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Opinião

Diga 23!

Por Juvenal Carvalho
07 Jul, 2022

 (P'ra mentira ser segura

 E atingir profundidade

 Tem que trazer à mistura

 Qualquer coisa de verdade)

 António Aleixo 

Não sou jurista. Logo não quero julgar pareceres jurídicos, sob pena de me estar a meter em algo que não domino minimamente.

Agora o que domino, porque gosto de saber da história do futebol português, bem como de todas as modalidades, é o que constato por verdade, e a leitura de todo um passado que, com mais ou menos conquistas, não deixa de ser grandioso do nosso Sporting Clube de Portugal.

E porque, também, nunca me foi imposta nenhuma regra por quem dirige o nosso Jornal quanto ao que escrevo semanalmente, logo o termo "cartilheiro" não me assenta de todo, nem as pessoas o pretendem, hoje quero que a verdade seja mesmo verdade, e que a mesma não se transforme em mentira, só porque sim, ou neste caso porque dá jeito.

Gosto desde muito cedo de ser um estudioso de tudo o que é desporto, e consulto regularmente enciclopédias para ler sobre aquilo que a idade não me permitiu visualizar.

E no futebol, o que li desde sempre é que a primeira − e então única − competição oficial que se realizou foi na época de 1921/1922, com a denominação de Campeonato de Portugal, e a quem era, sem dúvida alguma, pese o método de disputa, atribuído o título de Campeão de Portugal a quem vencesse a competição, para o qual, basta consultar os jornais da época para aferir desta verdade. Assim o foi entre a época acima citada e a de 1937/1938. Mas porque nada é estanque, e a mudança não me choca mesmo nada, foi disputado a título de carácter experimental com o formato de todos contra todos − e em conjunto com o Campeonato de Portugal (oficial) − entre 1934/1935 e 1937/1938, uma competição denominada Campeonato da Liga, que o nosso Clube não ganharia alguma e que os rivais conquistaram três e uma, respectivamente. A partir de 1938/1939 começaram então a realizar-se duas competições, o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal.

Da década de 30 até à de 90, nunca em vez alguma esta competição experimental foi contabilizada. E para aferir o que estou a dizer basta consultar jornais e revistas da época. Até que num golpe de magia, eis que tudo mudou. O que era experimental, e disputado em conjunto com a única prova que era oficial, começou a contar. E é isto que, junto de amigos, sempre combati. Muito mais do que se o nosso Clube tem 23 títulos nacionais, ou 19+4, que dá os mesmos 23. Isto é irrefutável. O Sporting ganhou a competição que atribui o título de campeão de futebol por 23 vezes. Dizer o contrário não é falar verdade. A história está escrita. Reescrever a mesma com falsidades quiçá movidas por interesses, é que não pode passar a ser verdade.

Outra verdade, e para isso basta consultar o site oficial da FPF, é que também na Supertaça duas edições foram de carácter oficioso até ser disputada de forma oficial, e foram igualmente ganhas por outros clubes e − incrível − também contabilizadas. Se, como dizia o meu falecido avô numa expressão portuguesa do antigamente, "só quero o que é meu", o que é que eu quero.

Apenas que a verdade não seja mentira. Porque se foi sempre verdade durante 60 anos, o incrível é porque é que tudo mudou?

O Sporting CP conseguiu por 23 vezes o título máximo do futebol português. Contabilizem da forma que quiserem. Se sou mais de letras do que de números, contar 19+4 é de soma fácil. São mesmo 23! 

Nunca é demais

Por Pedro Almeida Cabral
01 Jul, 2022

Nunca é demais ser do Sporting Clube de Portugal. Não foi demais frequentar a velhinha nave de Alvalade e assistir aos primeiros passos de uma jovem secção de futsal que então começou a ganhar campeonatos. Tal como não foi demais calcorrear alguns pavilhões para ver o futsal a continuar a triunfar. E, sobretudo, não foi demais ver o nosso futsal nestes últimos três anos, em que vencemos como nunca, e que são a fase mais brilhante da já longa história do futsal Leonino.

