perante o quebra-cabeças, mas com frieza lá consegue retirar uma peça; Guitta também, mostrando a utilidade do seu jogo de mãos; já tomando o seu tempo, Pauleta é paciente e metódico em cada jogada; de repente até Nuno Dias começa a mostrar interesse. “Podes tirar peças de onde?”, questionou, primeiro, até ficar rendido minutos depois: "É um jogo giro". Se acham que esta equipa dá espectáculo a jogar futsal, deviam vê-los no Jenga - espreitem as redes sociais das modalidades do Sporting CP, vai valer a pena.

Brinca-se quando é para brincar, mas acima de tudo trabalha-se quando o momento o exige: com o sol bem lá em cima, à tarde, é hora de mais um treino, desta vez para conhecer os quatro cantos do palco da final four: Velòdrom Iles Balears, também conhecido por Palma Arena. A acompanhar a comitiva verde e branca, na vertente logística, está o oficial de ligação Rubén García, que considera melhor adiantar a hora de partida devido ao trânsito: dito-e-feito, e com razão. Não é de somenos ter em conta que Palma seja a oitava cidade mais povoada de Espanha (415.940 habitantes), agora certamente ainda mais, neste início de Maio, com o turismo também já a ‘engordar’ a estatística.

A fome de bola é tanta que os jogadores do Sporting CP não esperam ao término do treino do RSC Anderlecht para voltar a tocar na bola e vão recreando-se com ela, de forma improvisada, num dos corredores. E por aqui, na arena que vai acolher todas as decisões, já ‘cheira’ a UEFA Futsal Champions League. A decoração alusiva à prova está um pouco por todo o lado e afinam-se os últimos detalhes logísticos numa arena que tem muito de particular. Em 2007, o Velòdrom Iles Balears foi construído, principalmente, para acolher o Mundial de ciclismo de pista desse ano, daí a sua natureza ampla e, sobretudo, a extensa pista oval em madeira que vai rodear a quadra.

Já acolheu, no mesmo ano da inauguração, o Eurobasket e é espaço habitual também de exposições e concertos. Agora, reconfigurada para esta final four, aponta-se que possa albergar um número de espectadores a rondar os cinco mil – e os jogos já estão quase, quase, aí.

Antes disso, porém, amanhã há mais por aqui: haverá conferência de imprensa conjunta de antevisão à meia-final entre Sporting CP e RSC Anderlecht e mais um treino no palco onde a ambição etérea se pode transformar em realidade palpável; e haverá também mais um diário neste espaço – deste fica apenas mais um parágrafo.

Tal dia como hoje, 3 de Maio, mas de 2021, os Leões do futsal conquistaram a sua última UEFA Futsal Champions League – a segunda da História do Clube. E agora, dois anos volvidos, voltam a estar na fase final. “Já conhecemos esse sabor e vamos em busca de o conseguir outra vez", apontou o guarda-redes Guitta à margem do primeiro treino de hoje. Pode o futuro ser como dantes?

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 1

Por Sporting CP
02 maio, 2023

Leões já estão no palco da final four da UEFA Futsal Champions League

Ponto de partida: Multidesportivo do Estádio José Alvalade. Foi este o ponto de encontro marcado, esta terça-feira, para toda a comitiva do futsal do Sporting Clube de Portugal que parte em busca da terceira UEFA Futsal Champions League da sua História.

Num grupo como o que lidera Nuno Dias, com jogadores que na sua maioria se conhecem há largos anos, independentemente do que diga o relógio são sempre horas de testar novas brincadeiras e a boa disposição foi a regra logo desde a manhã. 

À medida que o grupo se vai compondo, são inúmeras as malas – de todas as formas e feitios – que já se acumulam no átrio do Multidesportivo. Inúmeras, mas não para Carlos Alves, técnico de equipamentos responsável por mantê-las sob controlo. Além da muita roupa e material necessário que as enchem, é também muita também a ambição verde e branca a transportar nelas para Palma de Maiorca – isto ajudaria a explicar o peso de cada uma delas.

