Foi outra vez até ao fim, mas desta vez sem prémio
13 Nov, 2025
Derrota pela margem mínima diante do invicto Füchse Berlin (37-38)
Num Pavilhão João Rocha esgotado, a equipa de andebol do Sporting CP caiu frente aos alemães do Füchse Berlin por 37-38, esta quinta-feira à noite, no jogo referente à sétima jornada do grupo A da EHF Champions League.
Numa exibição de grande entrega, sobretudo numa segunda parte totalmente a correr atrás do prejuízo, os Leões de Ricardo Costa ainda ameaçaram travar a marcha invencível do líder do grupo e actual campeão germânico – só tem vitórias na prova – nos últimos minutos. Foi nos derradeiros detalhes que tudo se decidiu, mas desta vez Füchse Berlin saiu a sorrir do Pavilhão João Rocha – depois de derrotas em 2023/2024 e 2024/2025.
Enfrentados uma vez (de duas) todos os adversários da fase de grupos, o Sporting CP fechou a primeira volta da fase de grupos com oito pontos, os mesmos que HBC Nantes e HC Veszprém One, na perseguição ao Aalborg Håndbold (11) e ao imparável Füchse Berlin (14).
E cedo o Sporting CP, com Mohamed Aly, Carlos Álvarez, Kiko Costa, Natán Suárez, Edy Silva, Martim Costa e Orri Þorkelsson de início, mostrou que vinha para jogar olhos-nos-olhos com o ‘gigante’ alemão, contando ainda com o inestimável apoio dos Sportinguistas nas bancadas. O ritmo imposto foi elevadíssimo, mas além de ter arrancado praticamente sem erros, soube forçá-los ao adversário e, assim, assumiu as primeiras vantagens (6-4 e 9-6), nascidas de recuperações de Pedro Martínez e Þorkelsson.


Mas os papéis inverteram-se a partir dos 17 minutos, com o Füchse Berlin a castigar os Leões de contra-ataque para empatar (12-12) e, de seguida, a diferença de eficácia também mudou de mãos. Numa questão de poucos minutos, o marcador virou a favor dos visitantes (13-15).
A seguir, as duas equipas pagaram a ‘factura’ da intensidade dos primeiros minutos e o jogo tornou-se mais incaracterístico e aumentaram, também, as paragens. O Sporting CP tinha de ‘remar’ contra as rápidas transições do actual campeão germânico – com Mathias Gidsel (melhor jogador do mundo nos últimos dois anos) em evidência - para reequilibrar o marcador até ao intervalo e assim fez.
Num livre de sete metros, Þorkelsson reduziu para 17-18, seguiu-se uma defesa de André Kristensen que deixou a igualdade à mercê e Filipe Monteiro, destemido, agarrou-a de imediato (18-18 e 19-19). No entanto, um remate cruzado e certeiro de Lasse Andersson mesmo a fechar a primeira parte levou o Füchse Berlin em vantagem (mínima) para o segundo tempo.

Uma situação que piorou logo no reatamento. Aproveitando a exclusão de dois minutos a Edy Silva, os visitantes chegaram pela primeira vez aos três golos de diferença (19-22) e ainda aumentaram, pouco depois, para 22-26 – sempre através de roubo de bola e transição.
Apesar das dificuldades para contornar a agressividade defensiva adversária, os Leões não viraram a cara à luta e à boleia de Þorkelsson e, sobretudo, um arrojado Kiko Costa conseguiram uma primeira resposta (26-28), mas este era um trabalho que ia exigir mais constância ainda e até controlo emocional – as hostes Leoninas foram mostrando o seu desagrado com várias decisões de arbitragem.
O esforço verde e branco, contudo, continuou a esbarrar num Füchse Berlin muito seguro de si e que parecia imune ao erro, o que só complicava a missão já (quase) impossível. 31-35 era o resultado à entrada para os últimos dez minutos, mas finalmente a ‘porta’ abriu-se para os Leões e com duas transições bem-sucedidas de Kiko e Natán prometeram, pelo menos, uma luta acesa nos limites e até ao fim (33-35).

A cinco minutos do fim, Kristensen opôs-se a Gidsel e Gassama, a partir da ponta, teve a chance de deixar tudo peça margem mínima, porém errou o alvo. Ainda assim, houve uma segunda oportunidade, que Kiko Costa - imparável - não desperdiçou desde a linha de sete metros (35-36) e que veio com outra aliciante: um cartão vermelho a Lasse Andersson.
Mas se o camisola 6 (12 golos) foi o grande protagonista do lado verde e branco, do lado alemão Gidsel (os mesmos 12) também apareceu sempre que necessário e com dois golos nesta ponta final garantiu que a vitória não escapasse rumo a Berlim (37-38). Foi por muito pouco que a história da partida não mudou no fim.
Agora, a segunda volta da fase de grupos começa como tinha terminado a primeira: com o Sporting CP a defrontar o Füchse Berlin, desta feita na Alemanha. Antes disso, os Leões têm na agenda o regresso ao Campeonato Nacional com a recepção à AA Águas Santas no domingo (18h30).
Sporting CP: Edy Silva, Emil Berlin, Carlos Álvarez, Kiko Costa (12), Natán Suárez (4), Jan Gurri, Salvador Salvador [C] (1), Orri Þorkelsson (7), Mamadou Gassama (2), André Kristensen [GR], Filipe Monteiro (3), Christian Moga, Martim Costa (9), Mohamed Aly [GR], Victor Romero