Estamos a falar de duas UEFA Futsal Champions League, 2019 e 2021, do bicampeonato nacional de 2021-2022, das três Taças de Portugal seguidas, de 2019 a 2022 (a edição de 2021 foi cancelada) e das duas Taças da Liga seguidas, de 2021 e 2022. São conquistas avassaladoras que demonstram a extraordinária fase que atravessamos na modalidade de pavilhão mais popular no país. Para termos uma ideia, tanto a nível europeu como a nível nacional damos cartas. E que cartas! Na Europa, somos o terceiro clube com mais Champions, atrás do Inter FS e do FC Barcelona.

Dentro de portas, temos 17 campeonatos, mais do dobro dos oito do SL Benfica. E destes 17, nove foram ganhos desde 2010. Já na Taça de Portugal, com a conquista deste ano, dominamos também com nove títulos, mais dois que o perseguidor SL Benfica. Por fim, na terceira competição, a Taça da Liga, que existe desde 2016, recuperámos nos últimos dois anos a dianteira: quatro títulos contra três do SL Benfica. Em síntese, dos últimos nove troféus disputados, só não ganhámos um (a final da Champions deste ano). São duas temporadas seguidas a ganhar todos os troféus nacionais.

E o campeonato ganho no fim-de-semana pelo Sporting CP foi o primeiro ganho em Portugal sem perder qualquer jogo da fase a eliminar, conhecida como play-off. Além desta vitória perante o SL Benfica por 3-0 em jogos ser apenas a segunda vez na história que o campeão só disputa três partidas. 

Mas não se pense que foi fácil chegar aqui. Os troféus europeus são resultado de muita experiência acumulada e de forte mentalidade competitiva. E, em Portugal, o SL Benfica é, invariavelmente, um adversário de respeito, com forte investimento e sempre com intensidade na disputa de títulos, própria de um dos maiores dérbis do mundo. Tanta glória só foi possível com esforço, dedicação e devoção. Bons resultados estão ao alcance de algum trabalho. Mas resultados extraordinários, como os dos últimos três anos, só são possíveis com intensa cultura desportiva, ambiente ganhador em toda a estrutura, da base ao topo, e sintonia absoluta entre dirigentes, técnicos e jogadores. Tendo que destacar aquele que é um dos melhores treinadores de futsal de sempre, o nosso Nuno Dias, que há dez anos que nos comanda com sobriedade e extrema competência. Termino como comecei. Nunca é demais ser do Sporting Clube de Portugal. E nunca será demais continuar a ver o que nosso futsal ganha na quadra. 

116 anos

Por Juvenal Carvalho
01 Jul, 2022

Parabéns, Sporting Clube de Portugal. Hoje, porque fazes 116 anos de uma vida cheia de conquistas, decidi dar-te os parabéns de forma diferente, assim como se voltasse aos bancos de escola e o meu professor de português me mandasse fazer uma redacção cujo tema fosse falar sobre o aniversário de alguém por quem sinto algo de extraordinário. 

E de quem me lembrei? Claro que foi de ti, és daqueles amores que não se explicam... sentem-se.

É mesmo uma sensação de felicidade incrível sempre que falo de ti. Sinto-me de volta à meninice. Aos tempos de jovem em que às escondidas dos meus pais, ainda muito criança, me 'obrigavas' a ouvir os relatos de futebol e de hóquei em patins, estes às escondidas dos velhotes por serem disputados à noite, e no dia seguinte ser dia de escola. A almofada escondia o som do velho rádio de pilhas, sob pena de ser apanhado em flagrante.

Sempre me causaste emoções incríveis. Obrigaste-me até, mais espigadote na idade, a mentir aos meus pais dizendo-lhes que ia para casa de amigos e o caminho, com os poucos trocos da semanada, era para apanhar o metro ou autocarro para Alvalade. Via desde os jogos da formação no velhinho pelado às modalidades no pavilhão. Quantas vezes, porque o dinheiro era escasso, pedia também a um qualquer senhor se me deixava entrar com ele no estádio ou no pavilhão.

Encheste as paredes do meu quarto de posters do Hector Yazalde, do Samuel Fraguito, do Manuel Fernandes, do Vítor Damas, do Rui Jordão, do Carlos Lopes, do Joaquim Agostinho, da "equipa maravilha" de 1977 do hóquei em patins, etc, etc, etc...

Recortava também todas as notícias de jornal de títulos conquistados por ti.

Fizeste-me uma criança feliz, com tantos êxitos alcançados em tantas modalidades, e mais tarde, quem diria, tive o privilégio de ser teu dirigente no basquetebol, no andebol e no futebol jovem; de presidir ao Núcleo do Sporting de Paço de Arcos, e até de ter o privilégio de te escrever estas linhas em dia de aniversário.