Tudo pronto e rumo ao aeroporto pouco depois de baterem as 9h00. Embora ultrapassado, a custo, o trânsito que, fora, inunda as ruas da capital, neste início de Maio é já muita a afluência também dentro do aeroporto, onde se acumulam viajantes em filas e portas de embarque nos vários corredores e pisos.

Primeiro, para atravessar a fronteira, fez-se um voo até Madrid - com descolagem depois da 11h30 – que foi tão tranquilo como rápido. Depois de um almoço pausado, sozinhos ou em grupos, cada um tentava matar o tempo à sua maneira, ora conhecendo os cantos ao Aeropuerto Adolfo Suárez Madrid-Barajas, ora resguardando-se nas múltiplas possibilidades que os seus telemóveis ou tablets oferecem. E seja no ar ou nos aeroportos, todo o instante é bom também para descansar.

Entre umas coisas e outras, já com o relógio a carregar mais uma hora fruto do fuso horário espanhol – será lei nesta semana europeia -, pouco depois das 17h00 nova descolagem, agora rumo ao destino final.

Percorrida a Península Ibérica de uma costa à outra, assiste-se desde o ar ao momento em que a terra fica para trás e dá lugar a um azul quase infinito que se confunde com o próprio céu: é o mar Mediterrâneo, o qual banha e rodeia o arquipélago das Baleares, no qual Maiorca é, com diferença, a sua maior ilha – é também a maior do território espanhol – e Palma o seu coração. É aqui, na capital desta Comunidade Autónoma, que decorrerá a edição da final four da UEFA Futsal Champions League e onde o Sporting CP terá a sua casa até domingo.

Pisado o solo insular pela primeira vez, a comitiva Leonina foi recebida com céu límpido e um calor ainda agradável mesmo em pleno final de tarde – não estranha que seja um destino turisticamente tão apetecível. O percurso do aeroporto até ao hotel, que concentra não só os Leões como também os restantes três emblemas – RSC Anderlecht, AE Palma Futsal e SL Benfica – em prova, foi curto. E daqui à praia de El Arenal, em plena Baía de Palma, é um ‘saltinho’, porém, embora toda a envolvente possa parecer ideal para umas férias, mais do que isso, falamos de um local que servirá de quartel-general à equipa de Nuno Dias - e todo quartel tem as suas regras.

Já com o sol a pôr-se, sobe-e-desce para dar uma vista de olhos aos quartos e rapidamente deixar as malas, pois o jantar está marcado para as 20h00 - daqui a escassos minutos - e os horários estipulados são para cumprir à risca. No piso térreo, já ocupadas as mesas devidamente identificadas com o Leão rampante, depois do som dos talheres a bulir, passou-se das garfadas à galhofa. 

Para ‘sobremesa’ houve, claro, mais boa disposição, agora à boleia de uma partida de Jenga, que foi arrancando sorrisos e provocações constantes. Sobressaía a veia competitiva dos jogadores Leoninos e, ao mesmo tempo, crescia progressivamente a emoção, não só entre os participantes, mas também entre os que se limitavam a observar como a habilidade – ou falta dela – ia fazendo cambalear a torre, cada vez mais instável. 

Entre apupos, Zicky e, depois, Pauleta ainda conseguiram levar a sua avante, já a Diego Cavinato, desta vez, o seu oportunismo dentro das quadras não lhe valeu de nada à mesa, acabando por ser o derrotado do dia. No entanto, como no futsal, certamente haverá à espreita uma nova oportunidade para se redimir.

Caída e desfeita a torre, a debandada é geral rumo aos quartos para encerrar o primeiro dia - e a imagem final que, desde as varandas, nos deixa não é nada má, e promete. No horizonte está, calmo, o Mediterrâneo sem fim à vista, mas não só, porque no horizonte está também o troféu da UEFA Futsal Champions League, que o Sporting CP quer alçar pela terceira vez.

Para lá chegar, amanhã, quarta-feira, dão-se os primeiros toques em solo espanhol: de manhã há treino no Palau Municipal d'Esports Son Moix – casa do AEM Palma Futsal – e de tarde já no Velòdrom Illes Balears, palco da final four europeia.

Por enquanto, deste lado, com palavras e algumas fotografias, vou resumindo os dias de todas as decisões. O primeiro já está, e só falta a bola começar a rolar na quadra.

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

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