Entretanto, como tu, vou ficando "cota". Também já passei dos cinquenta e já nasceu a Ana Rita, a minha filha, e já sou avô da Leonor. Ambas foram por mim feitas Sócias mal nasceram. És, pois, parte integrante da minha vida. Direi mesmo que se não existisses era na mesma possível eu viver, mas não seria a mesma coisa.

Ri e também chorei por ti. Ganhei imensos amigos por tua causa. Tenho uma vasta etapa da minha vida dedicada a ti. Estive e estou a teu lado em todos os momentos. Também fui, e serei crítico ao que achar menos bem, porque a nada me hipoteco que não ao amor por ti. Aos amigos − e tu és mais do que isso, és mesmo alguém que amo, devem dizer-se as verdades. 

Quando eu nasci já tinhas passado os 60 anos. Quero que saibas que eu vou partir − todos nós partiremos − e tu vais ser eterno, ano após ano terás uma vasta legião de Leões seguindo a teu lado em todo o Mundo.
Os fundadores quiseram-te grande, tão grande como os maiores da Europa. E hoje, 116 anos depois, tudo isso se concretizou. Com esforço, dedicação e toneladas de devoção de tantos homens e mulheres que te serviram, tiveste 116 anos de glória. Como cantava Caetano Veloso, também eu 'gosto muito de te ver, leãozinho'. Hoje és bebé, e ao longo destes anos fui tão feliz a teu lado.

Parabéns, Sporting. Já tens mais de um século de história para contar. Muito mais terás num futuro que será seguramente repleto de conquistas. É este o teu ADN. Tens ainda tanto para viver e conquistas para oferecer. 

Amo-te, Sporting Clube de Portugal.

116 anos escritos a verde e branco

Por Frederico Varandas
01 Jul, 2022

Hoje, todos os Sportinguistas estão de Parabéns!

Celebra-se hoje o 116.º aniversário do Sporting Clube de Portugal. 

Um legado repleto de conquistas que pintam de verde e branco a História do Clube, desde 1906.

Do futebol ao andebol, atletismo, basquetebol, futsal, hóquei em patins, voleibol, ténis de mesa, rugby, natação, goalball, judo, kickboxing, surf, entre tantos outros, são inúmeros os títulos individuais e colectivos que marcaram a última época desportiva e que ficarão para sempre eternizados na História do Sporting Clube de Portugal. 

Um agradecimento especial aos atletas, colaboradores, parceiros, Sócios e adeptos que foram incansáveis no apoio às equipas e que continuam a contribuir para a excelência e eclectismo de um “Clube tão grande como os maiores da Europa”.

Continuemos o nosso caminho com os olhos postos no futuro, tendo como exemplo os grandes feitos do passado. Sem esquecer os que, de geração em geração, se mantiveram firmes aos princípios do Clube, os que foram e serão sempre Sporting.

Caminhemos conscientes de que cumpriremos os valores do Sporting CP, honraremos a sua História e preservaremos a força e garra do ADN Leonino.
 
Lembremo-nos que tanto na adversidade como na celebração somos sempre Sporting!

Hoje é dia de assinalar 116 anos de uma História de “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”.

Hoje, todos os Sportinguistas estão de Parabéns! 

Parabéns, Sporting Clube de Portugal!

Dois locais de culto 'Leonino'

Por Juvenal Carvalho
23 Jun, 2022

Esta edição do nosso jornal é para mim − para todos vocês também − muito marcante. Que bom é falar de dois locais de culto 'Leonino'. Falar do vigésimo aniversário da Academia Cristiano Ronaldo, um verdadeiro ex-líbris do nosso Clube, e do quinto aniversário do Pavilhão João Rocha, o nosso "santuário" das modalidades, é falar de História −  uma História sem paralelo.
Que bom é viver este momento, daqueles que arrepiam o mais incauto dos "Leões".

Falar de 20 anos da Academia, onde por lá se formaram grandes jogadores, orientados por excelentes treinadores e liderados por dedicados e sabedores dirigentes, não que antes, no velhinho pelado em frente à Porta 10-A do antigo estádio, não tenham despontado tantos outros grandes nomes da nossa História, é tão emblemático quanto marcante. Nomes grados do futebol nacional e internacional 'made in Sporting' são tantos − a história fala por si − que enumerar todos iria ser impossível e acabaria por me esquecer de alguns. Neste vigésimo aniversário, apesar da cultura do nosso Clube ser formar, e com uma excelência que está muito acima dos resultados, embora seja também importante que a cultura ganhadora se possa adquirir desde tenra idade. Por isso, como forma de homenagear as duas décadas de existência da nossa Academia os Sub-17, e também os Sub-15, estes com o estatuto de tricampeões, decidiram presentear-nos com os títulos de Campeões Nacionais dos seus escalões. Será o mais importante? Seguramente não, mas é tão motivador ver o regresso dos êxitos, e sobretudo de gerações de talento, onde se vê muita qualidade em vários jogadores. Somos aos dias de hoje o clube que deu dois "Bola de Ouro" e tantos outros craques do firmamento internacional. Refutar isso é impossível. É tão bom perceber que somos um clube formador e respeitado pelo Mundo.

Também o Pavilhão João Rocha, a nossa 'casa' das modalidades, completou cinco anos de vida. E que obra em boa hora chegaria a um clube ecléctico, que mesmo com anos de casa às costas após o fim da Nave de Alvalade, nunca perdeu o seu cunho. Desde 2017 que o 'João Rocha' é o nosso 'santuário', um local de culto para tantos 'Leões' verem o pulsar do nosso eclectismo. Cada vez mais jovens se deslocam ao nosso bastião, fazendo dele uma muralha quase inexpugnável. Nestes cinco anos o 'João Rocha' já assistiu aos títulos nacionais − nos casos do hóquei em patins e do futsal até internacionais − do andebol, voleibol e basquetebol, ou seja, de todas as modalidades de pavilhão. Todas as nossas modalidades têm ganho imensos títulos, sendo que obviamente ninguém ganha sempre, mas o saldo é infinitamente positivo. Têm sido cinco anos simplesmente fantásticos. Outros mais se seguirão.

Que venham muitos mais anos, que a formação se mantenha uma 'maternidade' de jogadores 'made in Sporting', e que as nossas modalidades façam o que é seu costume desde sempre, que é continuar a alimentar de troféus o Museu de clubes mais titulado do país, e um dos maiores da Europa.

Somos simplesmente o Sporting Clube de Portugal.

Grandeza

Por Pedro Almeida Cabral
23 Jun, 2022

A grandeza de uma instituição mede-se pelas marcas que deixa no tempo. Se se tratar de uma associação desportiva, haverá a tentação de contabilizar títulos para saber quão grande ela é. Mas essa contagem será fraco exercício para tamanha tarefa. O que verdadeiramente conta é o que se dá à comunidade e que perdura. Aquilo que se deixa nos corações e nas mentes e que fica para sempre.  O Sporting Clube de Portugal é, sem dúvida alguma, a grande instituição desportiva portuguesa. A influência que o Clube deixou na história do desporto em Portugal é imensa e, em muitas modalidades, a história do país confunde-se com a própria história do Sporting CP. Além de, desde a sua fundação, o Sporting CP nunca se ter afastado do que sempre foi uma das suas missões: educar através do desporto, formando não somente atletas, mas pessoas.

Foi há 20 anos que a Academia Sporting foi inaugurada. Um projeto pioneiro e revolucionário como nunca se tinha visto em Portugal. Na verdade, só mesmo o nosso Clube, com a sua valência formadora tão desenvolvida, é que tinha perfil para avançar para um modelo de formação centrado no atleta. A Academia não foi mais que a concretização da maneira de o Sporting CP estar no desporto. Como sabemos, nada mais foi o mesmo em Portugal. A filosofia subjacente à Academia acabou por ser adoptada pelos outros clubes e, ainda hoje, a nossa Academia é uma referência mundial na formação de futebolistas.

Em termos desportivos, o nome de Cristiano Ronaldo bastaria para avaliar a valia do projecto. Só que seria muito redutor. Poderíamos falar em muitos mais nomes que singraram internacionalmente como Rui Patrício, William Carvalho, Nani ou o mais recente, Nuno Mendes. Estes e outros jogadores tornaram a Academia um projecto financeiramente sustentável e desportivamente bem-sucedido. Mas nem só deles se faz a história da nossa Academia. Faz-se também de todos os que passaram por Alcochete e que guardam valiosas memórias do que o Sporting CP lhes ensinou. Ainda há dias, Eric Dier, de visita, declarou, agradecido, que devia toda a sua vida desportiva ao Sporting CP. É esse o sentimento de muitos que passaram por lá.

Aos actuais 250 jogadores que treinam na Academia, só posso desejar que tenham o futuro com que sonham. E a todos os que trabalham apoiando a formação integral dos nossos jovens, que continuem com o trabalho dos últimos 20 anos. Com os investimentos que foram feitos recentemente e com os que estão em preparação, os próximos 20 anos da Academia prometem ser ainda mais risonhos, continuando a marcar pela diferença gerações de jovens que absorvem os valores inerentes à cultura desportiva Leonina. É essa a marca que deixamos. E é essa a marca que faz o Sporting CP grande.

20.º aniversário Academia Cristiano Ronaldo

Por Frederico Varandas
23 Jun, 2022

Editorial da edição n.º 3877 do Jornal Sporting

Assinalou-se, na passada terça-feira, um marco importante na História do Sporting Clube de Portugal − duas décadas de um projecto que nasceu pioneiro e que teve necessidade de se reinventar e modernizar, de forma a acompanhar a evolução dos novos tempos.

A formação é um dos pilares do nosso ADN, uma História de glória e a base do futuro do Clube.

A Academia Cristiano Ronaldo é, e tem sido, a bandeira da formação do Sporting CP. E se é verdade que já tem 20 anos, tendo sido o primeiro centro de treino especializado em futebol em Portugal, o projecto pioneiro de formação de futebol do Sporting CP nasceu há mais de quatro décadas. Um projecto muito assente na visão estratégica do nosso querido Aurélio Pereira e cimentado por centenas de treinadores, scouts, preparadores físicos, professores e inúmeros colaboradores.

40 anos a formar talento. 40 anos a formar dos melhores jogadores que o nosso país conheceu. 40 anos a alimentar a selecção nacional: Paulo Futre, Litos, Luís Figo, Emílio Peixe, Abel Xavier, Nuno Valente, Beto, Dani, Simão Sabrosa, Marco Caneira, Carlos Martins, Beto (GR), José Fonte, Hugo Viana, Ricardo Quaresma, Custódio, Silvestre Varela, Cristiano Ronaldo, João Moutinho, Miguel Veloso, Nani, Daniel Carriço, Rui Patrício, Adrien Silva, André Martins, Cédric Soares, William Carvalho, Ricardo Pereira, João Mário, Eric Dier, Rúben Semedo, Bruma, Gelson Martins, Daniel Podence, João Palhinha, Rafael Leão, Gonçalo Inácio e Nuno Mendes.

De todos estes, temos, obrigatoriamente, de destacar Cristiano Ronaldo, que dá o nome a esta Academia, por ser o melhor jogador português de todos os tempos e pela conquista de cinco Bolas de Ouro. Também Luís Figo, que foi uma vez Bola de Ouro, e Paulo Futre, que foi Bola de Prata. Não há outro clube no Mundo que tenha formado tantos Bolas de Ouro e Prata e este feito, simplesmente admirável e único, coloca-nos no topo das melhores formações da História do futebol mundial.

Mas se é verdade que o projecto da formação se iniciou há mais de 40 anos, também é verdade que foi com o nascimento da Academia que passámos para outro patamar. E essa mudança de paradigma deveu-se à visão e à capacidade de execução desta obra por parte dos presidentes José Roquette e Dias da Cunha. Foi um projecto visionário que anos mais tarde, e para bem do futebol português, os nossos adversários copiaram.

Nesta casa nasceu a base que conquistou o título mais importante da História da nossa selecção, o Campeonato da Europa de 2016, onde dez dos 14 jogadores que jogaram essa histórica final foram formados no Sporting CP.

O Sporting CP, assim como o SL Benfica, o FC Porto e, recentemente, o SC Braga são não só clubes formadores como são “municiadores” da nossa selecção nacional. Formação essa que custa dezenas de milhões de euros por ano a estes clubes e que, infelizmente, são esquecidos não pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), mas pelas figuras do Estado aquando das fantásticas vitórias da nossa selecção. Vitórias essas que resultam de um trabalho brilhante da FPF.
Ainda assim, é sempre importante relembrar que, na sociedade de hoje, são os clubes os maiores responsáveis pela promoção do desporto em Portugal. Ao contrário do que acontece em muitos outros países em que essa promoção é feita pelo Estado.

Mas não foram só dias de sol nestes 20 anos de Academia. Houve também algumas tempestades, tais como o horrível dia 15 de Maio de 2018, conhecido pelo dia do ataque a Alcochete, e os dois anos de pandemia. Dois acontecimentos muito duros, que não só conseguimos ultrapassar como nos tornaram ainda mais competentes, fortes e competitivos.

Desde Setembro de 2018 que a Academia e a formação do Sporting CP foram a prioridade das prioridades para esta administração. Aqui foram investidos a grande maioria dos nossos recursos financeiros e as nossas energias. Em quatro anos temos uma academia praticamente nova, moderna e de última geração: remodelação completa da ala profissional e da formação, remodelação dos ginásios interiores, transformação do campo coberto sintético num ginásio único com capacidade para três equipas em simultâneo, criação da unidade de performance transversal a todos os escalões de formação, criação do gabinete de observação e análise transversal a todos os escalões de formação, remodelação completa do departamento médico e zona de recuperação, remodelação dos refeitórios da formação e da ala profissional, substituição de todos os relvados e, para terminar, e talvez o mais importante, o maior investimento que alguma vez foi feito em recursos humanos cientificamente reconhecidos na área do treino, na prospecção e na área da saúde.

Todos estes investimentos nas infra-estruturas, nos recursos humanos e o processo de trabalho assente no modelo centrado no jogador (modelo criado por nós) levaram ao reconhecimento da ECA (European Club Association), vencendo em 2021 a distinção de Melhor Clube da Europa na categoria de Futebol de Formação.

Também a recente conquista do Campeonato Nacional sénior na época 2020/2021 ficou marcada com o selo da Academia e pela coragem e competência do nosso treinador e da sua equipa técnica: foram dez os jogadores campeões que foram formados no Sporting CP, dos quais oito com idades entre os 16 e os 22 anos.

Nesta casa formação significa formar. Formar do ponto de vista técnico, táctico, físico, mas também do ponto de vista de carácter e valores. E nestes quatro anos temo-nos dedicado, e muito, nesse campo da formação.

Nesta casa não temos qualquer problema em afirmar que formar vem primeiro do que ganhar. O objectivo da formação do Sporting CP (Academia Cristiano Ronaldo, Pólo EUL e as Academias de Formação Sporting) é formar jogadores: formá-los e produzi-los para a equipa principal. Este é o objectivo número 1. Mas, para quem tinha dúvidas, se era possível ter sucesso desportivo com este “modelo centrado no jogador”, as bem recentes vitórias inquestionáveis dos Campeonatos Nacionais de sub-15 e sub-17 e as largas dezenas de internacionais nos escalões de formação são a resposta.

A Academia Cristiano Ronaldo, a formação do Sporting CP, tem uma página de ouro na História do Clube e do futebol português, mas tem sobretudo nas suas mãos a sustentabilidade, o sucesso e o futuro do Sporting CP. Saibamos cuidar dela que ela saberá cuidar do Clube.

A todos, muito obrigado!

Um hino ao andebol

Por Miguel Braga
16 Jun, 2022

Editorial da edição n.º 3876 do Jornal Sporting

O mais conceituado dos treinadores portugueses afirmou que “as finais não são para jogar, são para ganhar”. Não querendo de alguma forma contrariar José Mourinho, melhor que ganhar uma final, é ganhar a final num jogo épico, renhido, com emoções a baterem forte até ao apito final. Assim foi na Taça de Portugal de andebol, disputada no modelo final four no Centro de Congressos e Desportos de Matosinhos.

Comecemos pelas meias-finais, onde o Sporting CP jogou e bateu o SL Benfica por 33-30, liderado por um incansável Martim Costa que marcou um terço (11) dos golos da equipa e o conjunto fez “uma das melhores primeiras partes da época”, segundo as palavras do treinador Ricardo Costa. No fim do encontro, já era conhecido o adversário: o FC Porto que na outra meia-final venceu o Madeira SAD por 35-29.

Para a final, o Sporting CP sabia que tinha de apresentar-se na máxima força: do outro lado da arena de jogo estava o detentor do troféu e um rival que tem dominado a modalidade nos últimos anos. Mas apesar desse novo estatuto, os jovens Leões entraram em campo com a certeza de quem tem uma missão para cumprir e sabendo também que poderiam acrescentar ao palmarés do Clube a 16.ª Taça de Portugal de andebol. E assim foi.

O Sporting CP venceu o FC Porto por 35-36, após dois prolongamentos, com destaque para o terceiro membro da família Costa, para o caso o Francisco, que marcou 13 dos golos Leoninos. No final das duas partes o marcador encontrava-se empatado a 26 golos. E foi ainda necessário um segundo prolongamento porque a três segundos do fim Jens Schöngarth fez o 30-30 e obrigou a novas doses de ansiedade − ansiedade controlada na perfeição pelos jovens Leões que depois de conseguirem uma vantagem de dois golos no marcador não mais deram hipóteses aos rivais do Norte, acabando o jogo com uns incríveis 35-36. “Ganhámos ao melhor SL Benfica e ao melhor FC Porto da história. Não me lembro de uma Taça assim, foi uma excelente promoção para o andebol português”, disse no final um visivelmente satisfeito Ricardo Costa. A todos os envolvidos, os mais sinceros parabéns. Apesar de ser o Clube com mais Taças de Portugal de andebol no currículo, o Sporting CP não vencia a competição desde 2013/2014.

Para finalizar, mais uma nota vitoriosa: vencemos o Campeonato Nacional de sub-17, depois de ganharmos 2-0 ao SC Braga no Estádio Aurélio Pereira, em Alcochete, na Academia Cristiano Ronaldo. Sobre a fantástica conquista da equipa liderada por José João Gomes, umas notas:

- Em 33 jogos em competições nacionais, a equipa de juvenis registou 28 vitórias, três empates e apenas duas derrotas;
- No total, os sub-17 marcaram 141 golos, sofrendo apenas 15 durante a temporada;
- Em 97% dos jogos da presente época, a equipa marcou sempre, sendo que a última derrota registada aconteceu há mais de 100 dias (27 de Fevereiro de 2022);
- Quanto a destaques individuais: Pedro Silva foi o jogador mais utilizado (2.685 minutos), Vivaldo Semedo o melhor marcador com 24 golos em 23 jogos e Guilherme Santos, o rei das assistências com 18 passes decisivos para golo.

O futuro vai ser escrito a verde e branco.

À Nossa Maneira

Por Pedro Almeida Cabral
16 Jun, 2022

Quem tirou a final da tarde do último domingo para assistir à final da Taça de Portugal em andebol, não teve inteira noção de que iria ver um dos mais espectaculares jogos de andebol dos últimos anos. De um lado, estava o experiente FC Porto, tricampeão nacional e detentor da Taça, treinado pelo sueco Magnus Andersson, que ainda não tinha perdido nenhum troféu desde que está em Portugal. Do outro lado, o Sporting Clube de Portugal, com uma equipa jovem, em construção, treinada por Ricardo Costa, no seu primeiro ano em Alvalade. O favoritismo ia todo para a equipa portista. Tanto pela valia de alguns nomes bem conhecidos do andebol nacional, como por já não perder com o Sporting CP há, sensivelmente, três anos. O que o FC Porto não contava era com a intensa fome de vencer do sete Leonino, que não deixou nada por jogar em campo. E foi assim que, corrida a hora do jogo mais dois prolongamentos de dez minutos cada, ganhámos a Taça por 36-35.

Como o resultado indica, o embate foi disputado lance a lance. O início do jogo foi perro, sem ascendente claro. Embora, com o passar do tempo, o FC Porto cavasse diferença expressiva. Pouco antes do intervalo, ganhava por cinco. Valeu o acerto atacante Leonino que, de rajada, fechou o 13-15 da primeira meia hora. Na segunda parte, o equilíbrio foi a nota dominante. Deveu-se à sagacidade do nosso treinador que soube transmitir à equipa indicações mais precisas para alternar a defesa à zona com o 6-1. E a Manuel Gaspar, que ocupava a baliza toda (eficácia defensiva de 30%). Já Kiko Costa jogava e fazia jogar com a frescura e o atrevimento dos seus 17 anos. Perto do fim, seguimos finalmente na frente, mas os deuses queriam mais e empurraram as equipas para os dois prolongamentos. Foi aí que alguns corações mais fracos poderiam ter cedido. O FC Porto chegou a ter dois golos de vantagem que de nada serviram, pois, com onze segundos para o fim do primeiro prolongamento, Schöngarth, sobre a buzina, empatou tudo novamente. Já o segundo prolongamento, escreveu-se sempre a verde e branco: nunca estivemos em desvantagem até à vitória final, que foi formosa e bem segura. Kiko Costa, como não podia deixar de ser, foi o MVP do jogo e o melhor marcador, com 13 golos.

Foi a nossa 16.ª Taça de Portugal depois de três finais em que saímos derrotados (uma das quais, contra o SL Benfica, em 2016, ainda me causa calafrios, mal perdida que foi). Continuamos a ser o Clube com mais Taças, quase dobrando as do FC Porto. Para pôr as mãos na Taça deste ano, eliminámos o SL Benfica, vencedor da Liga Europeia, e o campeão FC Porto. É esta a medida do nosso sucesso. Esta Taça, assente num projeto desportivo que privilegia a formação e jogadores jovens, alicerçado numa intensidade competitiva que busca a vitória em todos os jogos, é a essência do Sporting CP. Mais do que muitos troféus, este foi mesmo conquistado à nossa maneira.

Esforço, Dedicação, Devoção e Glória

Por Juvenal Carvalho
16 Jun, 2022

O andebol do Sporting Clube de Portugal aplicou na plenitude o lema do nosso Clube, no passado fim-de-semana em Matosinhos. O Esforço, a Dedicação e a Devoção foram o verdadeiro mote para alcançar a tão ansiada Glória, que deixou em êxtase os Sportinguistas presentes no pavilhão, e muitos foram, bem como os milhares que viram através da televisão a conquista da décima sexta Taça de Portugal da modalidade, a que acrescem ainda no palmarés duas Taças Challenge, − o que faz de nós o clube português que mais competições europeias ganhou na modalidade − bem como 21 Campeonatos Nacionais e três Supertaças, num palmarés digno da grandeza da nossa instituição. 

No Desporto fala-se muitas vezes em projectos e em 'anos zero'. Valendo isso o que vale, a verdade é que a forma como o Sporting CP este ano apostou na modalidade, de forma assertiva, e sobretudo a mudar o paradigma do que vinha sendo feito ultimamente.

Este ano, a juntar aos jogadores da nossa "cantera", como Manuel Gaspar, Francisco Tavares, Edmilson Araújo, Salvador Salvador e António Machado, a aposta foi em jovens − e que jovens − de tanto talento como os irmãos Martim Costa e Kiko Costa, este último não me lembro mesmo de ter visto algo parecido com apenas 17 anos,  que vieram acompanhar o seu pai e treinador Ricardo Costa, numa aposta muito acertada pela secção, a que juntaram ainda André José e o georgiano Erekle Arsenashvili, jovens promissores vindos do ABC de Braga, o guarda-redes tunisino Yassine Belkaid vindo do Vitória de Setúbal, os jovens cubanos Hanser Rodriguez e Ronaldo Almeida, num protocolo com Cuba que pode dar frutos futuros. Vieram ainda os espanhóis Natán Suarez, Josep Folqués e Mamadou Gassama, bem como o pivot dinamarquês Jonas Tidemand que se juntariam à maturidade nesse tão bom binómio experiência versus juventude, que asseguraram Matevz Skok, o "mago" Carlos Ruesga e o "bombardeiro" alemão Jens Schongarth, importantíssimos nesta conquista e na época excelente que o andebol fez.

Se no campeonato nacional foram detalhes e até o excesso de dureza permitida aos "dragões" pelos árbitros no jogo do 'João Rocha' que tudo decidiu, na Taça tudo mudou. Foram uns Leões famintos e esplendorosos que venceram na meia-final o eterno rival e na final com dois prolongamentos de sangue, suor e lágrimas, o rival do Norte,

Claro que em nada existe a perfeição e mesmo o que está bem pode ser melhorado. Mas objectivamente o que foi feito, e coroado de êxito, foi simplesmente fantástico. Agora, que está fechado o pano de 21/22, já ansiamos pela nova época, em que temos perspectivas de entrar na Champions League através de um wild card pelo segundo lugar alcançado no Campeonato Nacional.

Este Leão, pese ter contornos de "bebé", deixou o registo de umas unhas bem afiadas e uma marca identitária de tanto querer.

Agora é continuar o trabalho. A qualidade está lá. E quando assim é, o êxito fica mais próximo.

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